Cap. VIII - Até o fim

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Flashback de alguns meses atrás... 

Draco Malfoy - P.O.V

É possível traçar uma linha decisiva na minha vida. De um lado, tenho a minha vida tranquila, indiferente e banal. Focada em notas importantes, treinos de Quadribol e em descobrir feitiços para transformar água em Whisky de Fogo. E do outro... Tenho a minha vida como Comensal da Morte. 

Fui apresentado à esse mundo e à essa tarefa com a promessa de que eu seria o melhor. De que eu era o escolhido por Voldemort e o responsável para guiar o seu exército interno em Hogwarts. Meus olhos brilharam. Meus pais finalmente reconheceriam minhas habilidades... E finalmente me diriam que eu era motivo de orgulho.

Sem hesitar, eu aceitei. Fui treinado por Voldemort em minha casa, nas férias de verão. Aprendi feitiços que não estão nos livros, magias proibidas e técnicas originais. Ele me ensinou à esconder minha marca e disse que recrutaria mais jovens. Voldemort estava cada dia mais forte e com isso, cada dia mais poderoso. Era impossível pará-lo. 

E eu nunca quis que ele parasse. Eu sabia que se ele desistisse do seu exército em Hogwarts, eu voltaria a minha vida pacata. Eu voltaria a ser apenas mais um na multidão. E isso... Era tudo que eu queria evitar. A sensação de ser colocado no controle e escolhido por Voldemort, desencadeou um desejo incontrolável em mim. 

Poder. É o que todos querem e é o que eu tenho.

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Nos dias atuais... 

Draco Malfoy - P.O.V

Nossa reunião acontece semanalmente no dormitório de Blaise, Théo e meu. Os outros alunos suspeitam que estamos fazendo alguma coisa errada, mas não nos contestam. Ninguém na Sonserina ousa nos questionar ou nos acusar, pois sabem do que somos capazes. Nossos sobrenomes refletem apenas uma parte do nosso poder. 

Todos em Hogwarts nos conhecem à distância. Se você perguntar sobre nós, irá ouvir histórias escandalosas e mentirosas sobre o que fazemos. Ninguém nunca se aproximou da verdade, pois ela é mais cruel que a possibilidade de estarmos fazendo uma festa íntima em nosso dormitório. Ela é como uma rachadura em um lago congelado. Um pisão em falso e você se afogará na água fria. 

Astória lança mais um olhar cauteloso para o corredor barulhento do nosso quarto. Infelizmente, Dafne nos deu um pouco mais de trabalho do que o esperado. Porém, foi apenas um contratempo já resolvido. 

-Senha? 

A voz de Théo é tensa e posso imaginar sua figura posicionada atrás da porta com a varinha erguida em posição de defesa. 

-Sangue-ruim. 

Sussurro para a porta com um sorriso em meus lábios. Astória revira os olhos com força, pois ela odeia esse termo. Mas, infelizmente sua opinião não foi ouvida em nossa votação.

A porta de madeira estala para nós. Quando entramos no quarto, já notamos que todos estão presentes. Blaise me dá um aceno de cabeça e indica um espaço vazio ao seu lado, próximo à Beatrix Snape que bebe um licor de cereja direto da garrafa. Astória e eu nos separamos nesse instante, mas a sigo com meu olhar. 

A morena se posiciona ao lado de Théo e Pansy antes de lhes lançar um sorriso simpático e murmurar sobre como Dafne não quis dormir cedo. Théo é educado demais para cortar o assunto e Pansy... É amigável demais para fingir que não se importa. 

O clube dos Comensais da Morte - Draco MalfoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora