SÁDICO - Jeon Jungkook (Narcotráfico) +18

Sala Dourada

Ainda tento descobrir de onde surgiu essa versão inflexível minha. Juro que, raras vezes no auge da adolescência, agi de modo tão torrão para não dizer rebelde, e não acho que me encaixo nesse estereótipo pois só pode haver rebeldia com quem devo lealdade. E eu quero que o Jeon vá para puta que o pariu! Minha mente se torna um lugar totalmente inóspito para que eu continue tão introspectiva no meio de pessoas festivas e alegres (ou aturdidas por álcool e drogas provavelmente). Eu precisava tirar essa raiva, revolta de mim, dançar e esquecer da fúria que se armazena no meu peito. Não queria sentir isso.

Ao passo que tento retaliar a aproximação do Jungkook, podando o contato com ele ao máximo, o próprio sabe que estou rendida a sua beleza, porte, poder e sedução. Gostaria de não ser tão hipócrita comigo. Como posso ter sentimentos profundos de aversão e tesão concomitantemente? Nem achei que isso era possível.

— Pensei que não desceria nunca. — meu olhar é raptado por Jimin, que chega de forma muito discreta até um dos barzinhos externos perto da piscina de grande metragem.

— Estava me esperando? — abro um meio sorriso, espantada e feliz ao mesmo tempo.

— Na verdade, eu nem sabia que o seu cão de guarda havia permitido você aqui, até ele me pedir pra te buscar lá em cima. — Jimin vira o rosto para o meu e me intercepta, como se tentasse ler os meus olhos após soltar uma informação relevante. Os lábios tácitos do Park, agora, me deixam entender que ele desconfia de alguma coisa. E seria sobre a minha relação com Jungkook?

— E porquê não foi? — pergunto para desviar o foco do tom que ele impôs a essa conversa. 

— Não trabalho pra ele. Estou só de passagem para cuidar da segurança. — explica tedioso. — E, não sei se está percebendo, mas, acredito que sim. O Jungkook está interessado em você. — avisa com certa preocupação com o meu futuro. Isso não soou como uma coisa boa ou vantajosa para o Park. Ele sabe dos perigos que uma atração dessas me gera.

— Eu já sei e não vou ceder aos encantos dele. — sorrio desconcertada, ajeitando a posição da fivela de um dos meus saltos que estava ferindo-me um pouco. Quando fiquei nervosa, todo meu corpo se tornou mais sensível.

— Gina, sabe quem é aquela mulher do vestido verde? — localiza com o indicador. A beldade apontada é alta, possui uma pele ébano belíssima, olhos amêndoas e um cabelo espetacular cacheado. Eu já havia notado a presença dela, pois sua beleza atraía todos os olhares da festa, mas próximo a ela também tinha mulheres lindas, porém ela devia ser a abelha rainha por ali.

— Não sou cega. — respondo embargada com a auto-estima natimorta ainda pior depois de cair no erro de me comparar por dez segundos com as mesmas.

— Rayanne Mendes, é uma das três modelos mais famosas desse país, a direita dela, há duas ex-miss e a esquerda uma das filhas de um senador. — não entendo onde ele quer chegar. Francamente, eu precisava saber a procedência de cada uma?

— Isso deveria ser relevante pra mim? — me sinto pior.

— Sim e não. Não é sobre elas. É sobre escolhas. — ri fraco, retornando sua atenção para essa reles garota. — Elas têm dinheiro, posição, beleza, juventude e poderiam achar homens muito melhores fora dessa mansão. Mas, o que as arrasta pra cá é o desejo pelo proibido. Pelo que é profano e dominante. — dispara uma série de pensamentos que de forma alguma concordo. Eu não sou como elas. — Acho que valem muito mais e acredito que se eu perguntasse, a maioria não saberia responder porque diabos está nessa festa.

— Porque tantas voltas? Eu não entendo em que momento entro nessa lição de moral. Justo eu que nem escolhi participar disso tudo.

— Por mais que negue e que tente fugir, é importante saber que há uma parte das mulheres que se perde por essa ilusão de poder, de adrenalina e na possibilidade de mandar no coração de homens tão rebeldes e sádicos. — explica exatamente o que ocorria comigo. — Não vai conseguir não se sentir atraída pelo Jungkook ou um cara de índole semelhante. Apenas, não cometa a loucura de criar expectativas porque isso pode foder com a sua vida. É quase como a diferença entre beber socialmente e experimentar drogas. — finaliza sua reflexão. Jimin queria não só arrancar confissões da minha boca, mas me fazer correr do rumo que aparentemente eu estava tomando. — Essas garotas vêm e vão. E por mais que seja tentador, não querem muito além de uma noite de diversão. Já estão acostumadas.