Cold Coffee - Castiel

Capítulo 22 - Finally -

— Realmente, Castiel, não entendo como você não percebe que a Moon está triste. – Annie aparece na porta da minha sala de edição, ela segurava um livro nas mãos.

— Eu já disse que ela está com outro, Annie. – Reviro os olhos voltando a minha atenção no que estava fazendo antes de ser interrompido.

— Você é o cara mais cabeça-dura e cego que eu já vi. – Ela grunhe e praticamente me joga o livro que a mesma estava segura em suas mãos.

— Mas o que?! – Sem entender seguro o livro e olho para Annie.

— Acho que esse te pertence. – Minha melhor amiga se vira e vai embora da sala me deixando segurando o livro.

Olho para a capa, "Apaixonada Por Um Rebelde", a imagem, mesmo desfocada, eu conseguia identificar como uma das fotos que Moon e eu havíamos tirado juntos, era impossível ver nossos rostos nitidamente, ainda mais pelos filtros e pelo sombreamento, mas eu tinha certeza que se tratava de mim e dela.

Coloco o livro de lado para terminar rapidamente as coisas, minha sorte era que eu estava no último trabalho de hoje, então poderia voltar para meu apartamento quando terminasse e assim tentar entender o que significa esse livro.

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Não tinha ideia de que horas eram, só sabia que depois que havia chegado em casa, comecei a ler e não parar até chegar as "notas finais", que é onde ainda não me atrevi a ler. A história do livro era a nossa história, isso era inegável, mas ver a visão dela sobre as coisas me faz pensar que na realidade ela só queria se aproximar sem me "assustar", era como se cada passo que Moon desse ela tinha medo que eu fosse a afastar ou que a mesma se machucaria nisso.

Com um breve suspiro começo a ler as últimas páginas do livro que se tratavam das "notas finais":

"Nunca esperava que algum dia fosse encontrar um cara tão irritante e teimoso, alguém que me faria odiá-lo até me apaixonar, alguém que me provocasse e me desafiasse a ser melhor. No início, eu não pensava em me aproximar, era apenas uma "pesquisa de campo", alguém que eu gostaria de me inspirar para meu novo romance, alguém que quem sabe fariam os leitores se apaixonarem, mas conforme eu me aproximava eu comecei a perceber que não apenas meus leitores poderiam se apaixonar, pois eu poderia.

Afinal, ele era o perfeito personagem masculino, aquele que te arranca suspiros e te deixa com as pernas bambas, aquele que te faz se derreter apenas com um sorriso e te faz ficar em chamas apenas com um olhar. Ah, aqueles olhos, cinzas como um dia nublado, um perfeito dia para beber um chá e sentar para ler um bom livro, sim, aqueles olhos me levaram a acreditar que o lar não era uma casa onde você podia ser você mesma, mas sim, lar é estar com alguém que você se sente em paz. A cor de seus cabelos, vermelho como o fogo, quente e instigador, se uma cor ficasse bem nele além do preto, pode apostar que era o vermelho, era como se ele em si acendesse um botão que eu nunca pensei que existisse, aquele que me faz perder totalmente o sentido a minha volta, aquele que me faz desejá-lo independente do que acontece na realidade, aquele que me faz ignorar qualquer coisa para poder ficar com ele.

Minha pequena obsessão me levou a caminhos que eu nunca tomaria conscientemente, eu passei a ajudá-lo da melhor forma que poderia, e nesse processo, conheci pessoas que eu nunca pensei que poderiam existir, amizades incríveis e que eu tenho orgulho de dizer que carregarei até o meu túmulo. Entretanto, esse caminho se tornou sinuoso e me fez fazer coisas que eu detesto, nunca pensei que me apaixonar por um cara que já possui uma namorada fosse me fazer perder o juízo, eu nunca quis que déssemos certo nessas circunstancias, tentei me afastar, mas tudo parecia me levar de volta a ele e me mostrar que eu devia persistir porque, porra, tudo parece realmente certo. Os toques, os beijos, tudo parecia mostrar que éramos um para sempre, uma conexão que nunca senti antes com ninguém.