Conhecendo o Meu Lugar

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     Naquele nosso primeiro dia - dia esse que fui praticamente sequestrado e levado a uma linda praia de Ravina - Felipe de alguma forma me surpreendeu positivamente. Digo isso porque ele nada tentou, nada mais impôs e sempre que percebia que tava sendo arrogante demais, se freava e contornava toda a situação que ele mesmo criva. Entre o delicioso lanche que ele trouxe, muita conversa - séria ou totalmente sem sentido - a gente até que começou a descobrir algumas coisas em comum. A mais surpreendentes dessas coisas era o fato de não saber ceder. isso seria um problema lá no nosso quase inexistente futuro.

     Ele bem que insistiu pra que eu fosse tomar banho de mar com ele, só que não fui de jeito nenhum. Tive medo dele realmente me matar e deixar meu corpo vagar pela imensidão do mar azul e quente de Laguna Bay. Ele então voltou a colar quase que seu rosto ao meu e disse após abriu um lindo e sedutor sorriso diante de mim:

     _ Você que vai perder, Dudu. E só pra te deixar mais confuso ainda, meu lindo, eu ia te pegar no colo, fazer você flutuar nos meus braços por um longo tempo e com muita sorte a gente daria um primeiro beijo. Tu deve ter um beijo gostoso... Terminada a frase, ele me beijou a ponta do nariz e saiu alargando mais ainda o sorriso.

     Ele andou em direção a água olhando diretamente pra mim, e depois de alguns passos virou o belo e esculpido corpo e iniciou um gingado pra lá de sedutor, e antes de começar a molhar os pés ele tornou a virar e me pegou olhando pra ele. Eu, claro, desviei o olhar e se ele percebeu eu jamais saberei, mas fiquei vermelho.

     Sua frase voltou na velocidade da luz ao meu pensamento.. TU É GAY... TU É MUITO GAY...

     Ele voltou após nadar por quase dez minutos e me molhou todo ao sacudir os cabelos e o corpo perto de mim.

     _ Acho que tá na hora de te levar de volta, né? Acho que tua vozinha ficará preocupada se você cegar muito tarde. Assim que ele terminou de falar...

    _ Posso te pedir uma coisa, Felipe? Não só ele, mas eu também fiquei surpreso com o tom amigável com o qual usei para falar com ele.

     _ Sabe, Dudu... Eu nunca que vou esquecer essa nossa tarde e o que tu acabou de dizer. Sabia que nunca, nunca mesmo, alguém falou comigo com esse tom de voz? Manda... O que tu quiser pedir, considere feito?

     _ Você acabou de falar da minha avó com um tom de zombaria. Sabe, cara... Ela só tem a mim nessa vida, e eu só tenho ela também. O meu pai vive fora por conta do trabalho na pedreira da tua família... Então, Felipe, minha vida gira em torno dela e do amor que ela sente por mim. Por conta disso tudo eu te peço, Felipe... Não fala mais dela com esse desdém todo não, beleza? Se eu sou importante pra você ou na sua vida, então você tem uma ideia do quanto que minha avó representa pra mim.

     Ele simplesmente me abraçou cheio de carinho e disse num sussurro...

     _ Me desculpa. Eu prometo que nunca mais vou bancar o idiota quando se tratar da sua avó. u gosto dela e já a vi lá na mansão algumas vezes.

    E foi depois de falar essas palavras que ele começou a deslizar o rosto sobre o meu e senti sua boca tocar levemente o canto da minha. Eu tava tenso, gelado e quase sem ar. Ele com certeza percebeu tudo isso e juro que o ouvi engolir em seco. Em seguida ele cobriu os meus lábios totalmente com os dele, e me fez sentir uma descarga elétrica pelo corpo todo no segundo seguinte. Eu tava com os olhos abertos e o vi fechar os seus momentos depois da descarga elétrica que senti. Meu corpo foi sendo empurrado pra trás lenta e constantemente, e quando menos percebi Felipe estava colado a mim, deitado ao lado do meu corpo e seus lábios se abriram lentamente. Sua voz rouca chegou de algum lugar  e o ouvi dizer:

Implacável  -  Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora