Noite de outono

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Nico narrando
Grunhi, vendo a perfeição em pessoa ser mais perfeita ainda. Ultimamente, meu 2⁰ melhor amigo, Will Solace, tem feito um treinamento com facas para aprender a lutar, além de já saber se defender. Ele sabe tocar instrumentos de corda, sabe curar, sabe dançar, é organizado, é bonito, é forte, tem uma dicção boa, sabe cozinhar, sabe se comunicar, é amado pelo acampamento inteiro e nunca está sozinho. Eu o apresentei para meus amigos, e agora, eles preferem o Will a mim. Se pensam que eu não percebi isso, estão enganados! Quando eles vem para o acampamento, ficam mais tempo com o Will do que comigo, e muitas vezes, chamam o Will para algo, mas não me chamam! Will não é quebrado e nem fodido. É filho de um deus adorado. Se sumir, eles vão dar a falta dele imediatamente! Que merda, como eu queria odiar esse idiota! Mas eu não consigo, não tem como. Aliás, é o mais completo oposto. Eu faria literalmente qualquer coisa por ele. E isso me irrita. Will não gosta de garotos. Isso é óbvio. Agora, ele está indo até seus muitos amigos sorridente, comemorando sua conquista. Suspiro. Não adianta stalkear ele. Eu nunca vou conseguir a atenção que eu quero. Me viro e ando meio caminho até meu chalé, quando ele me chama. Me viro, fazendo um esforço para desfazer a cara feia que pra mim é tão habitual.

W:- você viu como eu consegui manusear as facas?? Caramba, deu trabalho mas foi tão legal!!

Olhei para sua animação, sua alegria, seu sorriso, suspirei e inspirado nisso, tentei dar o sorriso mais honesto que posso.

N:- isso é ótimo Will. É sempre bom te ver bem e melhorando em algo.

Sorri pequeno, e depois escondi os dentes. Will começou a me encarar com uma cara estranha. Me reprimi por ter sorrido. Meu sorriso não é como o dele, bonito e agradável. É estranho. Minha boca tem um formato desfavorável para sorrir. E isso só me dá mais justificativas para evitar fazê-lo.

N:- scusa.

W:- hã? O que você disse?

N:- nada, nada. Bom pra você. Até.

W:- Nico espera!

Parei novamente e o encarei, esperando. Ele começou a embolar a fala, dizendo coisas desconexas e sem terminar frases, gesticulando sem parar e sem me olhar.

N:- Will!! Eu não estou entendendo nada.

W:- eu quero dizer... que... hã... eu... só... bom... você é eu... a gente... podia... hã... sei lá... tipo... nós... quer dizer... É... ah quer saber?! Esquece!! Tchau!

Ele saiu pisando duro, irritado. Eu me senti mal por o irritar de alguma forma sem me dar conta. Segui para o meu chalé, precisava fazer algumas coisas, como tirar a poeira, lavar meus sapatos, polir minha espada e claro, terminar de redecorar. Eu havia começado e desenvolvido a redecoração com a ajuda do Will, mas de repente, ele parou de me ajudar e principalmente, parou de ficar sozinho comigo e de interagir também. Eu sabia que havia sido muito grudento com ele desde que começamos a ser amigos, e sabia que agora ele precisava de espaço, ou talvez precisasse terminar essa amizade. Ela não faria bem a ele, de qualquer forma. Entrei no meu chalé, tirando o casaco e amarrando os cabelos em um coque. Desembainhei minha espada e decidi começar com ela. Abri uma gaveta da cômoda e tirei de lá um frasco de água do rio Estige, aplicando-a em um pano grosso e esfregando na espada. Depois de polí-la, guardei no suporte. Após isso, peguei outro pano e umedeci em uma solução limpante para remover o pó do chalé. Aproveitei e passei pano no chão também, e por fim, enceirando com uma cera líquida. Para finalizar com a chalé, peguei as caixas empilhadas em um canto e fui retirando os artigos de dentro dela, que eram algumas mandalas, alguns quadros para pintar que eu mesmo pintaria, umas poucas estatuetas, e dois tapetes escrito "chegay" em cores arco-íris com fundo preto. Coloquei um na porta e outro eu guardei. Arrumei as mandalas, deixei os quadros para pintar na escrivaninha e espalhei as estatuetas pelas superfícies do chalé.
Enfim, peguei meus coturnos e all stars e fui para a área de serviços casuais do acampamento. Esfreguei bem e passei ambos em uma centrífuga secadora. Então os posicionei nos parapeitos das janelas do chalé. Me estiquei, estralando algumas juntas, acendi um incenso de baunilha e me sentei na escrivaninha, me pondo a desenhar nos quadros.

SOLANGELO NOSSO DE CADA DIA!!Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang