Implacável - Romance Gay

Ocaso...

     Antes das portas do elevador usado por todos fecharem, Dário Mendes disse:

    _ Como assim nada poderá ser feito? Então foi tudo em vão? Dona Marta...

     _ Você pode se calar, por favor? Esqueceu onde ainda estamos? Com certeza estamos sendo ouvidos e gravados. Então, Dário Mendes... Cala essa matraca.

     As portas finalmente fecharam e a descida teve início após Felipe acionar o botão térreo.

     Os três únicos ocupantes do espaçoso lugar não ousaram nem se olharem na enorme parede espelhada, e se fosse possível ouvir seus pensamentos, ÓDIO era a palavra que mais poderia ser ouvida. As portas abriram após chegarem ao destino final e alguns policiais os aguardavam. Dário foi o primeiro a ser abordado...

     _ Dário Mendes? Perguntou o único homem vestindo terno e gravata.

     _ Sim, eu mesmo. Quem é o senhor?

     _ Delegado Gomes de Matos. O senhor está preso. 

     _ Preso...??? Marta realmente ficou assustada com a cena.

     Enquanto Dário ganhava nos pulsos um novo e apertado acessório e seus diretos eram lidos, o competente homem da lei voltou a dizer...

     _ A senhora chama Marta Ferraz Guerra?

     _ Eu mesma. O senhor pode fazer o favor de me dizer o que diabos...

     _ A senhora está presa. Marta passou pelo mesmo procedimento que seu capacho e por fim...

     _ Felipe Ferraz Guerra?

     _ Sim. E o belo homem que um dia foi um dos maiores empresários de Laguna Bay desceu ao fundo do poço.

     Alguns representantes da imprensa, que sempre cobriam algumas atividades do Grupo LGF, pareciam ter tirado a sorte grande no dia de hoje. As fotos e filmagens da prisão de dois membros de uma das mais conceituadas famílias da Elite Lagunense estamparam os noticiários por vários dias. 

     Enquanto alguns Autoridades Financeiras apontavam os crimes de Evasão de Divisas,  Sonegação Fiscal, Caixa Dois e um vasto Esquema de Propinas, outra plateia ficou bem mais interessada nos crimes que aos poucos foram sendo divulgados pela Polícia Civil de Ravina.

      Após muitas diligências ficou bem claro que Dário Mendes era tão somente o executor fiel de cada ordem que recebia dos mandantes Marta Ferraz Guerra, e também do seu filho Felipe Ferraz Guerra. A acusação final apontou 27 crimes de morte, onde 26 deles foram cometidos de uma só vez quando da explosão da mina de granito que pertenceu à família Guerra, e um outro que ocorreu logo após a volta dos recém casal Coimbra Ferraz Guerra da lua de mel.

     A teoria de jogar um contra o outro deu super certo mais uma vez, e Dário acabou confessando que realmente matou o prostituto contratado para manter relações com o casal, porque o homem passou a ser uma ameaça a todos os planos da senhora Marta Guerra. Outro crime confessado - a explosão da mina que vitimou 26 trabalhadores - foi explicado com riqueza de detalhes e os nomes de mãe e filho foram apontados como os mandantes. Felipe chegou a dizer em sua defesa que fez uma mera menção a uma provável explosão que poria fim a um único desafeto da mãe, só que infelizmente outros 25 trabalhadores que não tinham nada a ver com a história, pagaram com suas vidas. O alvo principal da explosão era o Capataz Froes, pai do homem que recentemente havia adquirido todo o Império Guerra.

     Marta negou todas as acusações que lhe fizeram, mesmo depois que todas as provas que haviam sido acrescentadas ao processo de acusação foram apresentadas. Por fim, uma última investigação a deixou ainda mais enrascada. O Delegado Gomes de Matos a olhava incisivamente e percebeu que a mulher fazia uma rápida viagem ao passado. Por fim ele perguntou novamente: