Morcego II

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Boa leitura


– Ah, dá um tempo! – Harry exclamou em frustração. Snape sempre escolhia os momentos mais inconvenientes, sempre interrompendo quando ele só tentava ficar um pouco a sós com Draco.

O homem estava vigilante até mesmo no hospital.

– Vocês dois deviam se envergonhar! Vamos, Draco, você não pode mais ficar aqui! – Snape disse num tom autoritário.

– Mas não estávamos fazendo nada de errado... – Draco protestou. Gostava do professor, mas era cansativo que ele sempre se intrometesse em seu relacionamento com Harry.

Snape revirou os olhos. Agora que sabia que Draco era seu filho, teria cuidado redobrado com o ômega. Harry tinha os olhos da mãe, e ele sabia o poder que aqueles olhos poderiam ter. Seu menino seria devidamente protegido. Potter teria de convencê-lo primeiro de que cuidaria bem de seu filhote.

– Você não está mais com o colar no pescoço... precisa ter mais cuidado – Snape alertou e Draco revirou os olhos.

– Voldemort se foi, Harry o derrotou. Eu posso agora ter a marca do meu alfa! – Draco disse cruzando os braços, olhando para Snape de forma desafiadora.

– Vamos ver o que Narcisa vai falar quando ela souber que você veio aqui com essas coisas na cabeça, mesmo estando doente – Snape devolveu.

– Não devia se meter, você não é pai dele! – Harry exclamou.

– Por Merlin, o que está havendo aqui? Posso escutar vocês do lado de fora do quarto! – o medibruxo Walters entrou na sala, com um prontuário na mão, após ouvir as vozes do corredor.

– Eu vim buscar o senhor Malfoy. Além de estar se agitando, está deixando o senhor Potter agitado também! – Snape disse de forma seca.

– Nós conversamos sobre não se agitar Potter! – Walters disse num tom grave e Harry revirou os olhos.

– Vou levar o jovem Malfoy de volta para casa... – Snape disse, pegando Draco pelo braço e o medibruxo assentiu.

– Sim, melhor... Pelo que o doutor Finnegan me explicou ele também precisa descansar.

Snape sorriu vitorioso para Harry e deixou o quarto com Draco.



Mansão Malfoy


– Não acredito que implicou de novo comigo e com Harry! – Draco exclamou indignado.

– O que houve? – Narcisa perguntou ao ver o filho com uma expressão zangada.

– Ele já estava se deitando na cama do hospital com Potter! – Snape explicou, cruzando o braços, e Draco bufou.

– Draco! – Narcisa olhou para o filho em choque.

– Não é isso que está pensando... Harry só estava brincando... – Draco se justificou, enrubescendo de leve.

– Sei muito bem como são as brincadeiras de vocês dois! Narcisa, escute o que eu digo, se não ficarmos de olho nesse menino, ele vai ser marcado antes mesmo de se formar! – Snape olhou para Draco em tom de reprovação.

– Por que você sempre se mete no meu relacionamento com Harry? Eu gosto dele! – Draco disse em frustração.

– Faço isso porque penso no seu bem. Ainda é muito jovem e tonto pra entender o que um relacionamento desses significa! – Snape suspirou.

– Harry e eu somos destinados! Não vejo mal nenhum em estarmos juntos! Eu dispenso suas preocupações! Harry está certo! Você não é nada meu, não tem que se intrometer! – Draco disse com raiva e Narcisa massageou as têmporas, a fim de tentar aliviar a dor de cabeça que aqueles dois estavam lhe dando.

Snape deu um passo para trás, sua língua coçando para dizer a verdade.

– Narcisa... Sei que combinamos que esperaríamos ele melhorar pra contar, mas olhe como ele está rebelde e sendo grosseiro comigo!

– Contar o quê? Do que está falando? – Draco olhou confuso de Snape para sua mãe.

– Severo... – Narcisa murmurou.

– Por favor... Melhor dizermos logo a verdade – Snape pediu. Nunca foi um homem impaciente, mas sentia que já tinha perdido muito tempo de sua relação com Draco. Queria que ele soubesse também que era seu filho e compreendesse que estava agindo pelo seu bem.

– Mãe, que está acontecendo? – o loiro perguntou com uma expressão séria, entendendo que Narcisa e Snape pareciam estar falando de algo grave que ele precisava saber.

– Antes de começar, quero que você compreenda que a vida pra mim nem sempre foi fácil e que me vi obrigada a fazer escolhas, para o meu e para o seu bem... – Narcisa explicou, resignando-se. Ao contar a verdade para Snape, sabia que logo chegaria a hora de revelar tudo a Draco.

– Você está me assustando... – Draco murmurou.

–Eu me vi obrigada a mentir sobre quem era seu pai na época em que me casei com Lucius. Eu na época acreditava que não podia contar a verdade sobre a minha gravidez... Lucius não é seu pai na verdade, meu querido... – Narcisa explicou e viu o rosto de Draco empalidecer.

– Meu pai... – Draco olhou para a mãe, seus olhos marejando.

– Severo é seu verdadeiro pai, Draco... – Narcisa contou com medo da reação de seu filho ao ouvir aquela verdade escondida por tantos anos.

– Ele é o quê? – Draco questionou, franzindo a testa. Seu pai, para o melhor e para o pior, era Lucius Malfoy. Snape era... Bem, Snape era seu professor em Hogwarts.

Como uma coisa dessas podia ser verdade?

– Ele é seu pai, meu querido. Me desculpa ter guardado esse segredo, nós íamos esperar você se recuperar pra te contar... Eu sinto muito – Narcisa baixou a cabeça.

– Não entendo... Você e ele... Não pode ser... – Draco se sentou no sofá ainda confuso.

Narcisa trocou olhares com Snape e suspirou.

– É uma longa história, meu querido. Mas não se preocupe, vou explicar tudo com calma para você...

Tempus Fugit (drarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora