Capítulo 15

2.2K 160 6
                                    

                                 Narrador POV

Do outro lado da comunidade, Lennon, Milena e Ester, mãe de Lívia, andavam de um lado para o outro desesperados. 

-Isso é tão desesperador. -A mãe falava. -Ela está presa no próprio quarto, mas não posso vê-la!

-A senhora tentou falar com o Bebeto? -Milena a questionou enquanto roía a unha. 

-Claro! -A mulher tratou de responder. -Mas ele não quis deixar eu vê-la de jeito nenhum e ainda tem um garoto na porta do quarto, ou seja, não consigo nem escapar. 

-Até agora não entendi o que está acontecendo. -Lennon murmurou. -Alguém pode me explicar? 

-O Didi foi preso e na hora que Lívia soube disso, foi atrás do Bebeto. -A amiga respondeu. -Só que, ela foi e não voltou. 

-E do nada chegou lá em casa sendo arrastada pelo Bebeto. -Ester continuou. 

-Mas por que? -O rapaz esbravejou. -Não tem lógica. 

Por nem imaginarem o que havia acontecido, o nervosismo era maior ainda. 

Eles até tentaram alguma coisa, mas não conseguiram muito. 

Bebeto foi atrás de Didi e levou alguns vapores, ou seja, os que ficaram, não sabiam de nada. 

Já no quarto de Lívia, a menina gemia a cada golpe que levava. 

Sua testa sangrava, seu corpo doía e tinha certeza que havia quebrado um osso. 

-Chega...

Ela murmurava enquanto se encolhia. 

O vapor pisou mais algumas vezes na costela da menina e assim que terminou, limpou seu suor e suspirou. 

-Trabalho realizado com sucesso. -Ele murmurou e em seguida saiu.

A menina gemia e se contorcia de dor. Ela estava acabada, por isso, não demorou muito pra desmaiar. 

                                             Horas depois...

O plano para resgatar Didi foi um sucesso, foi aquela famosa emboscada no caminho da penitenciária. 

-O melhor sub desse morro voltou, família! -Didi anunciou no megafone da comunidade. -Nenhum x9 consegue me parar, quem vai parar é ele! 

Os donos do morro se encararam e Bebeto concordou, fazendo Didi suspirar. 

Bebeto havia falado com o sócio que Lívia estava envolvida com a polícia e o rapaz não acreditou muito. 

Quer dizer, ele tinha suas dúvidas sobre a menina, porém quando acontece, a pessoa não acredita muito, né? 

-Eu prendi ela no quarto, está lá desde ontem, podemos ir lá. -O chefe sugeriu fazendo com que Didi concordasse. 

Quando chegaram na porta da casa de Lívia, bateram de frente com Lennon e Milena.

-O que estão fazendo aqui? -Bebeto questionou. 

-Viemos ver a tia, ela está bem mal. -Milena respondeu meio nervosa. -O que você fez com minha amiga? 

-Nada. -Ele respondeu fazendo os dois amigos respirarem aliviados. - Ainda...

E ai o clima só piorou. 

Os quatros entraram na casa e encontraram dona Ester sentada no sofá, enquanto era amparada pelo namorado. 

-Boa tarde, pessoal! -Bebeto debochou. 

Os dois sentados no sofá encararam o rapaz e a mãe da menina se levantou. 

-Eu quero ver minha filha! -Decretou chorosa. -O que você está fazendo é um absurdo!

-É mesmo? E o que sua filhinha fez foi o que? 

-Mas o que ela fez?! -O namorado de Ester questionou. 

-Ela foi X9, explanou nosso querido amigo pra polícia. -Respondeu apontando para Didi. 

-O quê? -Os quatros soltaram a voz. 

-Isso é impossível. -Ester murmurou. -Tem alguma coisa estranha...

-Claro que tem! -Milena esbravejou. -Como tu chegou nessa conclusão? 

-Um confidente me falou. -Bebeto respondeu cruzando os braços. 

Lennon pensou um pouco e logo uma lâmpada se acendeu em sua cabeça.

E se fosse o que ele estava pensando, não se seguraria. 

-Ele te falou o que? -Lennon começou a falar. -Que viu a menina saindo de um escritório de investigador? 

-Isso ai. -O chefe respondeu. -Como tu sabe disso? Tá envolvido também?

O menino não o respondeu respirou fundo, tentando se controlar. 

Bebeto havia uma bela cagada. 

-Você é um idiota! -Lennon esbravejou, fazendo com que todos o encarasse surpresos. -Ela foi fazer um pedido para um investigador, eu estava lá, estou de prova!

-Pedido para me prender, isso sim. -Didi, que estava apenas observando, falou alto. 

-Claro que não, mano! -O menino retrucou. -A investigação tem a ver com vocês, não nego, mas é uma história familiar. 

Após sua fala, Ester colocou a mão na cabeça já entendendo tudo. 

-Meu Deus, não. -Seu choro apertou. -Não acredito nisso. 

-O que foi, meu bem? -Eduardo amparou a namorada, que se sentava no sofá. 

Não saiu uma palavra da moça, apenas lágrimas eram vistas. 

A sala estava em completo silêncio e ninguém entendia nada, até que Magrão, o vapor que fazia a segurança, desceu as escadas correndo. 

-Tia, pelo amor... -Ele paralisou ao ver seus chefes. -Que bom que está aqui!

-O que foi, garoto? -Bebeto se alertou. 

-Acho que a Pati está morta...

Nenhuma palavra foi dita. 

Todos estavam em puro choque. 

Mas o primeiro que correu escadas acima foi Lennon, isso deu um sinal verde pros outros. 

Ao chegar no quarto, se desesperou ao ver a amada jogada no chão. 

A menina estava toda roxa, tinha sangue seco pelo corpo e não estava mais presa. 

-Lili? -O rapaz pegou sua cabeça e colocou em seu colo. -Lili, acorda, pelo amor de Deus. 

Ele pedia enquanto passava a mão em seu rosto. 

A mãe da menina, que já estava nervosa, se desesperou ainda mais.

-Filha, pelo amor de Deus, não me deixa! -A mãe gritava desesperada. 

-Quem fez isso? -Didi se direcionou para Magrão. 

-Agora isso não importa! -Milena declarou pegando seu celular. -Eu vou chamar uma ambulância. 

Depois de longos minutos de espera, a ambulância chegou e ali mesmo começou os primeiros socorros. 

-Ela está respirando? -Bebeto perguntou para a médica. 

-Sim, a saturação dela está baixa, temos que levá-la pro hospital agora. -Ela falou enquanto ajustava a prancha na menor. -Podem levar. 

E assim levaram Lívia para a ambulância. 

Ao passar por Bebeto, apesar de tudo, seu coração se apertou e ele quis chorar. 

Ele iria virar esse morro de cabeça pra baixo pra achar quem havia feito isso com sua Pati.  


Da Boca 『L7NNON』Onde histórias criam vida. Descubra agora