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Assim que informado, a nova majestade de Newchestein agiu normalmente, mandou os guardas reforçarem a segurança sutilmente para que ninguém percebesse e seguiu com o baile como se nada tivesse acontecido.
Após todos os convidados o prestigiarem e assim que foram embora, ele subiu diretamente para o escritório, analisando a bagunça e a desordem, papéis jogados pelo chão, gavetas reviradas, sangue no tapete e cortinas arrancadas, Person riu sadicamente, mesmo com as descrições de cabelos escuros, sabia que conhecia aquela que fora responsável pela invasão, e que conhecia mais do que bem. O rei andou um pouco pelo cômodo e notou que sua gaveta secreta estava aberta e seus preciosos documentos haviam sido levados.
– Ah Katherine – riu Person –, é bom saber que está viva... – continuou encarando a gaveta – Acho que deve gostar de morrer para que tenha retornado – seu sorriso se escancarou como quem planejasse algo terrível.
Assim como Katherine havia planejado, saiu assim que as pessoas começaram a se amontoar na entrada do jardim para entrarem em suas finas carruagens reais, a soberba estampada em grande parte daqueles rostos. A princesa esperou até que a carruagem de Miriam e Ralph saísse com os dois em segurança para que enfim pudesse sair pelas ruas para o local de encontro, Alec iria um pouco mais tarde, pois precisava finalizar o trabalho para que foi, aparentemente, “contratado”, juntamente com outros garçons do buffet. Lauren seguiria seu caminho como se nada tivesse acontecido, Katherine conhecia bem Person e sabia que a essa altura ele já deveria ter mandado investigar não só Lauren, como todos que estavam presentes naquele baile. A princesa também se preocupava com a segurança de Lucy que em meio a toda a trama, estava mais do que exposta e corria um enorme risco dentro daquele palácio por lhe ajudar.
A jovem, atenta a qualquer guarda ou estranho que lhe parecesse suspeito, apressou os passos e suspirou aliviada quando reconheceu a carruagem de seus amigos, que assim que a avistaram, pararam imediatamente ao seu lado para que adentrasse rapidamente, seguindo em direção a uma pequena pousada pouco conhecida nos subúrbios de Nilária. Aguardariam Alec lá e provavelmente passariam a noite, visto que também precisavam despistar o cocheiro, que mesmo que subornado, não era de confiança. E todo cuidado era pouco, seu inimigo em comum tinha muito poder em mãos atualmente e Katherine se odiava por não ter notado nada de estranho no comportamento de Person, um assassino, um golpista sem escrúpulos.
As acomodações eram simples e o mofo nas paredes explicava não só o porquê da diária ser tão barata, como também a baixa popularidade da pousada.
Após todos se encontrarem, partiram ainda de madrugada pelas ruas da capital do reino, no entanto, ao chegarem em “Lugar Nenhum” encontraram o que menos esperavam. Ainda distante era possível escutar os gritos e choros das pessoas desesperadas, ao se aproximarem avistaram a correria e a enorme luz avermelhada que emanava do fogo que tomava conta de toda aquela pequena periferia. As casas construídas, em sua maioria, de material altamente inflamável colaboraram drasticamente para que o fogo aumentasse e se espalhasse por todo o local. Katherine ficou imóvel ao ver Gavyn correndo para ajudar as pessoas feridas com seus conhecimentos de medicina. Miriam, Ralph e Alec rapidamente se apressaram indo de encontro ao curandeiro para ajudá-lo a socorrer aqueles que não haviam conseguido sair ainda de suas casas e estavam presos em meio às chamas.
