• Capítulo Dez •

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— Bora o embuste — Saio de casa com ele logo atrás, aí como eu tava com saudades de sentir o sol quente na minha pele, de ver os meno jogando bola e correndo os quatro cantos desse morro.

RD: sabe só porque eu tô te dando esse voto de confiança, não significa que você pode sair por aí me chamando do que quiser não — Respira fundo pegando a chave da moto que tava no bolso, e atrapalhando o meu momento de paz, reviro os olhos encarando ele.

— Não era tu que tava me chamado de morena ontem, na maior intimidade? — Ele fecha a cara e eu não consigo segurar o meu sorriso de satisfação por ter provocado ele, esquece o meu momento de paz acabou de voltar.

RD: Continua brincando princesa, vai fazendo bandido de otário, debochando da cara de bandido...

— Aí gente cuidado, ele e bandido — Ele me encara serinho e eu gargalho alto, olhando pra ele, não vou mentir ele e bonito pra caralho mais por enquanto não quero me envolver com ninguém, muito menos comprometido — Foi mal, não consegui segurar.

Ele faz menção pra mim subir na garupa e eu faço uma careta encarando ele com deboche, nem fudendo que eu vou descer o morro na garupa da moto dele, pra Deus e o mundo fazer suposições idiotas sobre o meu nome, o que eu tenho a certeza que virou rotina depois da minha prisão.

— Meu filho eu que não vou ser vista na garupa de moto de mavambo, ainda mais comprometido — Ele respira fundo desligando a moto e me encarando, cruzo os braços encarando ele na mesma intensidade.

RD: Princesa para de graça po, sobe nessa desgraça logo, e eu nem tô mais com a Marcela, sei nem onde aquela porra foi parar.

— Tô fora do mesmo jeito parceiro, pior que vingança de mulher chifruda e vingança de mulher largada, vai por mim — começo a descer o morro a pé e escuto ele bufar, ligando a moto e descendo em alta velocidade.

Eu ein, tô fora, depois o nome que fica mal falado na favela e o meu, e sem contar que podem entender essa porra tudo errado, e vir atrás de mim pensando que eu sou mulher de chef de facção.

Os cara cai matando, você ser conhecida por ser envolvida e mais seguro do que ser conhecida por mulher de bandido.

Os cara não brinca não irmão, arrancam tua alma fora quando o assunto e vingança.

Já vi muita mina emocionada, que ai depois de uma noite com os envolvidão, saiu por aí falando que era a fiel, não saiu coisa boa não, o final e sempre e mesmo pra todas, VALA.

Bato de frente com o Leozin que me encara como se tivesse vendo uma entidade.

— Sabe chega em um ponto que teu olhar começa a me assustar, a ponto de eu me perguntar se o cara na minha frente e meu irmão ou um sociopata imaginado o que vai fazer com a próxima vítima, não e por nada não, mais isso tá acontecendo agora — Ele sorri e me puxa pra um abraço.

Leozin: Caralho tu tá viva? — Fecho a cara encarando ele.

— Não, morri aqui e só o espírito da Vivian vindo te falar que ela não volta mais, desencana — Ele fecha a cara e começou a andar comigo.

Leozin: Esse teu jeito que não muda nunca né? Brinca muito você.

— Meu filho o que seria dos seus dias sem mim e esse meu jeito han? — Ele ri negando com a cabeça.

Leozin: A concertesa horríveis, vai por mim — Dou uma gargalhada alta arrancando olhares de curiosos. Tava com tanta saudade da minha família, me sinto tão bem perto deles.

— Eu sei eu sei, a verdade e que ninguém aqui vive sem mim — Ele ri. Enquanto eu faço reverências a um público invisível.

Leozin: Vou concordar viu, depois que te levaram isso aqui virou uma bagunça, ninguém conseguia cuidar dos bagulho igual tu, tava uma bagunça feia, RD não saia da salinha, tentando arrumar uma forma de tirar você da lá — Congelo no mesmo lugar encarando ele.

