cap. 12

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Agoniante é não poder fazer nada.

Eu estou tão entediada que eu faria qualquer coisa por um mínimo de adrenalina que pudesse fazer eu me sentir viva novamente.

Isso me fez ter uma ideia.

Não é segredo que Draco tenha muitos problemas, e com isso, muita pressão, um pouco antes de completamos quatorze anos, ele foi diagnosticado com transtorno obsessivo compulsivo, na época ele tentou tratar e se medicar, mas, tem uma pequena diversão nesses remédios.

Eu me lembro de Dray, Pans, Blas e eu, dentro do dormitório contando e separando os feijãozinhos por cores, rindo sem ser engraçado, chorando sem estar triste.

Tínhamos ajudado Dray a tomar os remédios, que por acaso são, Ansiolítico, Inibidor seletivo de recaptação de serotonina e Di-hidrocodeína.

Se você já ouviu esses nomes, eu sinto muito, e se não ouviu, deve ter ouvido heroína, vicodin e antidepressivos, esses você deve ter ouvido.

O ponto é que eu estou na Mansão Malfoy, e mesmo que eu não ache os remédios eu posso me distrair indo até o quarto do unigênito Malfoy.

O quarto de Draco tem cheiro de lençóis passados a ferro, pergaminho e perfume mentolado. Começo a procurar por todo lugar, gavetas, caixas em baixo da cama, armário.

Nada.

Não é possível que ele tenha jogado fora esses remédios, na minha visão deveria guardar, nunca se sabe se irá precisar denovo.

No banheiro!

É claro, na gaveta do banheiro sempre se guarda remedios, pomadas, e essas coisas.

- senhorita Nott? - Ernie com educação me chama e um gritinho abafado sai da minha garganta, o elfo sorrateiramente abriu a porta - lhe procurei pela mansão inteira, senhorita. Sua refeição está pronta - ele diz dócil fazendo uma pequena reverência com a cabeça.

- claro! obrigada Ernie, já irei a cozinha - digo nervosa tentando controlar meu coração pelo susto.

O elfo se direciona para a porta navamente e sai sem fazer barulho, ando em passos rápidos para o banheiro do Draco, procuro em todos os lugares.

Nada.

Quando me dou por convencida de que ele não havia guardado os remédios, olho para frente e vejo um espelho, passo as mãos ao lado do espelho e sinto uma dobradiça de metal.

- esperto... - solto um pequeno riso e abro o espelho-armário e um grande sorriso cresce em meus lábios - o que temos aqui? fluoxetina... - pego a cartela e enfio no bolso da minha calça - ansiolítico... - pego e coloco encima da pia - uh... isso é novo - pego uma pequena cápsula quase no final, sem rótulo, mas eu sabia que era algum tipo de seringa que se usava para injetar, não me lembro de Dray usar algo assim, devolvo a cápsula no lugar - creme pós barba? e ele tem barba? - solto um leve riso.

Guardo tudo no espelho-armário novamente e levo comigo apenas a fluoxetina e ansiolítico, mais tarde vou testar os efeitos disso.

[...]

- estava uma delícia, Ernie, obrigada - digo me apoiando no batente da porta do quarto que eu ficaria, o bondoso elfo faz um tchau com a asceno de sua cabeça e eu entro no quarto fechando a porta.

- dizer "obrigada", quer dizer que em forma de gratidão você se obriga a ele - Voldemort se vira para mim desabotoando os botões da sua camisa social para afrouxar o aperto no pescoço, me olhando de forma curiosa.

Incapaz - Tom RiddleOnde as histórias ganham vida. Descobre agora