Calmaria antes da Tempestade

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Draco correu até Harry, pegou ele no colo e aparatou com ele para o chalé. Ao chegar lá ele colocou Harry com cuidado na cama.

Depois, Draco tirou os trapos que Harry usava, o deixando apenas com sua calça, que agora havia virado um short por causa dos rasgos e começou a tratar dos ferimentos de seu amado.

─ Ai!

─ Harry, que bom que você acordou. Me desculpe se te machuquei, mas tenho que limpar essas feridas.

─ O que aconteceu? ─  Harry estava se sentindo horrível, como se seu corpo não fosse mais dele. Sua pele latejava de dor, seus olhos ardiam pela falta de sono, sua cabeça explodia a cada piscada. Alguns flashes de memória passavam por sua mente, ele não se lembrava do visual, não lembrava do que ele via. Talvez seu cérebro tenha entrado em um estado entorpecido que o impedisse de registrar o que ele via o Monstro fazer com seu corpo. Mas ele lembrava do cheiro, do som, do sentimento.
Harry se lembrava do cheiro da carne queimada de Draco, Harry se lembrava do som que as garras do monstro faziam na sua pele, Harry se lembrava de sentir cada corte e cada toque da varinha de Salazar em si mesmo.

Draco tentou explicar pra ele, mas era tudo muito doloroso para se lembrar, era tudo muito difícil de se falar então ele apenas piscou quatro vezes e torceu para que Harry entendesse a mensagem e parasse de pedir para que ele lembrasse.

Malfoy matou um homem, um homem mau, mas um homem. Ele ainda não sabia  como ainda estava vivo depois de tanto tempo, mas agora não estava mais por sua causa.

                                   ¤

Hermione Granger acordou irritada consigo mesma. Ontem ela foi provocada por Pansy Parkinson de um modo muito irritante e infantil.
Mas ela se sentia culpada, culpada por ter deixado de se preocupar com seu amigo, foi por pouco tempo mas aconteceu.
Ele devia estar sofrendo, chorando, passando mal, mas ao invés disso ela se deixava levar pelos hormônios adolescentes.

Ela se sentia envergonhada, não queria nem sair da cama mas era necessário.

Ela fez toda a sua rotina matinal e foi para o Salão Principal. A energia da escola estava triste, nascidos trouxas homens sumiram e as mulheres estavam indo de pouco em pouco para casa á pedido de suas famílias e da escola.
As aulas não estavam mais normais, muitas meninas puro-sangue choravam por seus namorados e a Ginny era uma delas.

Hermione sabia que a sua amiga estava estranha, sabia que tinha algo que ela não lhe disse, mas não queria forçar a amiga a dizer nada que não quisesse.
Desde que Ginny ficou mais próxima de Luna ela acabou ficando sozinha, agora sem Harry e sem Ginny só sobrou o Rony.
Não que ele seja alguém ruim, mas ela não se sentia do mesmo jeito perto dele.
Ela sabia que ele tinha uma queda por ela desde que eles eram crianças, mas recentemente ele parecia ter superado isso.

A verdade é que hermione nunca gostou de alguém, nunca se apaixonou, nunca se sentiu realmente envolvida com uma pessoa. Ela queria isso, queria muito, mas sua prioridade era estudar. Pelo menos era isso que ela dizia para si mesma.
Ela nunca se sentiu interessante, desejada. Seus dentes da frente eram grandes, seu cabelo era selvagem e ela muita das vezes não sabia como domar.
Não tinha um corpo bonito com a Lilá Brown ou a Parvati Patil. Tudo que lhe restava era seu cérebro e seus livros.
Ela lia sobre romances, lia sobre homens perfeitos, princesas guerreiras e amores verdadeiros.
Ela nunca achou que um dia viveria isso então já havia se conformado, mas sempre que se olha no espelho ela vê o quanto não é suficiente.

Com todo o estresse dos últimos dias, Hermione não havia tido um tempo com ela mesma. Ela esqueceu de como era uma bagunça estar em sua mente.

A garota então parou de divagar e tomou seu café da manhã.

                                     ¤

─ Em que está pensando Ginny?

Luna estava novamente consolando Ginny.
Já havia virado uma rotina das duas.
Luna não amava Ginevra, ela só queria saber como era beijá-la, mas a garota estava num estado emocional tão deplorável que a loira se sentia podre só de pensar nisso.

─ Luna eu não sei como ajudar ele, eu sonhei com ele aquela vez mas não faço ideia do que fazer com isso. Não sei como ajudá-lo. Só sei que tenho que avisar ele que o jeito de sair de lá é amando o Draco.

─ Não faça isso.

─ O que? ─  Gina estava confusa, ela estava se martirizando todo esse tempo atoa? Por que a Luna não disse isso antes?

─ Se você disser, o Harry vai se sentir obrigado a amar o Draco e não vai ser verdadeiro. Ele nunca vai sair de lá assim.

Gina sentou se na cadeira da biblioteca, ela estava antes deitada em três cadeiras juntas mas agora realmente estava interessada na conversa.

─ Então tudo que eu tenho que fazer é não fazer nada?

─ Sim e não. Você pode tentar ajudar os pobres garotos nascidos trouxas que sumiram.

Luna viu a expressão de Ginny amolecer, diluir a culpa que a garota carregava todo esse tempo.

                                   ¤

─ Eu sinto falta de Hogwarts, Draco.

Harry quebrou o silêncio. Ele estava sentado em uma cadeira no chalé. Draco estava sentado na outra enquanto os dois garotos magoados e traumatizados tentavam em vão se distrair.

─ Do que você sente mais falta? ─ Draco torceu para ele mencionar algo como "comida", o garoto não havia pensado que Harry podia dizer que sentia falta da namorada. Ele só pensou nessa possibilidade depois que terminou de falar.

─ Do Rony ─ Harry viu Draco suspirar, parecendo aliviado. ─ A essa hora ele estaria competindo comigo para ver quem consegue comer primeiro a torrada queimada que o Fred tentou preparar

Os dois riram, risadas tristes, mas que não deixavam de ser um pingo de alegria naquele inferno que estavam vivendo.

Notas da autora:

Oi xuxus, adivinha quem voltou?
Não estranhem a escrita um pouco diferente, faz 1 ano e alguns meses que postei o último capítulo e minha escrita evoluiu muito.

Obrigada por me esperarem, amo vocês!

A Amortentia - DrarryWhere stories live. Discover now