"Rd: Bom te ver também, eu estou ótimo — ele se levanta e passa a mão no rosto e olha pro nada — Imagina, eu passo a porcaria de 5 MESES ESTUDANDO ESSA PORRA DESSE PRESÍDIO — Ele me encara — cada sala cada duto de ar, arrumando um plano bem pensado, pensando em cada ponto que poderia dar errado, pra tirar você daqui — Eu ainda o encarava calada, puxei a cadeira me sentei continuando a encara o mesmo, com uma sobrancelha arquiada — Sabe fiquei tão surpreso quando chegou pra mim que tu tava tramando mais a minha irmã."

Minha mente viaja para o dia em que eu estava completando cinco meses no presídio, e o RD foi me visitar, então ele ficou mesmo arrumando uma forma de me tirar de lá?

Leozin: Ou — Estrala os dedos na minha frente me fazendo despertar dos pensamentos, encarando ele atentamente — Vamo patrão já chamou no rádio perguntando da gente.

Assinto ainda sem falar nada e a gente caminha pra boca. Vou o caminho inteiro totalmente calada.

Chego lá cada um vai fazer teus corre e eu subo pra salinha improvisada e começo a fazer as contas das mercadorias vendidas, dos lucros, e começo a separar o pagamento de alguns vapores.

Passa mais ou menos uma hora quando o RD abre a porta desesperado.

— Coe que afobação e essa parça — Ele continua me encarando do pé a cabeça mais não fala nada e eu levanto uma sobrancelha, já não estou entendendo nada que porra e essa? — Que isso? Quem piscar primeiro perde? Saiba que sou muito boa nisso, o Silas pode te comprovar —  Ele respira fundo.

RD: Chega aí po, querem falar contigo — Diz olhando pro chão e voltando a me encarar, esse quebra cabeça tá muito confuso, e quem começou vai ter que terminar.

Guardo tudo no lugar, e entrego a bolsa com grana pra ele, se isso sumir na minha responsa, os cara me cobra bonito, quero nem imaginar uma porra dessas.

Saio da sala descendo as escadas da lage, e vendo o Leozin, o Silas e o Vini ali que lança o mesmo olhar pro RD.

— Tá que porra que tá rolando aqui? E porque vocês tão estranhos? — Eles ficam em silêncio, me deixando com mais raiva, respiro fundo tentando me controlar.

Xxx: Deve ser por minha causa — Olho para a menina do lado do Vini, sem reconhecer quem era, tinha os cabelos cacheados longos, estava segurando uma bolsa e olhando tudo ao redor assustada.

— Continuo sem entender porra nenhuma — Ela me encara descendo o olhar pra minha cintura aonde tava a pistola, ela arregala os olhos e eu cruzo os braços esperando uma explicação.

Mariana: Sou Mariana...

— E eu a princesa Isabel — A essa hora meu sangue já havia fervido, estava em um estresse do caralho.

RD: Princesa — Chama minha atenção e e reviro os olhos. Qual foi dessa aproximação repentina que ele tá comigo em? Tô entendendo mais nada.

Mariana: Sou sua irmã — Na hora eu desfaço a cara feia e descruzo os braços desacreditada, e começo a rir.

Eles olham pra mim sem entender, e eu continuo rindo, mais muito mesmo, sabe quando você chora horrores. Olho ao redor procurando as câmeras, ou alguém sair gritando você está na pegadinha do ratinha da um sorriso pra câmera.

RD: Pega um copo d'água lá po — Vejo o Vini sair e começo a regular minha respiração.

Ele volta com a água e me entrega, bebo ainda com o ar de riso e encaro a menina séria parada na minha frente.

— Que brincadeira de mau gosto e essa? — Ela fica perplexa por eu ter mudado de humor repentinamente.

Mariana: Não e brincadeira...

*Não esqueça do seu fav e do seu comentário.

Apreciem a beleza do Ret no multimídia.

Envolvida (EM REVISÃO)Kde žijí příběhy. Začni objevovat