𝐍𝐚̃𝐨 𝐌𝐞 𝐂𝐡𝐚𝐦𝐞 𝐃𝐞 𝐎𝐦𝐞𝐠𝐚 𝐈, 𝗥𝗜𝗥𝗘𝗡

『Capítulo 006 - Dorme Comigo?』

Não Me Chame De Ômega

»Eren Yeager«

Estava tudo ocorrendo bem no jantar, só que Grisha sempre acha alguma coisa para me ofender, sempre foi assim e eu sabia que seria assim nesse jantar, só não contava com o que Levi fosse falar. Ele me defendeu, ou melhor dizendo, defendeu os ômegas, mesmo sendo um alfa, minha mãe se meteu na conversa e foi então que eu falei, eu falei algumas coisas que estavam entaladas na garganta a anos.

—Não me importa, eu não queria isso – soltei – eu preferia ter passado fome do que ter te conhecido, porque você sempre faz isso, sempre me rebaixa, e me trata como um lixo desprezível – eu disse entre lágrimas, só não esperava aquela resposta – você pode ter me dado tudo, mas não me deu o que eu mais precisava, carinho e respeito...

—E é isso que você é, um lixo – falou me olhando nos olhos, e eu arregalei os mesmo

—Eu te odeio – falei com raiva e um estalo foi ouvido pela casa inteira, eu senti minha bochecha arder, deveria estar vermelha com o tapa que Grisha me deu – você... Me bateu....? – falei surpreso, ele pode ser o pior pai do universo, mas nunca tinha me batido, ele dizia que era por eu ser ômega, mas pelo visto isso não importa muito.

Senti alguém puxar meu pulso, pela delicadeza imaginei ser minha mãe, mas quando olhei vi que era Levi, ele se pôs a minha frente e deu um soco em cheio na boca do Grisha que cambaleou com a força

—Já é a segunda vez, Grisha, eu avisei que não teria piedade se visse isso de novo – falou dando outro soco nele, todos só olhavam, acho que eles sabiam que ele merecia apanhar. Mas eu estava assustado, não com Levi, era com meu pai, eu queria sair dali o mais rápido possível, e queria que Levi ficasse do meu lado me amparando.

—Levi, para – pedi com a voz meio embargada pelo choro, que ainda não tinha cessado – me tira daqui por favor – pedi e ele suspirou, talvez como concordância? Não sei, só sei que ele tirou um lenço do bolso e limpou a mão que tinha sangue

—Vê se aprende, você teve sorte – falou dando as costas para Grisha que estava estatelado no chão cheio de sangue – me desculpe o incomodo, Carla, o macarrão estava ótimo, Piecky e Zeke foi bom conhecê-los e até nunca mais Grisha – disse me abraçando enquanto eu ainda chorava e me levou para o carro.

Ainda com o carro parado na frente da casa dos meus pais, Levi ligou o carro e me encarou.

—Vou te deixar em casa, ok – falou e eu segurei seu pulso, antes que ele mudasse a marcha para dar partida no carro – o que foi, Eren? – me olhou gentil mas de repente esse olhar mudou, foi em questões de segundos, seu olhar antes gentil ficou raivoso, ele colocou a mão na minha bochecha acariciando o local onde levei o tapa, deveria estar vermelho – quer alguma coisa? – perguntou com a voz calma e eu concordei tentando conter as pequenas lágrimas que escorriam

—Fica comigo – pedi dando uma fungada – não me deixa sozinho – tombei a cabeça para o lado apreciando seu carinho

—Fico – falou simples e assim mudou a marcha saindo com o carro, ele estacionou na garagem do prédio e logo fomos para o elevador, indo direto para o meu andar, peguei a chave do meu bolso e abri a casa dando passagem para ele entrar, vi ele dar um longo suspiro de olhos fechados, como se apreciasse o cheiro, soltei uma risada fraca o que atraiu seu olhar – o que foi? – perguntou

—Gostou do cheiro da minha casa? – brinquei e ele riu fraco

—É que tudo tem seu cheiro, e você tem um cheiro muito bom – falou tirando as mãos do bolso, corei de leve com o elogio repentino – se sente melhor? – perguntou preocupado, andando até mim e segurando minha mão, concordei de leve sentindo o simples toque de seus dedos arrepiarem meus pelos todinhos.