2. álbum de figurinhas vazio

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Oi, meus amorzinhos!! Como vocês estão?

Não vou me estender muito aqui nas notas iniciais, mas espero vocês nas notas finais.

Desejo uma boa leitura — ou releitura — para vocês e não esqueçam de deixar a estrelinha. 🌷💕

#FofoqueiroGourmet

📚

Eu avaliava com atenção os alunos da universidade andando de um lado a outro pelo pátio do lugar. Parecia um pouco intrusivo da minha parte, mas observar pessoas sempre me ajudou a encontrar inspiração e respostas. E o melhor lugar para tal coisa era ali naquele campus, o local do qual eu mais encontrei diversidade em todos os meus vinte e três anos.

Não que o lugar representasse um antro de respeito às diferenças ou coisa parecida. Eu ainda era um esquisito para aquelas pessoas — um pouco excluído também — e alguém insosso demais para se ter como amigo. Porém, pelo menos eu não sofria homofobia gratuita como foi durante o período escolar. E não sei quanto a vocês, mas eu preferia mil vezes ser chamado de estranho por aí do que sofrer na mão de algum homofóbico.

E embora essas pessoas pudessem pensar coisas do tipo em relação a mim, a verdade era que eu não ligava. Para mim estava ótimo, perfeito e incrível não gostarem da minha pessoa. Sempre preferi ser anônimo no meu próprio mundinho aos holofotes da popularidade. Afinal, quanto mais alto você se encontra na cadeia social de um ambiente, maior pode ser a sua queda. E não podem me derrubar se eu já estou no chão, certo?

Porém, nem todas as pessoas pensavam dessa forma, claro que não. E agora mesmo eu olhava para uma delas: Park Jimin, o veterano popular do curso de arquitetura.

Tudo em Jimin era sobre ser o centro do mundo. Os holofotes sempre se encontravam em sua direção. Enquanto ele saia do carro típico de um filhinho de papai, era como se eu pudesse ouvir flashes imaginários destinados em sua direção. A sua roupa era de alguma grife famosa e os óculos escuros tão — ou mais caros — que os meus de grau. Seu cabelo era lambido em um topete cheio de gel, semelhante ao de um astro de cinema. E ele poderia ser facilmente considerado um perfeito protagonista de um filme. Isto é, se Jimin não fosse a pessoa mais sem graça da qual eu pude conhecer neste campus.

Juro, não é implicância!

Era absurdo como uma pessoa pode ser tão desinteressante, sabe? E de verdade não conseguia entender como Jimin arrancava tantos suspiros de pessoas da universidade, quando ele era tão sem graça como um todo. Uma versão mal planejada do mister simpatia. Mais falso do que uma bolsa chanel da minha mãe. Tudo em Park Jimin era artificial.

E não apenas sorrisos, mas a personalidade também. Eu conseguia farejar o cheiro de falsidade a quilômetros de distância.

Por essa razão eu não conseguia entender o motivo de tanta adoração. Ele tinha os pais ricos? E daí! A mãe dele era uma modelo famosa aposentada? Não ligo! Tipo, isso era tudo o que Jimin tinha a oferecer? Pais famosos, boa aparência e sorrisos falsos? Era inconcebível para mim e sequer fazia sentido. Era como admirar um álbum de figurinhas vazio.

Cansado de ficar encarando a imagem dele, bufei impaciente, decidindo ir para a sala de aula. Tinha muitas coisas para me preocupar e nenhuma era referente a ele. E sendo honesto, eu não preferia não me encrencar com o professor detestável de História da Arte.

O cara era um saco, fazia favoritismo em sala de aula e eu nem preciso dizer que não estava na lista dele de mais queridos, certo? Ele me odeia, caso não tenha ficado muito claro.

Da Teoria à PráticaWhere stories live. Discover now