Formatura

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Boa leitura!


Draco ouviu atentamente a explicação de sua mãe e se voltou já com os olhos cheios de lágrimas para Snape. A sua vida inteira acreditou que precisava ser motivo de orgulho para Lucius, que, no final, estava oferecendo-o a Voldemort como se fosse uma mercadoria qualquer. Ainda assim, o ômega encontrava forças para perdoá-lo e amá-lo, pois, afinal de contas, aquele homem era seu pai.

Mas, agora após ouvir a verdade dos lábios de sua mãe, Draco se sentia liberto.

– Na época, eu não vi outra saída que não fosse mentir... Sinto muito, querido. Mas fico feliz que agora eu possa dizer a verdade. Severo é seu pai e eu espero que vocês possam se redescobrir e, quem sabe, construir uma relação de pai e filho – Narcisa disse.

Draco olhou para Snape sem saber o que dizer. Verdade que ele sempre viu no professor uma figura paterna. Mas nunca no sentido literal.

– Espero que um dia possa me reconhecer como seu pai... – Snape disse, em um de seus raros momentos de emoção.

– Quem sabe um dia... Por agora é muita informação pra mim... eu quero descansar – ele disse e sua mãe assentiu.

– Está bem querido... Vá se deitar... – Narcisa disse e Draco deixou a sala, subindo as escadas para chegar a seu quarto.

– Ele não vai me aceitar... – Snape murmurou.

Narcisa pousou a mão suavemente sobre o ombro dele.

– Ele vai, meu querido... Só tenha um pouco de paciência. Draco está ainda muito confuso com isso tudo, mas garanto que ele gosta muito de você.

Snape suspirou, sabia que tinha um longo caminho pela frente até Draco tratá-lo como pai.

Ele precisava de paciência e deixar o tempo dar conta de algumas coisas.



Dois meses depois...

Mansão Malfoy


– Tempus fugit – Snape murmurou ao ver Draco em sua beca de formatura. Dois meses se passaram e o dia mais esperado para os alunos do sétimo ano havia finalmente chegado. Foi longo o caminho percorrido por eles, mas finalmente estavam se formando e ganhando asas para enfrentar novos desafios.

– Latim... O que significa mesmo? – Draco perguntou, esquecendo-se do significado da expressão.

– O tempo foge, voa... Parece que foi ontem que o chapéu seletor te colocou na Sonserina e eis aqui você, pronto para receber o seu diploma... – Snape disse, ajeitando o chapéu de formando na cabeça de Draco.

Draco sorriu. Sua relação com Snape havia progredido nesses dois meses, embora ele ainda não tivesse chamado o professor de pai. Havia também os conflitos por causa de seu namoro com Harry que os colocava em lados opostos, mas sentia que aos poucos Severo começava a aceitar o óbvio – Harry e Draco eram destinados e não tinha como ficarem separados.

– Draco, você já está pronto? Oh... vejo que está... – Harry parou de boca aberta à beira da porta, olhando Draco nas roupas de formatura.

– Mas você está com cabelo bagunçado... e precisa arrumar melhor a beca, vem eu vou te ajudar... – Draco disse, puxando Harry para dentro de seu quarto.

Snape observou a dinâmica dos dois, como eles também progrediram nesse tempo. Harry olhava para Draco com adoração e estava claro o carinho e o cuidado que tinha com o ômega. E o oposto também era verdade. Os olhos de Draco brilhavam enquanto ele penteava os cabelos de Harry.

Na verdade, ele não se recordava de ver Draco tão feliz como agora.

– Vou deixar vocês a sós – ele disse, antes de sair do quarto.

– Que milagre foi esse? – Harry perguntou, acostumado que já estava com Snape sempre tentando vigiar os dois.

Draco deu de ombros.

– Deixa ele... No fundo, ele só se preocupa...

