Capítulo 87

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 O resto de dezembro passou voando, e a festa de ano novo foi bem mais "fora da caixinha" do que eu esperava. Isso por que, não só meus avós decidiram viajar para a Suécia - para encontrar o avô de Enzo que não saia do Palácio desde a morte do filho - como meus pais decidiram viajar para o Havaí, na casa dos conhecidos que tinham ali. Então é claro que eu, Pietro e Bela organizamos uma festa de última hora, dispensando todos os funcionários (menos aqueles que moram definitivamente ali e não tinham outro lugar para ir, o que não restou muitos e a maioria, só seguranças - como incorporamos a vibe Euphoria e Elite (mas sem as drogas pesadas, ou seja, apenas o famigerado baseado que alguns fumavam e muito, muitos drinks e champanhe, que mais tarde naquele dia, Bel achou um novo jeito de beber enquanto passava a língua pelo meu corpo). 

 Alguns amigos que eram do colégio, Edik, Victoria, Marcello, Francesca, Giorgio e Carlota foram - Aaron estava na Suécia com Enzo, Luca e os meus avós e não quis deixar o melhor amigo - e outros amigos e colegas compareceram. O Grande Salão foi revestido por luzes led roxa, luzes piscando, uma luz negra para que as roupas e maquiagens neon se destacassem, petiscos para ninguém dar pt muito rápido - o que não deu certo -, música boa com uma playlist especial feita só com músicas brasileiras e muito álcool como eu já havia dito. 

 Apesar de eu não ter bebido mais que duas taças de champanhe, a sensação por aquele momento tão descontraído e gostoso foi tão boa, que parecia que eu estava doida. Mas sem os efeitos ruins do álcool, como tontura e enjoo. A noite passou rápido após a queima de fogos de artificio, e muita gente se beijando na hora da virada, e muito champanhe sendo estourado e sendo jogado em cima de nós, fotos foram tiradas e pessoas tiveram liberdade para usarem os quartos de hóspedes, para os devidos fins que quisessem, diga-se de passagem. No dia seguinte, apenas nossos amigos mais próximos ficaram quando um por um dos convidados começaram a ir embora com sorrisos de gratidão pela noite e com a ressaca nos braços. Tentamos arrumar e limpar como pudemos para não dar muito trabalho para os funcionários, o que seria injusto e para que focassem no principal no dia seguinte quando, aos poucos, voltavam da folga. 

 Meus dias com Bel em janeiro foram incríveis, lindos, tranquilos... até que ela tivesse que retornar para a turnê, que estava a deixando com os pensamentos longe, já que amava aquilo, mesmo que também amasse estar comigo. Levei ela para conhecer todas as cidades próximas que eu mais gostava, e ela mesmo morando ali, pela falta de tempo, nunca tinha conhecido. Também descobrimos novos locais juntas, e elegemos alguns como os nossos preferidos. Bel apreciava tudo, vivia, não reclamava de nada, nunca tinha ouvido ela falar ruim de algo ou alguém que não fosse relacionado com o trabalho - mas apenas o que lhe era impedido - e isso me ajudou mais ainda a apreciar a vida como ela é. Também aproveitamos pra passar mais tempo com os pais dela e com os tios, e descobri por que Bel era daquele jeito... com a situação da mãe dela, ela se esforçava ao máximo para todos verem o quão bonita a vida poderia ser e não medir esforços para passar juntos e felizes os momentos.  Me aproximei bastante da mãe dela, que eu descobri ter mais senso de humor do que eu imaginava, e eu não conseguia ficar sem rir por mais de dois minutos perto dela. Os tios, apesar de ainda controlarem o dinheiro da carreira de Bel, se mostraram mais atenciosos e fraternais do que eu imaginava, e Bel não poupava carinho com eles, principalmente com a mãe. Em uma tarde que nevava, Bel decidiu comprar lanche para todos nós e os tios e o pai o acompanharam, me deixando sozinha com sua mãe, que olhava a neve cair pela janela. 

- Todos amam o clima quente e cheio de vida da Itália, mas eu sempre gostei bem mais do inverno daqui. - Ela falou de repente com a voz baixa e fraca, pela quimioterapia recente que tinha feito e eu a olhei, ela me encarou. - Não acha que é de uma beleza única? - Ela perguntou e senti que seria uma resposta com duplo sentido quando a imagem de Bel sorrindo passou pela minha cabeça. 

O Destino me Aguarda - O FinalDove le storie prendono vita. Scoprilo ora