| 𝐀 𝐂𝐚̂𝐦𝐚𝐫𝐚 𝐒𝐞𝐜𝐫𝐞𝐭𝐚 |

683 81 7
                                    

Ana estava sentada no chão da sala comunal em frente a lareira, junto a ela havia pequenas peças de plástico brancas com letras pretas desenhadas em cima. Ela montava e desmontava as palavras tentando criar outras com as mesmas letras, ela havia ganhado aquele jogo de sua tia Emma no Natal e se sentia calma enquanto brincava com aquelas letras.

- Ana, estamos indo almoçar você vem? - Harry perguntou.

- Não estou com fome podem ir - Ela respondeu com um sorriso gentil.

O moreno concordou levemente com a cabeça e saiu junto com Rony para o salão principal, o ruivo ficou reclamando o quanto ele estava com fome e perguntava como eu não estava sentindo fome depois de um dia tão agitado como aquele. Ana sorriu e voltou a brincar com o nome de Beatrice formando outras palavras e até mesmo frases.

Após um tempo brincando com os nomes das pessoas que ela conhecia ela não tinha ideia de qual nome poderia usar. Ela bufou ao não ter ideia até que um nome que ela havia esquecido nos últimos dias reapareceu em seus pensamentos, Tom Marvolo Riddle. Sem outras opções ela formou o nome dele e começou a analisá-lo com atenção procurando por palavras ou frases que poderiam ser formadas com aquelas letras.

Foi questão de segundos analisando as letras e Ana desejou profundamente estar delirando ou tendo uma ilusão enquanto aquelas palavras se formavam em sua cabeça. Percebendo que ela realmente não estava louca começou a mover as letras. Ela tirou a letra "I" do nome Riddle e o colocou como o início da frase, em seguida ela retirou a letra "A" e "M" do nome Marvolo os colocando em frente ao "I".

- "EU SOU..." -Ela falou baixinho e voltou a mexer nas letras.

Ela retirou as letras "L,O e R" do nome Marvolo e tirou um "D" do nome Riddle formando mais uma palavra em frente ao "I am...". 

As mãos de Ana começaram a tremer levemente ao perceber o que estava vendo, se aquilo realmente fosse verdade ela precisaria agir de alguma forma.

Ela pegou as letras "V e O" que sobraram do nome Marvolo, depois pegou as letras "D, R, L e E" do nome Riddle e depois as letras do nome Tom finalizando aquela frase.

- Droga... - Ela disse baixinho com as mãos ainda tremendo depois de finalizar a frase.

"I AM LORD VOLDEMORT" (Eu sou Lord Voldemort)

Ana ouviu passos vindos da escada e rapidamente ela bagunçou as letras e se escondeu atrás do sofá. Gina entrou na sala comunal com os olhos fixados no caminho que ela fazia, a ruiva não percebeu a presença de Ana atrás do sofá.

De forma cuidadosa Ana pôs sua cabeça ao lado do pé esquerdo do sofá observando a ruiva descer as escadas e seguir de volta para o quarto, ela segurava o caderno preto. O diário de Tom Riddle, ou como os pensamentos de Ana concluíram, o diário de Voldemort.

Ana se levantou do chão assim que a ruiva saiu pelo quadro da mulher gorda, ela pegou sua capa do uniforme e a vestiu logo lançando um feitiço ilusório sobre si e seguindo Gina pelos corredores do castelo.

A ruiva seguiu até o banheiro do terceiro andar, o banheiro da murta que geme, e entrou no mesmo ainda não sentindo a presença de Ana no mesmo lugar que ela. Gina ordenou que algo se abrisse e as pias do banheiro começaram a se separar abrindo uma passagem, ela ordenou que escadas aparecessem e assim ela desceu pelo buraco antes que as pias se fechassem novamente.

Ana sabia que devia voltar e chamar um professore mas seu lado grifinório fez com que seu corpo de movesse sozinho em direção a pia sem nem mesmo ela perceber.

- Porque eu sempre escuto meu lado grifinório! - Ana reclamou para si mesma.

Ela esperou alguns minutos para poder entrar no lugara e ir atrás da ruiva. Se passou alguns minutos e Ana fechou os olhos calmamente e fez os mesmos passos que Gina havia feito.

- ABRA... - Ela sibilou e as pias se separaram outra vez - ESCADAS... - Sibilou outra vez e as escadas apareceram.

Ana desceu as escadas sem olhar para trás onde as pias já se juntavam novamente. O corpo de Ana entrou em estado de alerta e ela sentiu calafrios ao finalmente chegar ao chão, o lugar deixava a magia dela agitada.

Analisando o local ela percebeu que havia enormes tuneis que pareciam levar para vários lugares de Hogwarts, um deles levava para um outro espaço estranho. E foi por ali que Ana seguiu seu caminho em busca de Gina.

No espaço onde ela havia acabado de entrar havia uma enorme pele de cobra, parecia ter por volta de sete metros de comprimento, a pele estava velha como se estivesse a meses ali.

- Você estava certa Beatrice, para variar. É um basilisco - Ana disse tocando na pele.

Ela voltou a seguir seu caminho e parou em frente a uma enorme porta de ferro com algumas cobras na frente. Ana suspirou e novamente fechou os olhos se concentrando para abrir a porta, sibilou mais uma vez como fez para abrir a passagem no banheiro, as cobras começaram a se mover e uma outra contornou a forma circular da porta de ferro que se abriu dando passagem para outro espaço diferente. Pela primeira vez desde que ela desceu até ali, Ana quis recuar e chamar algum professor para ajudar Gina e acabar com odo o problema. Mas ela não o fez, apenas adentrou aquele espaço deixando a porta de  ferro se fechar atrás de si.

Gina estava deitada em um estado semi morto em frente a enorme estátua de Salazar que tinha uma pequena piscina logo a sua frente. Ana correu até a mais nova o mais rápido que pode sentindo o peito se apertar de forma angustiante as lágrimas de desespero começaram a surgir nos olhos da morena.

- Porque não me disse nada Gina? - Ana perguntou com a voz quebrada.

- Porque eu não permiti que ela te contasse - Uma segunda voz surgiu.

- ESTUPEFAÇA! - Ana gritou apontando sua varinha para o lugar de onde a voz veio.

O feitiço acertou um dos pilares da câmara fazendo com que ele explodisse lançando pedaços de concreto para todos os lados do lugar, e da fumaça de poeira um garoto de cabelos castanhos escuros que usava o uniforme da sonserina apareceu sorrindo de forma fria para a menina.

- Foi um dos feitiços estuporantes mais fortes que já vi - Ele disse olhando para a menina.

- Tom Riddle...ou devo te chamar de Lord Voldemort? - A garota disse com desdém.

Ele riu de forma sombria mas a expressão da garota continua gélida e os olhos brilhavam em raiva. Tom olhou para ela com um olhar surpreso ao ver que ela não esboçava nenhuma expressão para ele.

- Estou me perguntando porque você não foi selecionada na sonserina - Ele disse a analisando dos pés a cabeça - Você tem a confiança e coragem da grifinória mas tem sede por conhecimento e é ambiciosa - Concluiu.

- Meu lado grifinório é muito mais forte do que meu lado sonserino - Ana respondeu.

- Bryant e Amélia deve estar morrendo de orgulho de você - Ele disse de forma maldosa.

Ana abaixou a varinha franzindo o cenho e deixando sua expressão fria se tornar desconfiada, o garoto sorriu ao conseguir fazer a menina abaixar a guarda, esperava que ela fosse perguntar "Você conhece meus pais?", mas o que a jovem de doze anos perguntou o deixou ainda mais intrigado com o poder da família Murray.

- Porque você e meu pai brigaram naquela noite? 

𝐀𝐔𝐑𝐔𝐌 | Vol.2 | 𝒉𝑎𝑟𝑟𝑦 𝑝𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟Where stories live. Discover now