Silverstone, Inglaterra
Julho de 2017
— Você fez o quê, Vincent Erik Wegner? E por que Teufel* você não me contou isso? — eu conseguia ouvir Ali chorando do outro lado da porta.
— Porque você não vai se lembrar amanhã, Ali! — ele respondeu mais alto.
— Mas você não tinha o direito de me esconder isso!
Ali começou a falar em alemão depois disso e eu deixei de entender as palavras entre os dois até alguém abrir a porta.
— Ah, você ainda está aí.
— Eu não estava prestando atenção.
— Tem alguma forma de sairmos daqui sem sermos vistos? — ele ignorou completamente a minha desculpa.
— Tem, vocês podem ir pelo portão de trás. Se quiser, eu posso levar vocês, meu carro está lá.
Vince hesitou um pouco e olhou para dentro da sala, provavelmente para a irmã.
— Tudo bem — ele pareceu meio abatido para responder, mas não relutou com o meu convite.
— Vamos — apontei com a cabeça e ele a chamou.
Emprestei o meu boné para Ali e levei os dois para a saída traseira do paddock. Meu carro estava em um fácil acesso, então não demoramos muito para chegar.
Vince não disse para onde eu deveria levá-los e estava quieto demais ao meu lado. Ali também não disse uma palavra e, pelo retrovisor, consegui vê-la encostada na janela, ainda chorando. Dirigi até o hotel que eu estou, que não fica muito longe, e consegui um quarto para os Wegner.
— Entra — Vince falou quando deixei os dois na frente do quarto.
— Hum, parabéns pelo seu desempenho de hoje — Ali falou antes de ir para o banheiro, com a voz rouca. — Eu passei a tarde tentando falar isso e você parecia estar me evitando. Eu sei que não vou me lembrar de te dizer isso amanhã, então estou falando antes que eu perca a oportunidade.
— Obrigado — esbocei um sorriso que, provavelmente, deve ter parecido uma careta.
Ali retomou seu caminho para o banheiro, deixando Vince e eu a sós.
— É, eu mereci. Vou aceitar se você disser um eu te avisei — olhei para o loiro, sentado na cadeira e pousando a cabeça nas mãos e os cotovelos no joelho. Parecia que ele que tinha feito uma corrida, não eu.
— Nem pensei em dizer isso — passei a mão pelas suas costas depois de me sentar do outro lado da mesa.
— Eu juro que não sei o que é pior, se é contar a verdade ou não contar. No começo, meus pais quiseram encerrar a carreira dela e mantê-la em casa, então, toda manhã, nós três contávamos tudo o que havia acontecido. Um dia, uma marca de roupas que a gente trabalhava a anos me ligou para chamar a Ali para uma nova campanha, então eu tive a ideia de manter a carreira dela. Como eu te disse, a Ali sempre teve uma memória curta, do tipo que nem lembrava o que tinha comido no almoço, então aproveitei disso para não contar todos os dias o que havia acontecido. Todo dia de manhã era um dia normal, que nós dois seguíamos a mesma rotina de antes do acidente. Foi fácil — deixei que ele falasse, pois parecia que precisava desse desabafo.
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first time | daniel ricciardo
FanfictionAlicia é uma jovem de 23 anos e é modelo e influenciadora digital. Seu próximo trabalho é com Daniel Ricciardo, para um lançamento das roupas de seu novo marketing para a próxima temporada da Fórmula 1. Eles se interessam um pelo outro na primeira c...