Capítulo 11

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A noite não foi difícil apenas para Luca, a família Scorfano também teve dificuldades para dormir. Alberto já estava acordado há um bom tempo, mas fingiu estar dormindo para ouvir a conversa dos pais.

- Quer mesmo falar com o Filippo, Antonella? - Bruno falou, e sentou-se na rede.

- Claro que quero. Gosto muito da Gabriele, e quero saber mais sobre o passado dela!

- Eu também, mas o Filippo é completamente louco! Ele diz coisas horríveis sobre tudo que é diferente, e matou a própria esposa! Tenho medo do que ele pode fazer com você, amore mio...

- Antonella se sentou. - Ter medo é normal, mas temos que sair da nossa zona de conforto, né? Se não enfrentarmos as pessoas que nos machucam, elas vão ser as mesmas daqui 500 anos! Não dá pra ignorar, vários de nós morrem todos os dias por serem quem são, temos que lutar por nós, e por eles!

- Você tem toda razão, mas eu já te perdi uma vez, não quero correr outro risco...

- E é pra isso que serve o "Silenzio, Bruno!". Eu sei que posso morrer, mas seria uma honra morrer lutando pelo meu direito de existir.

- Bruno desceu da rede, ficando de frente para a esposa. - Como você faz isso?

- Isso o que?

- De onde tira tanta coragem? Eu queria tanto ser assim... Mas eu não consigo, acho até que se não tivesse te conhecido, não teria saído do mar.

- Quando eu tô com medo, digo mentalmente "Silenzio, mini Antonella!", mas acho que o que você precisa, é acreditar em si mesmo. Você fica com esse pensamento ridículo de "Eu não consigo fazer isso!", sendo que nem tentou! Tenha mais confiança, meu bem!

- Você fala como se fosse fácil... - Falou um pouco baixo, e desviou o olhar.

- A moça segurou o queixo de Bruno, o fazendo olhar para ela novamente . - Não é fácil, mas não é impossível! Você é um ser maravilhoso, e muito corajoso, mas precisa ser mais confiante! Eu acredito em você, por que você não?

- Bruno respirou fundo, e fechou os olhos, mentalizando a frase: "Eu consigo", por alguns segundos. - Você tem razão, eu preciso acreditar em mim... E sabe o que eu vou fazer? Vou falar pessoalmente com o Filippo, tá na hora de enfrentar meus medos!

- Isso, Bruno! Você vai conseguir, eu sei que vai!

- Sorriu. - Eu quero te agradecer por tudo o que fez por mim... Você me mostrou um mundo que eu nem imaginava que existia, e me deu forças pra continuar! - Ele segurou as mãos da esposa. - Eu amo cada escama sua, cada célula, cada órgão que você tem! Você é completamente perfeita, e eu sou completamente apaixonado por você...

O casal então se beijou, e voltaram a dormir. Alberto pensou no que sua mãe falou, e chegou a conclusão que também precisava enfrentar seus medos, mas os dele eram um pouco mais complicados de se resolver.

O menino queria entender o porquê do pai o tratar de uma forma tão estranha, e precisava resolver o problema com Massimo. O pai de Giulia era muito especial para Alberto, ele não queria deixá-lo, mas também não podia perder a oportunidade de passar mais tempo perto de Luca. Talvez se ele arrumasse uma nova namorada para o pescador, ele não se sentisse tão solitário.

A noite passou rápido, já que ninguém dormiu ali na ilha.

- Bom dia, meu bem! - Antonella beijou a testa do filho para acordá-lo. Espero que tenha dormido bem.

- Não muito... - Alberto falou em um tom sonolento. - É estranho voltar a dormir aqui. - Bocejou.

- É por pouco tempo, eu prometo. O que quer comer de café?

Luca 2Where stories live. Discover now