Entre guerras

Capítulo 44

-Ele dormiu- Falei, descendo as escadas da casa do KJ

Ele estava sentado no sofá, com as mãos na cabeça, parecia cansado. Já era noite, depois de muito choro, o pequeno dormiu.

Eu cantei pra ele e tentei conversar, mas o gênio do Lucas é muito forte e o ego muito grande pra ouvir alguém.

-A Kamilly também- Completei e o Kauã assentiu, levantando a cabeça

Sentei no sofá, ao seu lado.

-Oque vai fazer?

-Eu não sei- Ele respondeu, frustrado -Eu não posso entregar ele pra ninguém

-E oque vai fazer?- A Kelly perguntou, aparecendo na sala -Oi Alice

-Oi Kell

-Já falei que não sei- Kauã respondeu

Kelly e eu nos olhamos, depois voltamos a olha-lo.

-Não pode criar uma criança, KJ- A Kelly disse

-Eu não falei nada

-Você só tem vinte anos, tem suas irmãs..- A Kelly começou

-Tá, porra, tá- Ele levantou -Eu quero pensar, posso pensar?

A Kell deu de ombros.

-Eu já vou, já que você quer pensar- Ela disse com sarcasmo e saiu

Ele me olhou.

-Tá esperando oque pra ir também?- Eu fiz uma careta, olhando-o de cima a baixo

-Vai fazer oque quando eu sair? Beber? Fumar? Chamar dez vagabundas pra cama?

-Não- Ele se jogou no sofá novamente e deu um meio sorriso -Vou ter paz

Fiquei feliz em ouvir seu tom brincalhão.

-Ah, então só vai ter paz se eu for embora?- Fingi tristeza

-Com certeza, chata pra caralho

-Ah, entendi, muito obrigada- Respondi sarcástica -Você também é insuportável

Ele sorriu.

Depois de segundos em silêncio, eu quebrei o mesmo.

-Você quer ficar com ele não é?- Ele me olhou

-Eu tenho escolha?- Suspirei -Eu não sei

-Quer dividir a guarda? Um dia ele fica aqui, outro lá em casa- Ele deu uma risada leve

-Ótima ideia, só perde pra não fazer nada- Eu sorri e ele voltou a ficar sério -Não sei se posso cuidar de outra criança, eu não tempo pra ficar em casa sempre, saio de madrugada, pá, tem vezes que chego de madrugada

-Eu entendo- Parei para pensar um pouco e continuei -Se você cuidar dele, tem a Kell, tem a Kauana, tem eu.. Eu posso vir, levar ele lá pra casa, passear, brincar

-A responsa é minha, não tua

-Eu me importo com ele pra caralho, a responsa é nossa

-Alice comunista- Empurrei sua cabeça e ele riu

-Você não leva nada a sério, é impressionante

-Até levo vai

-Aham- Ironizei e fiquei olhando-o por segundos

-Qual foi?

-Isso tudo, tá te fazendo pensar nele como você, não é?

-Como assim?