• Sueños ⊰ Christopher Velez

• 9

Estávamos quase do lado de fora, se não fosse algumas pessoas que decidiram parabenizar a Alex apenas agora. Ouço alguém me chamar e não identifico bem quem era, tinha muito barulho. E também, não fiz muito esforço para saber.

— Ahn.. Nora? — meu pai chama minha atenção e depois aponta para atrás de mim. Me viro.

Ai caralho. Ele estava parado atrás de mim. Lindo daquele jeito, por um minuto é como se eu me esquecesse de respirar apenas com a visão dele me olhando.

— Chris..

— Você esqueceu comigo. — ele balança meu celular em sua mão. E  começo a pensar, se não fosse por isso, ele iria me procurar?

— Obrigada. — dou um sorriso rápido.

Finalmente as pessoas se dispersaram da frente e meus pais me chamam. Olho para o Christopher com o coração apertado. Ele não ia me falar nada?

— Não, espera.. senhor e senhora Hale, preciso conversar com ela. Eu a levo depois, pode ser? — ele diz e meu coração se alivia.

Meu pai hesitou em deixar, mas balanço a cabeça concordando e ele se despedem com um tchau com a mão. Fomos para um lugar mais afastado.

— Me desculpa, tá? Perdão.

— Chris, se você não quisesse nada depois do nosso encontro, era só falar. Eu iria entender.

— Não, não é isso.. o problema é que eu quero. — diz.

— Por que isso é um problema?

— Por conta de coisas do passado, decepções.. enfim.

— Chris, todo nós carregamos nossas feridas e muitas delas, ainda não cicatrizadas, mas só precisamos encontrar alguém que esteja disposto a ajudar um ao outro. — pego em sua mão e o olho.

— E você...

— Eu vou está aqui, até quando eu puder. Então sim, eu estou disposta a dar uma chance, é claro, se você também estiver.

Ele sorri e me puxa para um abraço. Sabe quando você vê um copo de vidro quebrado espalhado pelo chão? Agora pense que a cena está ao contrário, você agora vê o copo voltando a ser como era antes, inteiro e lindo. Foi como eu acabei de me sentir, todas pecinhas de meu corpo estavam juntas novamente e conseguia respirar bem, dentro do seu abraço.

— Desculpa por não mandar notícias nessas semanas, eu cheguei ontem e logo fomos resolver umas coisas. Minha família está se mudando para Manhattan também.

— Não se preocupe, agora está tudo bem! — sorrio e a gente se afasta.

— Na hora que nos esbarramos, eu estava te enviando uma mensagem. — quando ele termina de falar, eu ligo a tela do celular e vejo uma mensagem dele na barra de notificação.

"Eu queria te ver, já estou em Manhattan."

Na mesma hora, chega outra mensagem.

"Esqueci de dizer outra coisa, você está muito linda."

Levanto meu olhar e o olho, ele sorria, o que me fez sorrir também. Ele tira alguns cachinhos de meu rosto e tenta colocar para outro lado, mas o cacho volta. Ele sorri mas não desiste, até que consegue.

Seu toque estava quente, mesmo com a brisa um pouco gelada da noite. Seu olhar em nem um momento se perde dos meus e ele começa a encostar mais em mim, e dou alguns passos para trás. Minhas costas batem contra parede e fico sem saída. O lugar estava ficando vazio e ele era enorme dava para aproveitar bem.