Capítulo 54

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Kauã

-Como?- Doka perguntou, incrédulo

-O filho da puta do Almeida pegou ela, desgraçado do caralho, puta que pariu, inferno do caralho

-Calma cara- RH disse

-Calma um caralho, eu vou atrás desse filho da puta

-Vai lá, aproveita e faz logo o testamento antes, deixa a grana pra mim, na moralzinha- Senegal falou, em um tom sarcástico

Meus punhos estavam cerrados e minha respiração aumentava o ritmo conforme o tempo passava.

Parecia que as paredes estavam perto demais, me sufocando, sem me dar espaço para respirar.

Passei a mão pelo meu rosto com agonia.

-Droga, droga, droga

-Calmô mano- O Doka disse, pondo a mão em meu ombro -Se liga, não vamo fazer nenhuma merda, vamo pensar com calma

-Se eu fizer merda vai ser sozinho, baixa a bola

-Meu pau, tá maluco rapá? Se tu fizer merda eu faço também- Eu o encarei -Tu vai se acalmar, vai pensar e nós vai falar com o pai dela

-Puta que pariu, outro que quer me matar, até eu quero me matar, porra, eu não tenho paz, vai tomar no cu, inferno da porra

-Se controla caralho, tá maluco?- Inspirei fundo, jogando a glock que estava em minha mão, no chão -Vai pra casa irmão, toma um banho, pá, se acalma porra, nós segura as ponta por aqui

Expirei fundo, saindo da boca.

-VAI PRA ONDE CARALHO?- Doka gritou

Eu ignorei, subindo em minha moto.

Enquanto eu acelerava a moto até o talo, meu subconsciente torturava minha mente.

Se eu tivesse deixado ela em casa, como eu queria ter feito, essa porra não teria acontecido.

Mas eu não tinho tempo pra chorar. Tinho que ajudar minha mina.

Voltei a moto, dando um 180 dentro de um beco.

Acelerei em quase 180km/h. Em pouco tempo, havia saído do morro.

O vento batia no meu rosto, enquanto em minha mente vinha a felicidade no rosto da Alice antes dela ir embora.

Repreendi tudo oque sentia naquele momento. O único jeito de sobreviver pra mim.

Em menos de quinze minutos, eu atravessei uma divisa, chegando no Mangueira.

Parei a moto, jogando-a no chão de frente a casa do Morte.

Andei até a porta, batendo nela com força, repetidas vezes.

Vi a porta se abrir, a grávida abriu.

-Alice não tá aqui- Ela disse

-Bom dia pra você também, grávida

-Meu nome é Pâmella

-Demorô grávida, Morte tá aí?

-Não- Respondeu -Ele saiu mais cedo, era umas quatro da manhã

Bufei, cerrando os punhos novamente.

-Porra Morte- Resmunguei, baixo

-Quer esperar?- Ela afastou, dando espaço para eu passar

Passei pela menina, entrando na casa.

Sentei no sofá, meus pés balançavam com ansiedade.

Apoiei minha cabeça em minhas mãos, que tremiam. Respirei fundo, tentando pensar em alguma coisa que ela não acabasse morta.

Entre guerrasWhere stories live. Discover now