14_ Chuva?

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Eu ainda estava sorrindo quando entrei no meu quarto e me deitei na cama. Meus olhos se fecharam automaticamente e o sorriso de Daniel foi a primeira coisa que eu vi.

Eu estava tão grata por ter conhecido ele. Se não fosse por ele, o único amigo que eu teria no colégio seria o Zezinho.

" Mas quando isso acontecer não é para me substituir não, ok? Eu fui o primeiro então tenho que ser o melhor amigo. "

Sorri novamente virando-me parando de barriga para baixo na cama.

ㅡ Não vou te substituir. ㅡ Ri olhando para frente e acabei me vendo no espelho. ㅡ Minha nossa... ㅡ Murmurei me levantando e indo em direção ao espelho na parede. Meu cabelo era extremamente oleoso. Eu havia o lavado ontem, mas já estava tão sujo.

Encarei minha penteadeira com o dedo indicador do queixo e acabei sorrindo novamente quando decidi cuidar um pouco de mim. Em geral eu tinha muita preguiça de fazer isso, mas naquele dia eu estava com tempo e a preguiça não era tanta.

Minha mãe ainda não havia chegado, o que me dava mais uns minutos com a casa só para mim para eu ser quem eu era sem preocupação.

A música voltou a soar pela casa, minha voz também, mas eu não cantava tão bem, então não preciso dar ênfase nessa parte.

Eu fiz uma hidratação no meu cabelo,  cuidei da minha pele, fiz unhas e sobrancelha, sequei o meu cabelo e fiz uma maquiagem bem leve. Quase não dava para perceber que eu estava maquiada, na verdade.

Isso levou basicamente o resto da tarde. Quando terminei, já era hora de eu sair de casa para ir para o meu primeiro dia de trabalho.

Eu não estava com fome - aqueles morangos embrulharam meu estômago - mas eu sabia que tinha que comer algo. Abri a geladeira procurando por algo que fosse leve, mas nada ali me dava a mínima vontade.

Somente naquele momento me lembrei das tangerinas que Daniel havia me dado.

Corri na direção do meu quarto e peguei o pequeno pote de tampa amarela. O amarelo me fez sorrir.

Guardei o pote na minha bolsa, passei um perfume e olhei-me no espelho mais uma vez antes de sorrir e sair do quarto.

Deixa eu me apresentar
Que eu acabei de chegar
Depois que me escutar
Você vai lembrar meu nome... ㅡ Cantarolei descendo as escadas e avistei minha mãe entrando pela porta com a maior cara de exaustão.  ㅡ Oi!

ㅡ Oi, querida. ㅡ Sua voz também demonstrava cansasso. ㅡ Já está saindo? ㅡ Ela inclinou-se para baixo para tirar os sapatos.

ㅡ Sim. A senhora passou o dia todo fora, o ensaio de fotos demorou tanto assim?

ㅡ Nem me fale. Eu estou quebrada. ㅡ Ela ergueu-se colocando a mão na cintura e só aí olhou para mim. ㅡ Elizah, você está linda. O que fez de diferente?

ㅡ Deixei minha preguiça de lado e cuidei de mim. ㅡ Dei de ombros rindo. ㅡ Vou indo, ta? Não quero ter que correr.

ㅡ Tudo bem. ㅡ Ela passou por mim indo em direção às escadas. ㅡ Ah, como foi hoje?

ㅡ O que?

ㅡ Com as suas amigas. ㅡ Ela sorriu. ㅡ Elas gostaram dos lanches?

ㅡ Ah... ㅡ Eu me sentia mal mentindo para minha mãe, mas realmente não queria chatea-la com nada disso. Tanto ela quanto meu pai estavam felizes e eu não queria estragar isso. ㅡ Sim. ㅡ Forcei um sorriso, mas logo a culpa pela mentira me tomou.

ㅡ Que bom, pode chama-las mais vezes. Vou gostar de conhecê-las. ㅡ A mesma sorriu mais uma vez e virou as costas subindo as escadas.

Parei de sorrir virando-me para a porta e respirei fundo.

Amarelo, a nova cor do Amor - DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now