Não Me Chame De Ômega
»Eren Yeager«
Me viro de um lado para o outro na cama tentando, em vão, achar uma posição boa para dormir, no relógio dava exatas 2:45 da manhã, e eu estava com uma insônia infernal. Me levanto da cama suspirando frustrado por não conseguir dormir, coloco uma roupa qualquer e saio do meu apartamento trancando a porta logo depois.
Ando lentamente pela calçada, é perigoso andar sozinho a essa hora na rua? Sim, mas quem disse que eu ligo, não é só porque eu sou um ômega que eu vou ser de porcelana. É aquele ditado, eu sou igual a vidro, se cair quebra, mas se pisar, corta. E é exatamente isso que eu acho de mim, posso parecer sensível, mas as aparências enganam.
Dou passos lentos olhando sempre em frente, com calma analiso as ruas, tinham poucas pessoas, a maioria andava para ir trabalhar no turno da noite. Em meio a esses devaneios vejo a lanchonete do Hannes, o Sr. Hannes me conhece desde sempre, ele é meu segundo pai. Faz mais esse papel do que meu pai biológico.
Sempre esteve me ajudando nas encrencas que me metia, entrei na lanchonete que ficava aberta 24h e o sininho tocou avisando que entrou cliente, da porta dos fundos vejo Sasha vir até o balcão.
-O que faz aqui a essa hora, Eren? É perigoso um ômega andar a essa hora sozinho - disse Sasha e eu ri nasal
-Você também é ômega e está a essa hora trabalhando, pode muito bem entrar um alfa tarado e te molestar - falei e ela riu - eu tô com insônia, então sai um pouco - falei simples
-Certo, parou de tomar os remédios? - perguntou e eu concordei
-Mikasa e Armin não deixam, eles dizem que eu vou acabar viciando, o que não é mentira, já que eu tava bem dependente daquela merda de remédio - dei de ombros sem dar muita importância.
Sasha sorriu fraco e me entregou uma rosquinha, ficamos conversando um pouco até Connie vir buscar Sasha, já que o turno dela havia terminado, eles me acompanharam até uma parte do percurso. Detalhe, esse "um pouco" é cerca de 2/3 horas. Até porque, o horário da Sasha vai das 8 da noite até às 5 da manhã.
Eu caminhava olhando meus pés, já deviam ser quase 6 da manhã. Já está amanhecendo e eu não dormi nada, não sei porque essa insônia do caralho não some. Acabo esbarrando em alguém, um alguém muito mal-humorado para ser franco.
-Olha por onde anda, ômega - falou e eu revirei os olhos
-Para de ser idiota, eu não fui o único distraido aqui não - reclamei limpando minha blusa, ou tentando no caso - imbecil - falei enquanto tentava tirar o grosso do café da minha blusa
-Para um ômega você tem a língua muito afiada, talvez precise de educação - falou e tentou me dar um tapa, logo segurei a mão dele
-Não me chame de ômega, isso não me faz ser inferior a você - falei raivoso e ele rosnou alto no meu rosto - você conhece a escova de dentes? Porque está com um bafo do cão - resmunguei soltando sua mão
-Ora seu... - ia terminar quando eu cortei sua frase
-Aprenda uma coisa, não é só porque eu sou a porra de um ômega que eu vou ser fraco - dei um chute entre suas pernas fazendo o homem gemer de dor
-O que está havendo aqui? - uma voz grave falou atrás de mim, senti todos os meus pelos se arrepiarem - Oluo, levanta daí - ordenou e o cara, que descobri se chamar Oluo, se levantou ainda com dores entre as pernas me fazendo sorrir orgulhoso - o que houve? Porque tem um ômega aqui a essa hora da manhã? - falou e eu fechei a cara
-Não me chame de ômega, que inferno, vocês sempre se acham superiores a nós só por serem alfas - bufei irritado
-Desculpe, não sabia que não gostava de ser chamado assim - falou calmo e eu o encarei pela primeira vez, ele tinha cabelos negros e lisos, com um corte militar muito lindo, seu olhos eram azuis quase cinzas, e estavam entre abertos, talvez estivesse cansado, ele segurava um café expresso na mão esquerda, era um modo um tanto peculiar como ele segurava o copo descartável - agora me explique o que estava acontecendo aqui - pediu simples
-Esse ômega tem língua afiada - falou e eu dei outro chute entre suas pernas fazendo ele cair novamente no chão
-É, pelo visto ele realmente não gosta de ser chamado de ômega - falou o homem para si mesmo, com um leve sorriso de canto, quase imperceptível
-Esse seu amigo idiota, derramou café na minha blusa, e veio colocar a culpa em mim, e ainda tentou me dar um tapa - falei irritado o homem olhou para Oluo com a sobrancelha arqueada
-Tentou bater nesse garoto? - perguntou e o alfa o olhou com medo - você nunca muda, não é? - resmungou - me desculpe por tudo garoto, sou Levi Ackerman, e você? - perguntou
-Eren Yeager - falei e ele pareceu pensar um pouco
-Você é filho de Grisha Yeager? - perguntou e eu senti um arrepio correr minha espinha, eu odeio que falem dele, não é como se ele tivesse me machucado fisicamente. Mas minha relação com Grisha é complicada.
-E-eu já vou indo, tchau e valeu, eu acho - dei meia volta e fui até meu prédio logo que entrei, tirei minha blusa, jogando ela no cesto de roupas sujas e me deitando na cama - de onde ele conhecia meu pai? - me perguntei irritado e confuso.
Fecho os olhos, minha mente sempre indo em direção a aquele rosto. Deus, ele tinha uma aparência bastante marcante, até a voz dele era marcante e não saia da minha cabeça, eu nem percebi quando cai no sono, mas em meio esses pensamentos, eu dormi profundamente.
984 palavras
Capítulo postado dia 14/06/2021
Capítulo revisado dia 16/08/2022
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𝐍𝐚̃𝐨 𝐌𝐞 𝐂𝐡𝐚𝐦𝐞 𝐃𝐞 𝐎𝐦𝐞𝐠𝐚 𝐈, 𝗥𝗜𝗥𝗘𝗡
Fanfiction[Livro Um | Concluído] Onde, Eren Yeager odeia ser chamado de Ômega, pois ele acha que essa é uma forma de sub julgarem ele como mais fraco. Ou onde Levi Ackerman conhece o Ômega que não é afetado pela voz de comando de Alfas, exceto pela sua. Desig...