– Eu sei, mas ele podia ser menos invasivo... Agora que vamos nos formar, não temos mais a sala precisa pra fugirmos dele... – Harry comentou.

– Isso é verdade...

– Poderíamos parar de fugir se... se... Draco, vamos nos formar, sei que ainda somos novos, mas... Você aceita viver comigo? – Harry disse, pegando a mão do ômega.

Draco sentiu seu coração disparar com o pedido.

– Acha que estamos prontos pra isso?

– Vou entender se disser que não... Mas eu já tenho mais de dezoito anos não preciso mais voltar pra casa dos meus tios. Eu posso recomeçar minha vida e eu queria você comigo... – Harry disse e Draco parou pensativo antes de dar sua resposta.

– Eu aceito, mas você me ajuda com Snape, minha mãe sei que ficará feliz – Draco disse e Harry o abraçou com força.

– Deixa o morcegão comigo! Ele vai ter que aceitar! – Harry disse rindo.

– Mas vamos deixar a festa de formatura passar... Não queremos drama, não sei como vai ser se falarmos sobre morarmos juntos pouco antes da formatura; eu te disse que ele desmaiou quando soube que era meu pai... – Draco ponderou.

– Frouxo... – Harry revirou os olhos.

– Confesso que se não fosse o choque de descobrir que ele era meu pai, teria caído na gargalhada quando minha mãe contou... Imagina ele caindo no chão desmaiado... – Draco riu.

Os dois deixaram a mansão Malfoy, junto de Narcisa e Snape, rumo a Hogwarts para a grande festa de formatura.

Antes dos festejos, porém, foram prestadas as devidas homenagens ao antigo diretor. A nova diretora, a professora Minerva McGonagall, solicitou aos alunos um minuto de palmas em homenagem a Dumbledore.

E então começaram os discursos para a entrega dos diplomas. Draco e Harry trocavam olhares, cada um junto dos colegas das respectivas casas.

– Um ciclo termina para que outro possa começar. Estou muito orgulhosa de cada um de vocês por terem chegado até aqui. Todos foram especiais para nossa escola e sei que alguns retornarão a essa casa um dia, não como alunos, mas como colegas de trabalho. Alguns vão para o ministério, outros, para o St. Mungus, enfim... para o mundo. Mas, independentemente do caminho que escolherem, nunca se esqueçam de percorrê-lo com ética, carinho e amor – Minerva disse, sendo aplaudida por todos ao final de sua fala.

Um a um os alunos foram chamados para receber seus diplomas das mãos dos professores. Draco recebeu seu diploma das mãos de Snape, que o recebeu com os olhos marejados, visivelmente lutando contra as lágrimas.

– Parabéns, você merece esse diploma, sempre foi bom aluno – ele disse.

– Obrigado.... pai... – Draco finalmente disse a palavra de três letras e Snape deixou escapar uma lágrima, apesar de sua luta para manter o controle.

– O morcegão está chorando? – Rony perguntou chocado.

– E a gente achando que ele não tinha um coração... – Hermione sorriu.

Quando Harry foi chamado, os alunos de todas as casas se levantaram e o aplaudiram. O grifinório enrubesceu um pouco envergonhado, embora estivesse feliz com a demonstração de carinho.

Recebeu seu diploma das mãos de Minerva, que o recebeu com um forte abraço.

– Seja feliz, senhor Potter!

– Já sou, professora... E só espero o melhor daqui pra frente! – Harry disse, pegando seu diploma.

Após o último diploma ser entregue, os formandos se misturaram num grupo só para outro momento tradicional: jogar os chapéus para o alto. Estavam todos felizes, uma chuva prateada e dourada caiu sobre eles, enquanto eles festejavam alegremente.

– Parabéns, Harry! – Draco disse.

Harry o puxou para junto de si, envolvendo-o num beijo apaixonado, o que não passou despercebido dos demais alunos.

– Parabéns, meu amor!

Tempus Fugit (drarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora