cap. 8

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- o que aconteceu com seus dedos? - pego as mãos de Matt levemente para que ele não se assuste com o toque repentino.

- aconteceu o grifano otário - ele retruca sem paciência nenhuma comendo a própria comida com grosseria.

- credo Matt... você tem que se controlar para o seu próprio bem - pego um pequeno lenço e o umideço para passar nos dedos sujos e machucados.

- que tal você se controlar? você que quase foi expulsa e tem que ir mil vezes na sala do velho pra fazer terapia - ele diz baixo e um tom provacador e eu tento o ignorar, estou tentando ter um dia sem problemas muito caóticos, mas óbvio que Matt está tentando exatamente o contrário.

- você e Tom comeram bem ontem? - tento disfarçar minha curiosidade se Tom gostou dos doces que levei para ele, eu não quis estereotipar o paladar de um Lorde das Trevas, mas por um momento admito que pensei na possibilidade de ele odiar chocolates por ser uma pessoa... sem tempo para essas coisas.

- eu não sou a porra de uma coruja, se voces querem tanto saber um do outro, conversem! - ele diz indignado e tento esforçar a minha paciência, Matt é instável e age por impulso, e ele está sentindo dor nos dedos, ele só precisa de mais atenção.

- por Merlin, consegue se acalmar? sei que está irritado mas minha paciência não é infinita, estou tentando te ajudar - digo e logo um discurso preparado de tudo que eu queria dizer vem a minha mente, mas evito pensar em dizer a Matt - Dauphin vem falar comigo diariamente para perguntar se você está bem... voces dois são muito orgulhosos para admitir que precisam un do outro - começo a massagear os dedos dele apenas para a mão não ficar dolorida depois que eu limpei.

- porque parou de ir vê-lo? - ele me questiona enquanto enche o prato dele com torta de abóbora e geleia, eu não sei exatamente porque parei de ir vê-lo, mas se eu não tenho um motivo pra ir, o que eu diria ao chegar lá?

- você assumiu o meu posto, Matt - resumo em poucas palavras minha chateação enquanto encerro a massagem nos dedos dele e faço feitiços simples e silenciosos para cicatrizar os cortes.

- não assumi! eu me permite levar comida para ele, e ficar na câmara por ser mais silencioso - ele se irrita me encarando enquanto como minhas uvas que eu já estava comendo antes de ele chegar - ele me pede para te vigiar e depois contar a ele o que você anda fazendo, me pede para me certificar de que voce está segura, todos os dias ele pergunta sobre você - ele parece esperar uma reação minha, mas fico estática, assimilando o fato dele querer saber sobre mim, deixei a insegurança e medo se apossarem, o que o futuro Voldemort queria saber de mim?

- bom... sendo assim, irei vê-lo, já que ele deseja tanto me ver, mas... com uma condição - encho minha xícara de chá de hibisco e levo aos lábios assoprando e logo depois descendo o líquido quente pela minha garganta - irá falar com Dauphin, e vai ser educado e cavalheiro, não vai a ignorar ou fazer descaso, e... vai ser sincero também, e vai levar as flores favoritas dela também - digo tentando lembrar o máximo de coisas que Dauphin gostaria, Matt me encara tão abismado que a sua face trava por alguns segundos.

- não caralho, como assim você só vai fazer uma visita para o Tom e eu tenho que fazer um pedido de casamento? nem fudendo, não mesmo - ele nega enfiando um bolinho quase inteiro na boca.

- tudo bem, pode escolher uma condicional para mim também - sinto meu corpo se aconchegar no calor do chá, com certeza tomar café da manhã é uma das melhores coisas da vida, volto meu foco para o assunto de Matt.

- hum... me deixe pensar por um instante... ah, vai levar bombas de chocolate para mim, e vai dar um jeito naquela coisa - ele completa a última parte meio irritado e se voltando para a própria comida.

Incapaz - Tom RiddleOnde as histórias ganham vida. Descobre agora