Capítulo 29

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*Kauã*

Tava voltando pro morro na minha moto (mídia), mas o sinal fechou, não tava afim de pagar multa e parei no sinal. Olhei pro lado e vi uma mina, não tinha como não reconhecer o cabelo, tava em uma moto linda, parecia a minha até, levantei o visor do capacete e na mesma hora ela olhou, a mesma já tava com o visor levantado e sorriu de lado

Meu Deus, a menina é a própria perdição

*Alice*

-Não tá me seguindo não né? Vai me sequestrar de novo?- Perguntei pro KJ

Estávamos próximos um do outro, ele tava do meu lado, do lado dele tinha um carro e do meu outro

-Não seria má ideia- Ele respondeu e eu balancei a cabeça pros lados sorrindo sem mostrar os dentes -Aê anã de Jardim, quem chegar no pé do morro Alemão primeiro ganha

-Vai afrontar assim?- perguntei e ele sorriu

Na mesma hora o sinal abriu, nos olhamos e sorrimos rapidamente, baixamos o visor do capacete e saímos na mesma hora, ele foi pra minha frente, depois eu passei dele e continuei na frente, kauã veio pro meu lado, ficamos lado a lado por um bom tempo

Aquela sensação era tão boa, de liberdade, de alegria, de ser livre, sei lá, só sei que era bom.

Acelerei mais e olhei pra trás, a Polícia mandou a gente parar, nos olhamos, ele tava rindo, o mesmo chegou mais perto

-Mudança de planos- Falou e empinou a moto, virou a mesma em direção do carro da Polícia e atirou nos pneus e depois nos dois que tavam dentro.

Ele voltou a moto e continuou indo comigo, mas mais devagar agora.

Fomos até perto de uma praia vazia, não fomos até a areia, ficamos na pista, tirei o capacete e desci da moto, ele fez o mesmo, eu fiquei encostada na minha moto

-Deliquente- Falei e ele riu

-Um pouco- Respondeu e olhou pra minha moto -Bonita

-Eu ou ela?

-Eu tava falando dela, mas as duas- Ele disse, ficando do meu lado encostado na moto também

-Cê ficou sabendo da nova aliança?- Perguntei, mas já sabendo a resposta

Ele assentiu

-Se nossos pais não fossem tão orgulhosos..- Falei e ele me olhou

-Eu também nunca ia ou vou fazer uma aliança com seu pai- Respondeu

-Você é um orgulhoso que nem eles- Falei e ele riu

-Um pouco- Respondeu de novo

-Cara sério, vocês são todos iguais, só pensam em vocês, em si mesmos- Falei e ele me olhou sério -Se pensassem nas famílias que vão ser destruídas, nos inocentes que vão morrer, que vão ter prejuízos sem o dinheiro pra corrigir, vocês não ligariam tanto pro próprio ego, são um bando de egoísta. Essa aliança não iria impedir mortes, mas isso é "normal", todos nós sabemos que o Mangueira e o Chapadão tem armamento bom, vapores também, mas querem ficar cada um por si e se fuder no final.

Ele ficou calado por um tempo, tava sério e parecia não ter gostado nem um pouco, mas ué, é a verdade

-Tem que ser muito corajosa pra dizer isso- Ele falou e eu olhei pra ele de novo

-Não tenho medo de você

-Devia- Respondeu e nós dois olhamos pra frente, cruzei meus braços e ele os dele

-Não devia, nem tenho- Respondi olhando pra ele, que olhou também e peguei meu capacete -Eu tenho oque fazer

Coloquei o capacete e ele se afastou da moto, subi na mesma e meti marcha pro meu morro.

Entre guerrasWhere stories live. Discover now