UMA CHAVE 🗝

585 106 25
                                    

AMOR

Quando era pequena, acreditava que o amor verdadeiro era aquele em que duas pessoas se amam a ponto de se casarem e viverem para sempre juntas, tipo meus pais. Mas meus pais se separaram, e eu me casei três vezes, que teve como consequência, o divórcio.

Então, o que eu sabia sobre o amor? O que eu entendia sobre amar? O que significava essa palavra?

Pensando na palavra "amor", consigo ver várias nuances. Sempre acreditei naquele amor que faz você rever todos os seus conceitos sobre o sentimento. Acreditei que amar era nunca machucar ou ferir. Achei que para amar, você precisava se libertar de tudo. Tinha o conceito de amor daqueles de novela, onde tudo é tão bonito e mágico - aliás, atuar um amor nas telas e vivê-la, era totalmente diferente. Atuar um grande amor era fácil e prático, amar na vida real é outra coisa, porque afinal, não conseguimos fingir o que não sentimentos na nossa realidade, diferente das telas.

Por muitos anos procurei amar da forma como as pessoas julgavam ser correto. Me calei diante do amor, quando o que eu mais queria era gritar o nome da pessoa amada. Por muitos anos cai na insanidade de me adaptar ao amor que outros achavam que era certo para mim. Por muitas vezes dei ouvidos a quem nem sequer sabia minha história completa. Me entreguei aos meus monstros internos, quando o que eu mais queria era abraçar o amor e me entregar a ele.

As coisas mudaram completamente quando descobri, no auge do sofrimento, o verdadeiro significado de amar.

Ao invés de encontrar a calmaria, me deparei com um furacão, que ao contrário de muitos desastres naturais, não me tirava do chão, e sim, me fazia permanecer em terra firme, com todas as dores e delícias de amar. Descobri o amor na mais improvável situação. Entendi o que era amor no ápice da minha dor. Tentei desvendar a complexibilidade do sentimento quando a olhei e a vi por inteira. A vi mesmo, de verdade, por completo, com sua alma nua e entregue a mim.

Ao olhar para ela percebi que não queria apenas tê-la, queria conhece-la no total de seu interior. Queria entender seus medos, suas dores, suas alegrias, seus sonhos, sua história, mapear seu físico e emocional. Quando a vi, me deparei com toda sua magnitude e intensidade. Tê-la era como sentar à beira da praia, olhar o horizonte do mar, e mesmo sabendo que o oceano é infinito e cheio de mistérios, ainda assim, querer mergulhar de cabeça.

Encontrei amor onde menos esperava. Lutei, relutei, enfim, depois de muito renegar, me entreguei ao sentimento.

E ainda assim, percebi que amar não era tão simples assim.

Ao contrário dos "felizes para sempre", nossa história se desenrolou através de muita dor. Me arrependo de muitos momentos que vivi, dos erros que cometi e o quanto a fiz sofrer. Mas não podíamos voltar no tempo e mudar nossa história, estava escrito, era para ser, desse jeito, imperfeito.

Amar Titchela foi o maior desafio que já enfrentei em toda minha vida. Amar Gizelly era como voar, sem ao menos ter asas. Amar Gizelly era meu maior grito de liberdade - que até então, estava entalado em minha garganta, e eu ansiava por gritar a plenos pulmões, toda nossa história. Amar Gizelly foi meu maior ato de coragem e covardia ao mesmo tempo. Amar ela é voltar para casa e sentir que ali é seu lar, independente do lugar que estivéssemos. Amar Gizelly era enfim, saber o que é amar.

Olhando em retrospectiva, nos vendo sentadas lado a lado, de mãos dadas, nossos filhos com suas devidas famílias unidas, era fácil esquecer tudo que vivemos para chegar até aqui. Aliás, esquecer é algo que me vem ocorrendo com muita frequência. Gizelly levava na esportiva minha doença, mas reconhecia em seu olhar o quanto sofria por minha falta de memória. Mesmo que talvez nessa vida eu esqueça meu grande amor, nas vidas que nos encontrarmos - e tenho certeza que faremos, da forma mais linda-, lembrarei do nosso amor e da sensação que é ser amada por ela.

De tudo o que mais me doía, saber que um dia poderia esquecer nossa história, me consumia por dentro. Não lembrar dos meus momentos com Gizelly, ou talvez não a reconhecer, me fazia entrar em um sofrimento mudo.

Até hoje me arrependo de tê-la amado em silêncio. Escondi essa chave por anos, sem saber como faria para abri-la ao mundo. E cá estou, com lágrimas nos olhos e coração transbordando de felicidade, com orgulho de dizer: Gizelly Bicalho Abreu é o grande amor da minha vida. Minha alma gêmea.

Por nosso amor e nossa família, faria tudo de novo, milhões de vezes!

Com amor, Rafa Kalimann

"Todos somos diferentes, mas nem todos acreditam na gente. O mundo está mudando e ninguém muda o seu jeito de pensar. Amar virou rótulos, que colocam como amarras nos punhos daqueles que só querem fazer o bem. O mal se manifesta diante de tanto ódio, no coração de quem deseja a vida do próximo. Próximo! A fila anda, os séculos se vão, as coisas mudam. Querer estar perto virou obstáculo para uma sociedade que olha e aponta o dedo na cara do amor. Ah, o amor! Ele não mede esforços, não vê gênero, nem raça, religião e muito menos cor! O amor uni as pessoas diferentes que desejam estar presentes, juntos, construindo o que é seu por direito! Aqueles que amam, se sufocam com o grito de liberdade que é poder estar perto da pessoa que ama. Silêncio! Ninguém pode escutar a felicidade, afinal não é comum. Amar não é o que muitos falam por ai. Amar é o que poucos sentem e não tem significado exato, apenas se sabe quando chega a hora de amar. É bonito! O mundo sabe que estamos aqui apenas fisicamente? Esquecem que as almas se encontram e não tem como se enganar com o sentimento mais puro. É amor, em um mundo cheio de rótulos, amarras e preconceitos. É amor!"

- Tiago Venturinni

"Após a publicação do livro biográfico da famosa Rafa Kalimann, sua maior revelação é seu grande amor por Gizelly Bicalho."- site Fofocas do dia.

"Não acredito que estávamos certas esse tempo todo! Girafa sempre foi real."- @ no Twitter.

"Como é triste saber que Rafa Kalimann não teve coragem o suficiente, em vida, de revelar ao mundo seu verdadeiro amor."- @ no Twitter.

"Rafa Kalimann abre sua vida e conta que o amor de sua vida é ninguém mais, ninguém menos que sua melhor amiga, Gizelly Bicalho. Assim como conta sobre seu casamento fake com Bernardo Hucch. O livro de sua vida foi publicado logo após sua morte, escrito por Paola Kaul."- site David Gean.

"O livro biográfico de Rafa Kalimann foi publicado esta semana, e conta com revelações bombásticas sobre sua vida. A narrativa, escrita por Paola Kaul, nos prende do começo ao fim, e conta a história do verdadeiro amor de Kalimann, além de outras revelações como seu casamento com Bernardo Hucch. O livro se chama 7 chaves e está a venda em todas as lojas físicas e digitais." - site Teen.

"A Rafa sofreu tanto escondendo seu verdadeiro amor. Até onde a fama vale a pena? Até onde o preconceito chega?"- @ no Twitter.

"Girafa nunca me enganou! Elas sempre foram um casal. Uma pena que não compartilharam com os fãs, em vida, o amor tão lindo que elas tem pela outra." - @ em um comentário na publicação de Rafa no Instagram.

"Desde o BBB eu sabia que era real! Queria que elas tivessem deixado os fãs acompanharem de perto todo esse amor. Uma pena que o preconceito invadi a mente das pessoas, fazendo com que chegue a extremos, como foi o caso da Rafa, que entrou no dilema entre viver esse amor e esconder por medo."- @ em um comentário na publicação do site teen.

"Eu amo meu girafa! Sempre acreditei que era real. Uma pena elas terem perdido tanto tempo, sofrido tanto, para finalmente ficarem juntas. Espero que estejam bem e em paz agora."- @ no Twitter.

7 chaves 🗝 - GirafaWhere stories live. Discover now