9. A má fama dos meus pais, destroem minha popularidade.

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A má fama dos meus pais,
destroem minha popularidade.





OK. EU SABIA QUE NUNCA fui o ser mais agraciado ou sortudo do universo. Eu sabia que era azarada. Isso não é novidade nenhuma. Beleza! Tudo bem! Posso lidar com isso, mas não consigo lidar com o fato de que morri e revivi no meio de um bando de bárbaros com higiene questionável e que não conheciam a cera depilatória. De alguma forma eu não me sentia aliviada por não estar literalmente morta, sabe porque? Já viram um filme onde tudo estava indo bem e depois uma desgraça gigante acontecia e fodia legal com todo mundo? Então... Era assim que realmente me sentia.

Porque quando pessoas fodidamente azarada como eu dão algum tipo de sorte, acreditem, é porque uma gigante desgraça está prestes acontecer e eu soube disso no momento em que Sam disse que as Nornas estavam ali, justamente para ler meu destino. Eu não me sentia confortável com os burburinho das vozes que fofocavam diretamente sobre mim e os olhares pesados que sentia sob mim. Como se eu estivesse armada com uma granada de purpurina que explodiria e iria preencher aquele salão de puro glamour — como se fosse possível aqueles bárbaros ficarem glamurosos. Eu sou apenas Doraalice, não sou uma Deusa. Então não faço milagre.

Acho que nem se eles nascessem de novo, isso melhoraria a cara feia deles. É triste? É. Posso estar sendo maldosamente cruel? Posso. Mas estou sendo sincera quando falo isso com a maior tranquilidade.

Ok, acho que já perceberam que não bato muito bem das ideias. Tudo bem, minha prima, Octávia Stone também não batia. Acho que loucura faz parte natural da minha doce família.

A questão era: eu estava assustada e surtando, o suficiente para me segurar e não tentar comer compulsivamente o meu prato de jantar com... Como que era o nome da criatura de que a carne era feita? Stuart? Savana? Smurf? Ou seria o próprio Satanás? Vai saber. Eu não me lembrava do nome da bagaça que era meu jantar, mas isso não é tão importante quanto o fato deu estar literalmente surtando internamente e mordendo o lábio inferior para não dar um gritinho super histérico.

Me lembrava vagamente das Nornas que li no meu livro de mitologia. Cada uma delas representava o tempo: passado, presente e futuro. E todas as três eram responsáveis pelos destinos de todos, como as Parcas na mitologia grega.

Eu sei que deveria me sentir no mínimo um pouquinho satisfeita para não ter ido literalmente para dedéu quando morri. Mas de repente o Hotel Valhala não me parecia ser mais um lugar mágico onde os guerreiros honrados iam, na verdade, naquele momento, ele parecia uma espécie de purgatório que fazia questão de ferrar cada vez mais.

Acho que eu teria gostado se alguém tivesse me avisado que eu ia morrer, ia para Valhala e certamente me foderia mais de um milhão de vezes diferentes. Talvez se eu soubesse disso, eu certamente teria evitado a morte. Tipo, passando bem longe dela, ou me mudando para Europa ou sei lá, fazendo um tipo de magia vodu para não me meter nessa merda.

Tudo seria bem diferente se eu soubesse que iria morrer.

Quando as três Nornas vinham a meu encontro. Eu quase berrei ou comecei a roer minhas unhas. Porra! Eu estava nervosa para caralho! Tipo quase urinando nas calças ou saindo correndo berrando para alguém chamar um exorcista porque realmente aquelas três, para mim, pareciam ter saído de um filme de terror assustador o suficiente para te provocar pesadelos horríveis. E eu sempre odiei filmes de terror. Sabem qual era a pior parte? Era saber que tudo isso não era ficção e sim a porra da realidade.

Por um momento cogitei a ideia de me esconder debaixo da mesa. Mas novamente, como se Sam pudesse magicamente ler meus pensamentos loucos e perturbados, ela segura meu braço de forma firme, impedindo de realizar meu plano infalível que se tornou vergonhosamente falido. Cebolinha se você fosse real, eu te esganaria com as orelhas do coelho da Mônica.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: May 31, 2021 ⏰

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Things We Lost In The Fire ── 𝐌𝐀𝐆𝐍𝐔𝐒 𝐂𝐇𝐀𝐒𝐄Onde as histórias ganham vida. Descobre agora