Capítulo XV

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Miriam permaneceu sentada na praça esperando o capitão pechinchar sobre os preços das mercadorias com os comerciantes, quando o viu mudar seu foco e seguir em outra direção

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Miriam permaneceu sentada na praça esperando o capitão pechinchar sobre os preços das mercadorias com os comerciantes, quando o viu mudar seu foco e seguir em outra direção. Ela pensou mil e uma coisas que poderiam tê-lo levado para o lado oposto, como esquecer onde a havia deixado, ou que ele tivesse visto algo que o agradasse em outra barraquinha, mas não, ele continuou seguindo reto até que sumisse. Ralph então desapareceu rua adentro.

A dama real começou a se preocupar conforme o tempo ia passando, os olhos fixos na rua em que o capitão desapareceu.

Estava ficando sem esperança quando o viu surgir, da mesma rua, acompanhado. Ao seu lado um homem com a estrutura física similar ao do capitão, estrutura física típica de guerreiros treinados, com um capuz que pendia de sua cabeça até o pé. Miriam semicerrou os olhos para enxergar melhor, mas não o conhecia.

Ambos se aproximaram e a moça não esperou muito para perguntar para seu amigo quem era aquele que o acompanhava.

— Miriam, este é... — Ralph então notou que não sabia seu nome — Desculpe, como é mesmo o seu nome?

— Alec. Alexander Alec, sinto muito, não me apresentei devidamente, sou duque e capitão estrategista de Arion, vocês são Miriam, dama real e Ralph, capitão da guarda, estou certo?

— Como...? — perguntou Ralph, mas antes que completasse a pergunta, Alec já a estava respondendo.

— Os estudei antes de vir para Newchestein para que tivéssemos um contato mais natural, plano este que não deu certo.

— Claro, estrategista — sorriu o capitão discretamente ao virar o rosto.

Katherine olhava para além da janela, a vista da imensidão de águas e o dançar das longínquas ondas em sua repleta euforia seguida de uma calmaria constante

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Katherine olhava para além da janela, a vista da imensidão de águas e o dançar das longínquas ondas em sua repleta euforia seguida de uma calmaria constante. Era lindo, fazia-lhe pensar, refletir sobre a situação atual e todos os acontecimentos que se passaram.

Gavyn então entrou pela porta, um singelo sorriso no rosto com uma de suas misturas de ervas dentro de uma pequena cuia.

— Sua alteza, beba isso, ajudara a ativar a circulação mais rapidamente, em poucos dias estará de pé novamente — e sentando-se ao seu lado, ajudou-a a levantar para que tomasse. Katherine tomou sem reclamações, queria urgentemente levantar, melhorar por completo.

Ao tomar tudo, Gavyn levantou, dando-lhe as costas e indo em direção a porta.

— Com licença — a princesa interrompeu seus passos e o senhor curandeiro virou-se novamente para si —, se me permite perguntar... Como conheceu Alec? — Gavyn sorriu com a pergunta da jovem.

— Foi a muito tempo, nem sempre morei aqui, eu trabalhava como curandeiro real em Arion — Gavyn fez uma pausa em suas palavras, parecia pensativo ao relembrar a história — e fui acusado de envenenar um membro do conselho aliado, seu nome era Henri, duque de Arion, mas também grande amigo do antigo rei de Newchestein, seu pai. — Katherine apenas o escutava, sem falar nada, não era necessário naquele momento, ela sabia que apenas escutar era o que o senhor à sua frente queria. — Em um determinado dia, duque Henri fizera uma viagem para Newchestein a negócios, mas se sentia fraco e doente, poderia ter se recusado a ir para aquela reunião de aliança entre reinos, mas era um homem extremamente competente, conhecido por cumprir todos os seus compromissos. Naquela viagem exclusivamente, ele me pediu para acompanhá-lo para cuidar da sua saúde que andava frágil, então o acompanhei. Em uma noite chuvosa em seu palácio acordei de madrugada com uma sensação ruim, então fui conferir como o duque estava, estávamos em quartos no mesmo corredor, então quando abri a porta... — Gavyn parecia reviver aquelas cenas enquanto contava seu relato, os olhos vagos para um horizonte distante e sua expressão triste fez com que a jovem quisesse abraçar-lhe. — Quando abri a minha porta, ao fim do corredor, mesmo com a escuridão, com os relâmpagos, eu vi. Era alguém saindo de seu quarto, encapuzado, se misturava nas sombras daquela noite, mas eu vi, tenho certeza disso... Ele saíra apressado, mas me viu, então correu. Eu corri também, mas para dentro do quarto de duque Henri e ao seu lado uma pequena cuia de veneno repousava, alguém havia o envenenado. Guardas entraram e me viram ao seu lado, o duque estava agonizando e não pôde dizer nada, então ele morreu.

— Então o culparam por sua morte?

— Era o que as circunstâncias davam a entender.

Katherine pensou, mas não via como Alec poderia estar envolvido.

— Mas então, onde entra Alec nisso tudo?

— Duque Henri Alec I, era esse seu nome. Ele era seu pai. Quando o jovem cresceu, se encontrou com o desejo imenso de entender como seu pai fora assassinado. Em uma das muitas noites preso na masmorra de Arion, Alec II veio me visitar e acreditou em mim, acreditou em minha versão, mesmo quando ninguém acreditava. Então me ajudou a fugir e aqui estamos. Desde então ele procura pelo assassino utilizando-se de um codinome.

— Codinome?

— Sim, ele se intitulou pelas abreviações de seu nome. Chama-se...

— AA. — Katherine o interrompeu. Não fora ela quem o encontrou, mas ele. Ironia do destino ou não, seus caminhos se cruzaram, e parecia que seus passados também.

Gavyn apenas balançou a cabeça, confirmando.

Então era essa a história de Gavyn e Alec, pensou a princesa. Muito além do que pensava, a história envolvia seus reinos e o assassino estava em seu palácio. Duque Henri fora assassinado sob seu teto e Gavyn fora vítima por estar no lugar errado e pelas suas habilidades com ervas. Tudo parecia se conectar constantemente. O assassinato disfarçado de acidente da família real de Newchestein, o assassinato de um duque influente do conselho e amigo de seu pai, a tentativa de assassinato dela. Parecia que "assassinato" era algo que estava presente em suas vidas mais do que imaginavam — pensou. Mas isso precisava mudar.

O golpe era um plano mais antigo, sangrento e complexo do que aparentava.

E Katherine estava começando a se dar conta de tudo. Só esperava não ser tarde demais.

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Quote do capítulo XV

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