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Minha mãe e meu pai estavam conversando em pé, ao lado da porta do quarto, eles pareciam preocupados, até demais. Eles estavam em uma distância curta, mas sentia como fosse tão longe.

Novamente tento falar algo mas nada saia, ao observar meu corpo, um tubo de oxigênio estava em meu nariz, aquilo incomodava muito. Meu Deus!

Conseguia me movimentar, minha mãe estava olhando em minha direção, mas ela estava me ignorando? Ou ela não estava me vendo?
O desespero começou novamente, eu não conseguia falar, abraço meu próprio corpo e começo a chorar.

— Nora! Nora!

Vejo minha mãe correndo em minha direção e olhando desesperada para o meu pai. Ela diz algo para ele e o mesmo sai apressado do quarto.

Me desperto em um pulo e minha mãe estava segurando meus ombros.

— Filha, aí graças a Deus. Você estava gritando. — ela me olhava preocupada. — Pesadelo de novo?

Minha respiração estava acelerada, olho pelo quarto e eu estava em casa. Meu quarto, minhas coisas, minha cama, nada de hospitais. Respiro aliviada.

Lá fora, ainda era noite, o quarto estava claro por conta da luz do abajur. Me sento na cama e abraço a cintura de minha mãe. E me permito chorar.

— Calma filha, já passou. Você não está sozinha.

— Mãe, parecia tão real. A dor, ela era tão forte.

— Fica tranquila, tenta não lembrar. Eu estou aqui com você agora, é tudo que importa.

— Amiga, você não quer procurar ajuda? Um profissional pode te auxiliar melhor, você ficou com trauma por conta do acidente

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— Amiga, você não quer procurar ajuda? Um profissional pode te auxiliar melhor, você ficou com trauma por conta do acidente. — Paola diz, sentada em meu lado.

— Hoje foi tão real.. — falo inquieta. Esses pesadelos estão me afetando mais do que eu imaginava.

— Nem consigo imaginar quão horrível é. — Jenni responde e volta sua atenção ao celular. Estranho a atitude, mas deixo para lá. Só estava curiosa, com quem ela tanto conversava?

— Preciso ocupar minha cabeça, me falem alguma fofoca ou não sei... como foi as aulas de vocês hoje? — digo.

— A, foi legal.. entrou dois meninos hoje em minha turma e foi lindo ver como as meninas os acolheram tão bem. — Paola diz animada.

— Ai amiga, imagino. — olho para a mesma com um sorriso simpático. — Você disse que na outra escola eles só aceitavam mulheres, né?

— Sim, então.. por isso que eu fiquei feliz.

Meu celular começa a tocar e eu acabo tomando um leve susto, abro minha bolsa e eu o pego. O nome do Christopher aparece na tela, e logo um sorriso bobo surge em meu rosto. Me levanto atendendo o celular e me distancio um pouco da mesa.

• Sueños ⊰ Christopher Velez Where stories live. Discover now