Capítulo 31: Ultrajados

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Ana estava no horário de aula quando Rio chegou à casa de Rose.

- Alguém? - Rio perguntou após dar dois toques na porta.

- Na cozinha! - Rose gritou de longe. Rio deu um sorriso ao ouvir sua voz e abriu a porta da sala, indo em direção à cozinha.

Encontrou uma Rose distraída, cortando algumas cenouras. Rio foi até ela e a abraçou por trás.

- Como está? - ele indagou, com as mãos na cintura da noiva.

- Bem... - Rose respondeu, simples. - Ana voltou para a escola, já está mais recuperada do choque da situação com Anahí também. Nada demais.

- Que bom. - Rio disse, beijando o ombro de Rose.

O semblante de Rose ficou desconfiado.

- E você? Está bem?

- Ótimo. - Rio respondeu, com um riso preso. Ele levou uma mão até o bolso e tirou uma chave. - Pegue isto. - ofereceu à Rose.

- O que é isto? - Rose questionou, parando de cortar as cenouras.

- Uma chave.

- Não me diga... - Rose replicou, irônica. - De quê?

- Da nossa casa. - Rio explicou, tirando um suspiro de Rose.

- Como?

- Ué, vamos nos casar, pelo que eu me lembre. - Rio era sarcástico. - Temos que ter um lugar para morar. 

Rose se virou para olhar Rio, ele tinha um sorriso bobo no rosto.

- Não acredito. - Rose falou.

- Eu estava pensando em te dizer só depois de mobiliar tudo, mas os últimos acontecimentos me fizeram pensar melhor. - Ver o estado de Poncho no hospital, desesperado por Anahí, fez a mente de Rio cogitar essa possibilidade. Afinal, nunca se sabe o que o futuro nos reserva. - Parabéns, agora você tem uma casa própria.

- Rio... - Rose colocou uma das mãos em seu peito, emocionada. Há anos almejava por isso. Ela puxou Rio para si em um reflexo, eles deram um beijo apaixonado.

Rio passou as mãos pelo corpo de Rose, puxando-a para si. Em um impulso, colocou Rose sentada sobre a mesa, continuando o beijo caloroso.

- Eu te amo. - Rose disse.

- Também te amo. - ele deu um selinho em Rose. - Muito.

Anahí voltava com Maria do hospital. Havia quitado todo o tratamento e sentia um peso enorme esvair de suas costas.

Sua mãe estava salva. Ela tinha conseguido. Apesar de tudo, valeu a pena.

Mas por que ela não estava feliz?

Elas chegaram em casa e Anahí foi direto para um banho quente, torcendo para que a água levasse consigo toda a sensação ruim de seu coração.

- Querida, venha comer. - Maria chamou quando Anahí passou próximo à cozinha.

- Não estou com fome, mãe.

Maria olhou com uma sobrancelha levantada, fazendo uma careta para Anahí.

- Tá, posso comer um pouco. - Anahí cedeu, aproximando-se da mesa e servindo seu prato.

- Você está como se tivesse treze anos de novo. - Maria sorriu, em um devaneio. Anahí ainda tinha os cabelos escorridos e molhados, com o rosto limpo de maquiagem, também vestia uma roupa leve e em tons pastéis. - Sempre tinha que gritar você para vir comer. Lembro como você ficava o dia inteiro com Maite, brincando sem parar.

Dos VecesWhere stories live. Discover now