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Abu Dhabi, EAU

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Abu Dhabi, EAU

novembro de 2017

Eu sinto muito, Danny, mas eu não posso fazer isso com você. Posso imaginar o quanto sofre todos os dias por saber que eu vou acordar e não vou me lembrar de você e eu sei que dói, não importa o quanto você vá dizer o contrário. 

Isso não é um término, nem um adeus. Amanhã, quando eu acordar, eu não vou lembrar de você e nem quero, pois se isso acontecer, sei que eu iria atrás de você. Vou deixar o meu diário para você e a partir de amanhã começo um novo. 

Obrigada por ter feito parte da minha vida e por ter me deixado te amar de uma forma diferente todos os dias nos últimos meses.

Eu te amo todos os dias. 

Deixei o recado, o único escrito no meu idioma, dentro do caderno de Ali, em uma página aleatória qualquer, dando uma olhada nas palavras escritas em alemão. Nos últimos dois meses eu tentei traduzir o que estava escrito no diário, tentando entender o que a alemã havia escrito, mas eu não conhecia muitas pessoas fluentes no idioma e quem era estava ocupado demais para me ajudar nessa tarefa.

— Que fofo! — quase deu um pulo do banco quando ouvi a voz de Sebastian atrás de mim. —Desculpa, cara — ele riu da minha reação e se sentou ao meu lado. — Mas por que você está lendo um livro em alemão?

— Não é um livro, é um diário — suspirei, entregando o caderno a ele.

— É sobre você que está escrito? — ele me olhou por um momento.

— Sei lá, é sobre um monte de coisas.

— Por que você está com o diário de alguém?

— Longa história, mas uma pessoa deixou para mim. Acho que ela queria que eu lesse. 

— Ela é boa com as palavras.

— Por quê? — inclinei o meu corpo na sua direção, dando uma olhada na página que ele estava.

— Eu li isso por cima do seu ombro quando cheguei — ele apontou para uma frase escrita com caneta rosa. Aparentemente, Ali adorava essa cor, que é a qual está escrito todo o caderno. — 'Aquele sorriso é o meu preferido no mundo, provavelmente poderia iluminar uma cidade se faltasse luz.' 

— Está escrito isso mesmo? — puxei o caderno de volta. — Caramba, ela sempre consegue me surpreender.

— Olha, eu não sei o que aconteceu, mas se alguém escreve uma declaração dessas para mim, eu iria atrás dela na mesma hora.

— Eu até faria isso, mas não nos falamos a meses.

— É mesmo? O que você fez de errado? — o olhei. — Não me olha desse jeito, aprendi com a minha mulher que a culpa é sempre nossa. Principalmente quando ela estava grávida, se tem uma coisa que eu aprendi era que eu estava errado. E então, o que você fez de errado?

first time | daniel ricciardoWhere stories live. Discover now