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Noah

Já fazem dois meses que a Emma está morando definitivamente comigo, até hoje Sina só veio visitá-la umas 4 vezes, e toda vez que ela vai embora, Emma volta a ficar cabisbaixa, eu sei que ela sente falta da mãe dela, até eu sinto.

Sina é perfeita, é linda, eu não tenho nem palavras para definir essa mulher, ela é perfeita.

Estou no caminho para pegar a Emma na escola agora.

Desço do carro e vou até o portão da escola e vejo uma figura loira me abraçando pelas pernas.

- Oi pai - Emma me fala e eu sorrio para ela.

- Ei minha princesa, foi legal a escola - ela assente e vamos em direção ao carro.

- hoje eu aprendi sobre multiplicação-Emma é adiantada na escola, ela é muito inteligente e não estava conseguindo acompanhar a outra turma que ela estava, teve que ser avançada por dois anos, isso me deixou muito feliz.

- Que legal filha, eu falei com você que essa matéria é legal.

- Pai eu posso te perguntar uma coisa- eu assinto e ela respira fundo e fala- Eu posso ligar para a mamãe hoje?- ela me pergunta meio esperançosa e eu sorrio para ela.

Coloco ela na cadeirinha e vou para o meu assento, penso melhor no assunto e resolvo falar.

- O que você acha de nós fazermos uma viajem filha - ela me olha confusa e eu ligo o carro.

Sina

Vazia, sozinha, triste, despedaçada, são umas das minhas alternativas diárias para como eu me sinto, não consigo me concentrar em nada que seja fora do trabalho, não tenho nem vontade de comer, minhas noites estão mal dormidas e minha casa está um silêncio é um vazio completo, e para me ajudar, até o peixinho que era da Emma morreu, cheguei do meu plantão a dois dias atrás e fui alimentar o "Squarts" que era o nome dele, quando cheguei perto do aquário, ele estava boiando de barriga para cima.

Agora nem sei como contar para a minha filha que o peixinho que ela tanto amava morreu, como eu sempre digo... Minha vida está um caos, um vazio.

O aniversário de 5 anos da Emma já está chegando e nem sei o que eu posso dar a ela, ainda faltam muitos dias para mim ir visitá-la.

Meu bipe toca e eu vou ao quarto em que meu paciente me chamou, já é o final do meu plantão e eu estou morta de cansada, corro até o senhor que hoje de manhã eu retirei o apêndice, sr. Jimmy.

Entro e ele está me esperando sorrindo, achei que ele estava com dor ou algo do tipo.

- Oi- entro na sala e ele sorri mais largamente, vou mais para perto dele - O sr. está sentido algo? - pergunto enquanto pego a compressa para medir a pressão dele.

Ele é um idoso fofo, tem 60 anos, branco igual a um algodão e olhos verdes iguais aos meus, ele se veste todo jovial, camisa abotoada e bermudas havaianas, quando ele está lendo algo ele coloca os seus óculos redondos, o que eu acho super fofo.

- Você poderia me trazer mais daquelas gelatinas verdes - eu rio.

- Eu vou pedir para uma enfer- não termino de falar e ele já me interrompe.

- Por que não trás você mesma, vamos conversar um pouco querida- cedo ao seu pedido, afinal ele é um idoso muito fofo.

- tudo bem. - vou atrás das gelatinas e as pego, pego as colheres e vou em direção ao quarto dele novamente, entrego a gelatina a ele e me sento na cadeira ao lado de sua cama.

- Por que você está com essa carinha tão triste? - ele me pergunta enquanto como minha gelatina sem vontade alguma.

- não é nada não.

- Você pode me contar, eu sou bom em guardar segredos.

- Eu perdi a guarda da minha filha a dois meses- falo e ele me olha espantado.

- Me conte essa história direito.

Conto tudo a ele, desde o dia em que eu comecei a namorar com o Noah até os dias de hoje.

- E a dois dias atrás o peixe da minha filha morreu- eu digo percebendo que algumas lágrimas que eu não consegui segurar, já estavam caindo.

- Você o ama? - ele pergunta e eu penso na questão.

- Sinceramente... Muito, sempre que eu o vejo parece que nunca deixamos de namorar, sempre vai acontecer as borboletas no estômago, mesmo Emma estando morando lá eu imagino como minha vida seria perfeita se nós estivéssemos juntos.

- E ele ama você? - rio sem humor.

- na- sou interrompida por uma voz que veio da porta.

- Amo, e muito- olho para trás e Noah está parado na porta do quarto.

- É esse o rapaz que você tanto fala- eu assinto ainda incrédula com o que eu estou vendo e Noah vem andando em minha direção.

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