• Capítulo Quarenta e sete

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Lívia narrando...

Angela: Fica calma Lívia, você conhece a Vivian ela nao faria isso com você — A tia Angela tenta a todo custo me acalmar porém só me vem a cabeça de que ela desistiu.

Já passou do horário combinado, na verdade já se passou horas do horário combinado.

Me sento na mesa de piquenique aqui fora e vejo a Lauane se aproximar, ela adora fazer hora com a minha cara, ela já tem dezessete anos eu tenho apenas quinze e nunca revido, não sou do jeito dela, não sei discutir.

Lauane: Own ficou triste porque não vai mais embora? —Ela finge falsa tristeza se sentando de frente pra mim — Aceita garota você já ficou tanto tempo nesse lugar que ninguém te tira daqui, ninguém quer você Lívia, olha pra si mesma, você é ridícula.

Vivian: Não mais ridícula como as pessoas que colocam outras pra baixo pra se sentir superior, quando na verdade é bem inferior — Dou um sorriso de lado ao ver ela, a Lauane se levanta e a encara.

Lauane: Pelo menos não sou nenhuma traficante — Vejo a raiva no rosto da Vivian,e fico com medo do que ela possa fazer.

Vivian: Tem razão, não é, mais eu conheço gente igual você Lauane, o máximo que você vai chegar sendo assim é no fundo do poço, e tenha certeza que ninguém vai te ajudar jogando uma escada, ou melhor podem até te jogar uma corda, mais depois eles vão te enforcar com ela, pessoas igual você estão destinadas a ficarem sozinhas, porque não admitem que tem a porra do ego, e a porra do rei na barriga, agora some da minha frente, antes que eu surte e te mostre o que essa traficante e capaz de fazer, e pouco me importa se você é ou não menor de idade — Ela termina de falar com um sorriso irônico e a Lauane sai sem falar nada, e ela me encara — Porque deixa essa garota mexer com você?

Dou de ombros e olho pro lado ela respira fundo, e circula a mesa se sentando do meu lado e passando o braço ao meu redor colocando minha cabeça no peito dela e acariciando meu cabelo.

Vivian: Que foi meu anjo? — Fico em silêncio por um momento apenas escutando o coração dela bater.

— Pensei que você tinha desistido — Dessa vez ela que fica em silêncio.

Vivian: Lívia olha pra mim — Respiro fundo e levanto a rosto encarando ela — Eu vou te levar pra casa, eu te prometi não prometi? Você a partir de agora vai ser a minha vida, tudo pra mim, você sempre foi eu só não encherguei isso antes — Dou um sorriso e abraço ela que me abraça forte — Cadê suas coisas?

— Estão no quarto.

Vivian: Vai buscar que eu vou falar com a Angela — Assinto me levantando e ela faz o mesmo.

Caminho até o quarto enquanto vejo ela falava com a tia Angela pego a minha mochila, sim, tudo o que eu tenho cabe em uma mochila escolar.

Saio do quarto e ela está com alguns papéis na mão, ela abraça a tia Angela e olha pra mim e da um sorriso, ela tava diferente, não parecia a Vivian de sempre.

Ela vem até mim e passa o braço ao redor do meu pescoço.

Vivian: Vamos? — Abraço a Angela e saio com ela do orfanato entramos em um carro preto e ela dá partida.

Eu nunca soube ao certo da onde eu vim, cheguei no orfanato muito nova, e não me lembro de absolutamente nada antes disso.

Eu me lembro da Vivian desde sempre ela sempre vinha aqui uma vez por mês, ficava horas com a gente, ela começou a se aproximar de mim quando eu completei nove anos, ela já era bem próxima.

Mais ali foi o auge, toda vez que ela vinha não desgrudava de mim, e eu me apeguei a ela, me apeguei de verdade, quando eu completei doze anos eu já tinha mais ou menos essa ideia de um dia ela me adotar.

Porém todo mundo falava que era uma ideia absurda, e quem diria olha aonde eu estou hoje.

Ela começa a subir uma favela e para de frente a uma casa branca. Ela desliga o carro e me encara.

Vivian: Pedi pizza não sou muito boa na cozinha — Balanço a cabeça em confirmação e desço do carro olhando ao redor.

Ela pega na minha mão e abre o portão e espera eu passar pra poder fechar, Era de dois andares, a gente começa a caminhar por um corredor pequeno do lado esquerdo da casa.

Chegamos na parte de trás onde vejo uma pequena área de lazer, era tudo tão pequeno, mais ao mesmo tempo tão luxuoso, encontraram a sintonia perfeita entre os dois.

Ela entra em casa e eu entro logo atrás dela, e fico encantada com a parte de dentro da casa.

Vivian: Tá impressionada? Espera só até ver o seu quarto — Dou um sorriso e ela pega a minha mochila.

Sigo ela pela escada e ela para de frente para uma porta e me encara.

Vivian: Preparada? — Assinto e ela dá espaço pra mim passar, giro a maçaneta e abro a porta olhando todo o cômodo, era tudo tão lindo.

Nunca tive um quarto só pra mim,ou até alguma coisa pra chamar de meu, nunca tive essa chance.

E agora que isso tá acontecendo parece até mentira, eu posso jurar que estou sonhando.

Começo a chorar, e em questão de segundos sinto os braços da Vivian ao meu redor, ela me leva pra cama e se deita comigo, eu não consigo parar de chorar, acho que isso é uma coisa que você desenvolve depois de tanto tempo sendo forte.

Você não demonstra fraqueza na frente das pessoas, o choro não é uma fraqueza nunca foi, mais depois de ser julgada por muitos, sempre encarei como uma, e parei de chorar na frente de todo mundo, tentei ser forte por tudo e por todos. Colocando sempre as pessoas a frente de mim.

Vivian: Pode parar de ser forte agora Lívia — Diz me abraçando mais forte e acariciando meu cabelo, e em meio ao choro eu apaguei.

*Não se esqueça do seu fav e do seu comentário.

Envolvida (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now