Torre de Marfim

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O olhar megalomaníaco ainda me rondava. Jungkook retira a arma do rival devagar do meu rosto, causando-me elevando a pressão que havia tombado após o seu ato circense. Eu odeio como ele é manipulador e arrogante comigo. Nossos olhos se amarram assim que me sinto capaz de olhá-lo novamente. Eu estou em uma situação de vulnerabilidade extrema e por conta disso, o melhor é sempre pensar mais de uma vez tanto no que vou dizer quanto no que farei.

— Vai devolver a arma do Taehyung? — pergunto mais equilibrada, logo voltando a me pacificar com um auto-abraço apertado. 

— Não hoje. As coisas não podem ser fáceis assim. — sorri retornando com a pistola para dentro da calça. Ele a encaixa em movimentos lentíssimos na parte frontal permanecendo com um fitar aguçado em mim.

— E o meu dia longe daqui, vou ter mesmo? — esperançosa, tento procurar algum olhar positivo em tudo o que está acontecendo. 

— Eu não disse que seria tão rápido. Você vai ter um dia de paz longe daqui, mas eu vou decidir por onde vai andar. — eleva os ombros com uma altivez que transpassa os limites.

— Melhor do que nada. — bufo raivosa, salientando o quão decepcionada estou.

Em um segundo silêncio que nos ocorre, um toque na porta singelo rouba a atenção do Jeon. Ele dá uma volta inteira no meu corpo e atende quem está do lado de fora. São três mulheres muito bonitas, com roupas curtas e maquiagem pesada. Verdadeiras esculturas esculpidas por deuses para ser sincera. 

— Se quiser participar da festinha. Fique mais do que a vontade. — ardiloso, Jungkook as observa com tanto desejo que não só há duas pistolas carregadas em sua calça. Por algum motivo que está além da minha compressão, recebo uma pontada certeira no peito. Como se aquilo acabasse comigo. Eu sei o que ele iria fazer com aquelas mulheres. Sexo. Muito sexo. Mas porque justo com três siliconadas? 

— Não deve aguentar nem a primeira, imagine quatro... — resmungo internamente, mas Jungkook acaba ouvindo e gargalhando de forma contida.

— Se quiser tirar a prova, eu disse que está mais do que convidada. — diz ao mesmo tempo que não tira os olhos das bundas que passam por ele uma a uma ao entrar no quarto.

— Já fui castigada demais hoje. Com licença, senhor Jungkook. — sem transparecer nenhum pingo de incômodo pelo menos em postura, cumprimento as mulheres com beijos no rosto e me despeço do lugar. 

O portal é fechado e nem meio segundo se passa até eu sair, para que eu ouça um tapa sendo distribuído em um bumbum e frases sacanas na voz mais grossa que o Jeon já usou. Frustrada e sentindo emoções complexas demais para que possa ser explicadas a mim mesma, desço para a sala principal.

Meu pai não estava por aqui nesses dias, então o que tenho de fazer é me deter na solidão enquanto o teto treme animado logo acima. Carnes batendo, gemidos agudos e inúmeros palavrões são ecoados pela casa. Como eu tenho nojo dele. Insuportável. Claro que, o Jungkook é um homem muito bonito para ser tão desprezível. A sua personalidade ridícula é capaz de destruir e pisar em toda sua beleza infelizmente.

Caminho para a cozinha repleta de dores no corpo. De um minuto para o outro recebi duas descargas de emoções fortes. O medo intenso da arma sendo apontada na minha cabeça e depois as mulheres entrando lá. Minha mente não descansou.

— Traquilo, a gente troca de turno as cinco. Eu só vou fazer algumas ligações. — um homem passa pelo corredor falando ao celular e não demora para que chegue na cozinha completamente distraído. — Certo. Relaxa, eu te cubro e você leva as garotas embora depois  que aquele arrombado se aliviar lá em cima. — aproximando-se, vejo ele rolar os olhos em referencia ao tédio que sente do maldito emprego. 

SÁDICO - Jeon Jungkook (Narcotráfico) +18Where stories live. Discover now