Capítulo 69

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[...]

- Eu não quero mais dormir com você. Você roubou meu lençol a noite toda. - Eu resmunguei para Aaron depois de dez minutos esperando meu espírito voltar para o meu corpo. 

- E você se mexe demais. Quando casarmos cada um vai ter seu quarto. - Ele respondeu baixo. 

- Você tinha alguma dúvida? - Ele perguntou e eu ri fracamente. 

- Vamos levantar que eu quero chegar na praia em um horário bom para pegar uma cor. - Enrico falou e nós o olhamos. Ele já estava arrumado e sentado na mesa tomando café, além das meninas. 

- Você da muita ousadia pros seus funcionários, por isso que ficam assim. - Mostrei o dedo do meio para Aaron e ele riu fracamente, se arrastando pra fora da cama. 

...

- Eu pensei que fosse inverno. - Aaron disse se abanando com o chapéu - mais uma vez - e tomando água. 

- E é inverno! - Eu afirmei e ele me olhou como se eu fosse louca. 

- Onde? Ta fazendo trinta graus. - Eu ri. 

- Coisas do Brasil. - Já fazia umas duas horas desde que tínhamos chegado na praia, e ela estava consideravelmente lotada. Tinha comprado vários salgadinhos e sucos, além de ter levado o cooler do meu pai para deixar as bebidas gelando. Enrico já havia ido experimentar a água do mar e eu segui para lá também, com é claro, Beth ao meu lado. Ela ficou todo o tempo bem próxima de mim para qualquer coisa que acontecesse, mas ela era uma ótima companhia para conversar, então jogamos vários papos fora. 

 Quando comecei a sentir sede, e até um pouco de náusea, saímos e voltamos para a areia. Comi um pouco e Aaron foi com Olinda para o mar - já que a mãe de Aaron havia pedido para a minha mãe que elas também ficassem responsáveis pela segurança dele - e eu deitei para tomar sol. Quando começou a dar o horário das duas, três da tarde, voltamos para o hotel, tomamos banho e seguimos para encontrarmos a Gabriela. 

- Aaron, você não precisa ficar tenso desse jeito, céus! - Eu falei a ele que respirou fundo. 

- Desculpa Ly, não me julga. Eu cresci ouvindo uma coisa sobre as favelas brasileiras, e não é boa! - Eu suspirei por que sabia que lá fora, e até mesmo dentro do país, as comunidades eram negligenciadas e rotuladas como extremamente violentas. 

- Chegamos! - Enrico falou e em seguida deixou o carro em um estacionamento dentro da comunidade. Assim que descemos do carro, eu liguei para a Maju e ela pediu para a esperarmos ali que ela estava descendo. Sim... o morro. 

- Opa, tudo bom? Estão perdidos? - Um homem alto, usando apenas bermuda e chinelos, E ARMADO perguntou para nós e fiquei na frente de todos, antes que Beth e Olinda assumissem uma postura ameaçadora, Enrico desse uma de irmão mais velho e Aaron desmaiasse, além de irritar todos os outros cinco que estavam com ele. 

- Oi, na verdade não. Eu to esperando uma amiga que mora aqui, sabe como é...  - O homem me encarou de cima a baixo e eu ergui uma sobrancelha, que fez ele erguer outra também. Ele cruzou os braços, eu fiz o mesmo. 

- Posso saber que amiga é essa? 

- Você é o chefe daqui? 

- Você não tem medo de morrer? 

- Já sobrevivi a uma tentativa de suicídio e um afogamento, não... eu não tenho medo de morrer. - Os outros homens que estavam com ele riram e ele riu descrente. 

- Ai paulistinha, por que seu sotaque não nega, você é muito cara de pau! Mas sim... Sou praticamente o chefe daqui. - Ele disse colocando a arma pra trás. OH GLÓRIA DEUS. 

O Destino me Aguarda - O FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora