7 chaves 🗝 - Girafa

SEIS CHAVES 🗝

EMMA

Um dos momentos mais felizes de toda minha vida, foi ver o brilho no olhar de Gizelly quando propus que tivéssemos uma filha nossa, gerada por uma das duas. Era tudo que havíamos sonhado há muitos anos, e só adiamos ao longo da vida, por motivos já contados no decorrer dessa história. Sabíamos dos riscos, devido a nossa idade, mas nunca desistiríamos de ter uma metade nossa nesse mundo.

Decidimos que nosso próximo filho ou filha seria gerado/a por mim. Fizemos uma extensa pesquisa de como iríamos proceder a inseminação artificial, e como faríamos para escolher o doador anônimo. Foi com muita cautela e conversa, que enfim decidimos tudo sobre nosso bebê. Fertilizamos nossos óvulos em um banco de semen. Foram algumas tentativas frustradas, com o teste de gravidez negativando, mas não desistimos.

Me aproximei de Gizelly, enquanto a mesma falava desenfreadamente, algo que não conseguia capitar por estar emocionada demais com o teste positivo em minhas mãos. Logo em seguida soltei um grito, pulando. Nossos filhos olhavam para mim sem entender absolutamente nada, apenas riam com minha atitude.

- Deu certo? - a entreguei o teste, que dizia "grávida +2/3" - Mentira.- começou a chorar. Ela se aproximou de mim, me abraçando com força.

- Deu certo. Eu estou grávida!

- Obrigada meu Deus.- gritou, botando as mãos para cima, agradecendo. Depositei vários beijos por toda a extensão de seu rosto. Era tanta felicidade que era difícil descrever.

Gizelly se tornou a pessoa mais babona e chorona que já conheci em toda minha vida. A cada minuto do dia, ela colocava as mãos em minha barriga, fazendo carinho ou deixando um beijo por ali.

Eu estava de costas, enquanto fazia suco natural de laranja para nossos filhos, que gritavam e brincavam no extenso quintal. Gizelly chegou por trás, me abraçando e colocando suas mãos em cima da minha barriga, que já estava enorme.

- Você é a pessoa mais linda do mundo. - deu um beijo em meus ombros.

- Você falou isso há exatos.- fingir olhar em um relógio de punho imaginário.- 10 minutos.

- Porque é inevitável. Você grávida conseguiu ficar ainda mais gostosa.

- Gizelly! - ela riu.

- E eu tenho culpa? - me virei em seus braços, olhando em seus olhos.- Quero que Emma nasça logo, para que eu possa desfrutar do seu corpo de novo.

- Gizelly! - dei um tapa leve em seus braços, enquanto a mesma ria.

- Eu amo tanto você. - seus olhos se encheram de lágrimas.- Obrigada por nós. Obrigada por nossa história. Obrigada por nossa família.

- Eu também te amo demais, Titchela.- sorri, limpando as lágrimas que desciam por seu rosto. - Eu que tenho que agradecer por tudo. Vocês.- apontei com a cabeça para o quintal onde nossos filhos brincavam, logo em seguida passei as mãos em minha barriga e por último dei um selinho em sua boca.- São o que eu tenho de mais precioso. Por vocês, faria tudo milhões vezes! - ela sorriu e meu coração errou as batidas.

E assim, nasceu Emma. Era difícil falar sobre a pequena - agora grande, menina. Ela era uma mistura exata entre mim e Gizelly, tanto de personalidade como fisicamente. Qualquer um que olhasse para ela saberia que era fruto de tudo que lutamos ao longo de tantos anos, fechando nossa fábrica de filhos.