Cap. XI - Cuidado para não se perder

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Blaise Zabini - P.O.V

Ainda é cedo, mas já sei que hoje não é um bom dia. Assim que acordo pela manhã percebo que não deveria ter bebido tanto na festa da noite anterior. Minha garganta está queimando assim como meu estômago. Tudo ao meu redor gira e tenho a certeza de que não é magia

Ao meu lado, uma garota da Lufa-Lufa começa a se vestir. Trocamos um olhar compreensivo, pois ela sabe que eu não sou o tipo de cara que irá lhe procurar depois de uma noite de sexo. 

Percebo que Draco ainda está no dormitório então me levanto e vou ao seu encontro. Meu melhor amigo está vasculhando uma gaveta do seu armário freneticamente. 

-Malfoy. 

Minha voz soa um pouco mais rouca do que espero. Draco ergue a cabeça e me dá um aceno silencioso. Seus olhos estão mais turvos que nunca e percebo que seu maxilar está tenso. 

-Zabini. Até que enfim você acordou. 

Draco retruca em um tom cínico. Estico minha mão para pegar uma garrafa verde na cômoda de Draco, mas quando percebo o conteúdo do líquido, a afasto imediatamente. O cheiro é de puro Whisky. Me pergunto porquê Draco está tão abatido, mas não tenho coragem de dizer em voz alta. 

-Vou até Hogsmead hoje. Nesse meio tempo, fique de olho em Potter e na Ordem. Astória e Theodore estão consertando o armário Sumidouro. 

Tento alinhar os meus pensamentos com as palavras de Draco, mas tudo parece distante. Meu estômago se revira novamente e eu faço uma nota mental para nunca mais beber tanto em uma festa. 

-Zabini. Eu preciso da sua ajuda. 

Draco sibila para mim ao empurrar a gaveta da sua cômoda com um baque. Eu balanço a cabeça em positivo, pois sei que ele fala sério. Draco Malfoy está sob ameaça de morte. Se ele não matar Dumbledore, será morto por Voldemort.

-Eu vou me recompor... Só preciso de alguns minutos. 

Respondo para Draco com sinceridade. Ele pigarreia e me lança um olhar estranho, como se toda a irritação da sua voz se dissolvesse nesse único pedido.

-Fique de olho em Astória por mim. Não deixe que ela cometa nada estúpido.

Não entendo a natureza do seu pedido, pois Draco e Astória não parecem estar com problemas. Mas, não digo nada. Jurei ser obediente ao meu líder quando escolhi participar do Clube dos Comensais da Morte. 

Draco veste seu casaco preto e marcha para fora do dormitório. Estou sozinho com os meus pensamentos inquietos. Um leve calafrio percorre meu corpo e eu fico tenso. Draco nunca me pediu para espionar Astória. 

Estralo meus dedos com ansiedade e decido tomar um banho e me arrumar para as tarefas do dia. 

-

Como de costume, não consigo me alimentar bem no café da manhã. Meu estômago ainda está latejando na minha barriga e eu praguejo mais uma vez as bebidas na festa de ontem. 

-Você está péssimo. 

Beatrix Snape cantarola ao se sentar do meu lado na mesa do café da manhã. Reviro os olhos com força e lhe dou um sorriso superficial. Beatrix me dá uma piscadela e coloca a mão no meu braço. 

-Zabini, nós vamos espionar a Ordem juntos. Não acha que podemos fazer isso... De maneira amigável?

Beatrix sussurra com a voz sedutora. Gostaria de lhe responder, mas suas mãos começam a massagear meus ombros com precisão. Por Merlim, o toque de Beatrix... Provoca chamas na minha pele. 

O clube dos Comensais da Morte - Draco MalfoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora