Pov Nash
E lá estava eu novamente deitado na minha cama que a cada dia que se passava parecia ficar maior. Vi no relógio e já batiam 2:30 da manhã. Por que eu estava acordado a essa hora da manhã sem fazer absolutamente nada, só encarar o teto sem reação alguma? Eu ainda pensava nela, pensava nos seus beijos doces, no seu cabelo macio, em como sua mão encaixava perfeitamente na minha, do jeito que ela falava, eu não esquecia um momento sequer a expressão que ela fez depois de tudo que eu falei.
"Okay Nash, como quiser, se eu te atrapalho tanto é melhor sumir e se você for esperto vai me acompanhar com os olhos sem o menor arrependimento.... Tchau"
E foi isso, não me xingou como costumava, não alterou a voz, não contra-argumentou, só disse isso e saiu. Eu a acompanhei com os olhos, sim, porem com uma expressão pasma no rosto. Eu não entendia nada. Mas agora eu sabia, deitado naquela cama eu me arrependia profundamente de absolutamente tudo que eu fiz, ou melhor, não fiz, eu sabia que logo que ela me disse aquilo eu devia ter corrido atrás dela e a puxado pedindo perdão por tudo que eu acabara de dizer, ajoelhar se fosse preciso e logo ouvir ela dizendo um "sabia que você não era muito esperto" e logo em seguida me beijando. Pessoas são idiotas, e quando finalmente querem agir como seres espertos cometem as maiores burrices que tendem a se arrepender mais.
Eu sei eu era um idiota babaca por completo.
E agora eu estava lá, naquele estado detestável sobre a cama com o olhar pro nada no rosto, cheio de olheiras e marcas de lagrimas, ela podia estar em qualquer lugar, podia estar dormindo, podia estar acordada no twitter, podia estar beijando outro ou trocando mensagens com outro sorrindo.... aargh era esse tipo de pensamento que me deixava pior. A dor que eu sentia era do tipo que nenhuma outra jamais me fizera sentir, eu queria que passasse, mas também queria que ela voltasse.
Me virei para o lado e fechei os olhos tentando dormir. Num meio segundo entre a angustia da perda e a burrice completa eu tive a ideia mais idiota e brilhante que alguém no meu estado poderia ter. Eu sabia que não conseguiria mais conviver com isso ou então só queria vê-la uma ultima vez, tanto faz, mas minha decisão estava tomada. Me levantei da cama e finalmente sorri só com a ideia de poder talvez vê-la sorrindo mais uma vez. Eu iria até a casa dela não me importando o quão longe fosse, eu iria até lá e iria agora.
Me vesti e sai sorrateiramente.
Em aproximadamente meia hora eu já estava de frente com a casa dela, e quando vi novamente a construção da casa me perguntei "Meu Deus do céu o quê que eu to fazendo aqui?" respirei fundo e continuei andando até a janela do quarto dela, em meio a tantas janelas eu sabia exatamente qual era a do quarto dela,só de ir até lá no meio da noite para subirmos no telhado e ficar olhando as estrelas.
As luzes estavam apagadas e eu não sabia o que fazer, uma parte de mim queria ir embora antes que alguém me visse ali e outra para subir até lá e dizer a ela como eu sentia falta dela e que não conseguiria viver sem ela do meu lado. Infelizmente, a primeira opção estava vencendo eu já estava quase indo embora quando a frase de um filme veio a minha cabeça "você so precisa de 20 segundos de coragem insana" eu não podia ir embora eu precisava ter meus 20 segundos, precisava dela, eu não iria fraquejar agora. Olhei ao redor e vi algumas pedrinhas, tá isso é bem careta, mas era minha única opção, por mais clichê que fosse.
Peguei algumas e joguei sem dar um impulso muito grande para não quebrar a janela, eu gostaria muito de dizer que acertei de primeira, mas isso não aconteceu, na quinta vez que eu joguei finalmente consegui acertar, e nada nenhum barulho nenhuma luz acesa, joguei mais uma vez e quando já começava a me achar o garoto mais idiota do mundo a luz se acendeu. A) eu podia me esconder e fingir que nada aconteceu b) eu podia ficar ali estilo Romeu e Julieta e fazer uma declaração.
Não tive tempo para tomar minha decisão por que em dois segundos as janelas se abriram e a figura de uma garota saiu para a sacada esfregando os olhos.
-mas o que ta acontecendo?- disse numa voz sonolenta.
-(S/N) – falei com a voz tremula – É idiota eu sei, mas eu precisava falar com você e eu sai no meio da noite, quase fui assaltado, eu to congelando mas... mas eu precisava.
-Nash?- ela me interrompeu- Cara o que você ta fazendo aqui? Meio da noite? Que horas... MEU DEUS 3 da matina, serio isso? –ela disse olhando a tela do celular.
-estava trocando mensagem com garotos- disse para mim mesmo com uma dor me invadindo. Eu não sabia se estava certo ou não mas aquilo me doeu la no fundo.
-O que você quer? Vai embora, antes que alguma garota de veja assim.
-Eu não me importo (s/n) por que a única garota que me veja e me escute agora é você, a única que eu quero que me de um pouco de atenção é você.
-Tá, o que você quer dizer?- ela disse fria.
-Eu sou a pessoa mais idiota, burra, egoísta e otaria da face da Terra.
-Jura?- perguntou me interrompendo, eu lancei um olhar de repreensão e ela se calou
-Eu perdi a garota mais incrível do mundo e... não há um instante do meu dia que eu não lembro do seu sorriso, não tem um momento das minhas noites que eu não choro por não ter sido "esperto" e não ter ido atrás de você. Eu te amo... é eu te amo e eu não consigo...- falei levantando os olhos e me deparei com a cena do paraíso, o sorriso dela – eu não consigo viver sem você, por mais que eu quisesse eu não consigo, e eu não quero.
-Você percorreu a cidade por meia hora até a minha casa de madrugada para dizer que se arrepende e me quer de volta, Hamilton Nash Grier?
-Bem... Sim, e eu odeio esse nome.
-Eu devia te jogar um balde de água fria ou coisa do tipo, devia te dizer um " não vai embora" e mentir que já tenho outro e que não te quero mais na minha vida, mas alguma coisa me prende aqui, me prende perto de você, me fala que eu não posso ignorar isso, e por mais que eu tente ficar longe de você essa coisa sempre me leva de volta. – ela disse- eu não estava mandando mensagem pra nenhum menino – ela disse mostrando o celular- eu estava mandando mensagem pra você- ela falou como que dizendo isso uma lamina rasgava sua garganta – eu acho que também te amo.
Eu sorri igual uma criancinha quando ganha brinquedos novos, eu fiquei sem reação, então a segunda mais idiota e brilhante ideia da noite me veio.
Eu comecei a tentar escalar os ramos que tinham presos na parede e ela começou a rir, quando eu estava quase lá pisei errado e comecei a cair, ate ela agarrar minha mão e me segurar, quando finalmente consegui cair pra dentro da sacada sentia uma dor horrível no meu tornozelo.
-Acho que você torceu.-ela disse
-Quer saber? Tanto faz, você está aqui e isso é o que importa.
Ela sorriu mais uma vez e enfim me beijou, por fim eu acabei sendo o maior idiota do mundo, mas também o mais feliz.
