Entre guerras

Bônus- Memórias

Coringa

Fechei os olhos. A dor era imensa, por um tempo, mas as memórias eram reconfortantes.

Elas diminuíam a dor, lembrar dela -Mãe do Kauã- Me reconfortava e fazia a dor ir embora.

28 anos atrás...
Mangueira ⏰

-Eaí Samu- Fiz toque com o Samuel

Samuel, vulgo Morte

-Fala tu pivete

-Bora bater uma bola alí na praça?

-Vou pedir pra coroa, ela me viu pegando na arma do meu pai e me botou de castigo- coçou a cabeça fazendo careta e eu ri

-Ela deixou eu entrar, acho que tá de bom humor- Ele sorriu

-Tive uma ideia- Levantou as sobrancelhas

-Ihhh sai fora, tu só pensa merda

-Tá me tirando? Vai pedir a mãe pra eu ir

-Por que eu?- Cruzei os braços

-Porque tu ela ouve né, ela tá com raiva de mim- Revirei os olhos -Qualé mano, por favor

-Tá- Bufei e fui até a cozinha, onde a Cleide, mãe do Samuel tava

-Eaí tia, suave?

-Oque cê quer hein?

-Credo, pode nem ser educado mais- Ela riu

-Ele não vai sair

-Po tia, por quê??

-Né mãe, por quê?- Samu entrou na cozinha fingindo uma cara de choro, segurei o riso

-Tu sabe oque tu fez Samuel

-Por favorrrrr tia/mãe- Pedimos juntos e ela suspirou

-Tá bom

-Aeeeeeee

-Mas, quero os dois aqui antes do almoço hein

-Beleza- Fizemos sinal pra ela, que riu

-Seus pais vem aqui mais tarde né Vini?

Vini/Vinicius, vulgo Coringa.

-Aham- Assenti

-Oque cês querem pra hoje a noite?- Ela perguntou

-Aquele strogonoff que só a senhora faz- Morte respondeu

-Com uma coquinha gelada e batatinha- Esfreguei as mãos e a tia riu

-Já sabia oque vocês iam escolher- Nós sorrimos -Depois eu chamo vocês pra ir no mercadinho comprar umas coisa, morô?

-Morei

-Moramo- Cleide riu

-Cadê a bola?- Perguntei pro Samu

-Vou pegar- Disse indo pro quarto dele, depois voltou com a bola

-Bora ver quem chega primeiro na Praça?- Ele assentiu

-3, 2, 1

Começamos a correr e fomos descendo o morro até a pracinha. Chegamos até lá ofegantes e eu cheguei primeiro.

-Chupa

-Vai se ferrar- Resmungou e eu mostrei a língua

-Vamo chamar os moleque