Tórrido Verão

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Espiar o topo dos coqueiros pela janela do jatinho particular, não foi nem de longe a sensação mais encantadora que senti ao pisar na costa arenosa. O vento vindo em contracorrente com o meu corpo, me trazem uma liberdade, este mesmo restante de liberdade que deixei em Belém ao permitir que o Jeon Jungkook me "alugasse" por um tempo. Minhas condições eram simples a partir do instante que viemos para essa ilha distante e quase deserta. Eu seria dele por sete dias, mas em troca exigi que certas coisas fossem feitas: Primeiro: Que me levasse para longe da mansão. Segundo: Meu pai jamais poderia saber de nós. Terceiro: Não desejava nada material, somente uma passagem de volta pra minha casa.

Há duas noites passadas, Jungkook até achou muito suave as condições que impus, no entanto, nada que fosse difícil para ele cumprir, pelo contrário, o único inconveniente era o fato dele ter uma só semana para me aproveitar.

Eu o desejo e desejo desde o primeiro milésimo que os nossos olhares se cruzaram durante a fuga, mas algo era estar com ele alguns dias e outra é fazer um acordo de pseudo-escravidão sexual. O Jeon e toda a gente de seu meio não tem escrúpulos, não posso confiar nas boas intenções dele. Se fosse como pretendia, não sei quando poderia me livrar disso tudo.

Meu outro pé aterrissa na areia praticamente branca da ilha. Trago bastante ar para preencher os pulmões e abro um enorme sorriso quando sinto o sol queimar os meus ombros como nunca. Em três ou quatro passos que se limitam a arrastar os finos grãos polidos com os pés, noto a placa com o nome do pedaço de paraíso. Ilha praia do algodão - Rio de Janeiro.

— Isso é tudo seu agora, assim como eu sou. — Jungkook solta perto da minha orelha, abafando as palavras para que o vento não as leve com sua intensidade. Não perdendo a oportunidade de diminuir a nossa distância em um solavanco, agarrando-me pelos quadris. Estava se sentindo um vencedor por conseguir o que quis desde que seu interesse floresceu. — Estamos sozinhos e isso significa que… Não precisa mais esconder que me quer. — seus braços ficam mais musculosos ainda quando o assunto é me deter entre eles. Os dígitos do Jeon estão se afundando no meu bumbum, fixos e fortes. Da mesma maneira que me afundo no seu olhar, no seu cheiro, nas suas expressões tão ferventes quanto este sol que nos banha. Mal começaram os minutos a sós e me vejo derretendo em cada gesto seu. 

— Eu quero conhecer a casa... E depois falamos sobre… Sobre essas conversas mais profundas. — ele nos junta mais, sorrindo e no declinar desse riso grande, o Jeon me beija entre o pescoço e o rosto, me esquentando. A ponta de uma língua molhada transita pela minha pele, arrepiando-a. Jungkook faz círculos úmidos e me deposita chupões bem localizados.

— De acordo. — abre um espaço confortável e eu retomo o ar, como se tivesse sido estrangulada à pouco. Boca demoníaca, sorriso diabólico e olhar lúcifero. Foi uma passagem pro inferno que peguei? Meu Deus… — Vou te apresentar aos empregados. — estende a mão, sendo um nobre cavalheiro dessa vez. Aceito e andamos rumo à enorme mansão da ilha.

Não chegava a ser em tamanho tão colossal quanto a que deixamos no Pará, mas de beleza ganhava. Talvez porque aquela outra me remete muito mais a um presídio particular e simboliza o dia que perdi a minha liberdade.

À primeira vista, o casarão se sai muito bem. A porta alta, da entrada a uma sala espaçosa, cômoda, aconchegante em cores leves e alegres. Não deixo de reparar em quadros belos e de pintores clássicos. Não sabia que o Jungkook gostava de arte. Hum, será que essa mansão é dele ou alugada?

— O dono dessa casa também é um bom decorador, incrível. — inspeciono os vasos que são um mais lindo que outro.

— Muito obrigado. — o tatuado criminoso sorri, sentando-se na mesinha de centro da sala. Ao notá-lo, vejo o Jeon examinando indecente o que havia embaixo da minha saia jeans. Eu me sinto uma gazela trancada em uma jaula com um leão… Todavia, não reclamo nenhum pouco. Estou olhando pra ele do mesmo modo todas as vezes que tenho oportunidade. Não vou me fazer de inocente. — Esse é o que eu paguei mais caro. — continua com a sua demonstração de bom gosto, apontando para um quadro que me lembra um artista que já vi em algum livro ou outro de história. — Um legítimo Frida Kahlo de 1943. — sorri muito orgulhoso de sua aquisição cara.

SÁDICO - Jeon Jungkook (Narcotráfico) +18Onde histórias criam vida. Descubra agora