[Epílogo] Taehyung

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Fitei as folhas em minhas mãos por mais alguns instantes. Lendo a última frase escrita em uma caligrafia bonita.

Com meu coração acelerado e borboletas voando no estômago.

Li muitos livros durante a minha vida, mas nada que fosse tão intenso, nada que chegasse a me deixar quase que sem ar.

E ele ainda diz ser ruim com as palavras...

É engraçado, porque há momentos nossos escritos nessas folhas nos quais eu sequer me lembrava até então. Há sentimentos que eu sequer imaginava que poderiam ser tão intensos, todos escritos bem ali. Da maneira mais pura e sincera.

Organizei novamente as dezoito folhas, desde a primeira data até a ultima, as dobrando exatamente como estavam e guardando de volta na caixa.

– Taehyung! – o ouvi gritar por mim, seus passos se aproximando e o encontrei finalmente na porta – Por que está demorando tanto?

– Onde você disse que estava mesmo a câmera?

Hoseok bufou, se aproximou de mim e ajoelhando-se ao meu lado ele tomou para si a caixa. Revirou as coisas lá dentro e acabou puxando a câmera fotográfica para fora.

– Aqui, cabeça de vento.

Contive um sorriso, o assistindo mexer nas coisas que restaram na caixa.

– Não sabia que eu guardava tanta coisa assim... – murmurou de cenho franzido, largando no chão a câmera e levando todo seu foco para a caixa – Olha... – sorriu largo.

Hoseok me mostrava uma foto nossa bem no início do nosso namoro, em uma festa na praia.

– Saudade de quando éramos só nós dois – digo e ele me empurra pelo ombro – Estou brincando!

– Não diga essas coisas – disse mesmo assim – Olha aqui, você loirinho – riu soprado, me mostrando uma foto onde eu aparecia com os cabelos tingidos – Lindo...

E continuou mexendo em todas aquelas coisas, bilhetes antigos, fotos e rolos de câmera, até finalmente parar nas folhas dobradas.

De cenho franzido ele a ergueu, desdobrou e quando percebeu do que se tratavam se afastou de mim para que eu não pudesse ver.

– O que é isso? – pergunto como se não houvesse acabado de ler.

Hoseok não responde, folheia os papeis e até passa os olhos por alguns deles, lendo suas palavras. Antes de fazer que não com a cabeça e dobra-los todos de volta.

– O que é? – repito a pergunta.

– Besteira.

– Me mostra?

– Não.

Diz e guarda toda as dezoito folhas de volta da caixa, antes de tira-la do chão e guarda-la de volta no guarda-roupas.

– Vamos, não quero sair de casa tarde – pegou a câmera e me puxou para fora do quarto.

Contive o riso, antes de puxa-lo de volta para dentro. Abraçando sua cintura e deixando um beijo em sua boca.

– Eu te amo, sabia?

– Eu sei – sussurra.

– E tu sabe que é o único na minha vida?

– Eu espero que eu seja mesmo – brincou e eu contive um risinho.

– Você é sim – beijei seu rosto e Hoseok passou os braços em volta do meu pescoço.

– Vamos logo – chamou, para finalmente se afastar e me puxar pela mão até a sala.

– Pai!

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