Capítulo 17

113 12 6
                                    

Assim que mergulhou no mar azul, Bianca se dirigiu até a casa onde morava. O caminho todo até chegar na residência, foi pensando em Giulia. Ela não sabia como explicar aos seus pais que estava apaixonada por outra menina, e se recusava a aceitar que isso era realmente verdade.

- Finalmente! Achei que você não fosse voltar nunca! - Disse Marina Branzino, a mãe de Bianca. - E aí, como foi lá em cima?

- Deu tudo certo, mãe. Eu me inscrevi em outra competição lá na superfície, e vou ganhar, como sempre.

- Melhor mesmo. Na família Branzino, não toleramos imperfeições ou fracassos. - Matteo, o pai de Bianca, falou aproximando-se da filha. - Agora, vamos comer, você tem um longo dia de treinamento amanhã, Bianca.

- Sim, pai.

A família da garota não era boa em ser carinhosa, apenas em ditar regras. Marina cobrava coisas muitas vezes impossíveis, da própria filha. Era difícil, mas Bianca se esforçava para se encaixar nos altos padrões de sua casa.

Desde nova, participava de inúmeras competições de shows de talentos, e treinava muito para todas elas. Sua mãe não permitia que ela comesse enquanto não fizesse uma imitação de golfinho perfeita, o que deu a menina inúmeros problemas de saúde, mas o troféu de primeiro lugar importava mais.

Por mais que sua vida parecesse perfeita, estava longe de ser. O que adiantava ter tantos prêmios e ser considerada por muitos uma criança prodígio, se ela não era feliz ali? Bianca cresceu acreditando que ser a melhor, era a coisa mais importante na vida, mas assim que conheceu Luca, ela percebeu que estava enganada.

" - Mesmo que você fique em último lugar, Luca, nós vamos continuar te amando! - Daniela acariciou a cabeça do filho. - Vamos te amar independente de quem você seja!

- Valeu, mamãe! - Eles se abraçaram.

- Se minha filha ficasse em segundo lugar, estaria expulsa de casa. - Sussurrou Marina.

- Eu nunca vou ficar em segundo lugar, mãe, vou sempre ganhar. - Disse Bianca.

- E é isso que eu espero. Você é melhor que todos aqui, e se não for, é melhor nem olhar na minha cara.

- Sim, mãe. "

Por mais que aquela conversa tivesse sido há 6 anos, ela se lembrava muito bem disso. O fato de Luca poder fracassar, e poder namorar alguém do mesmo gênero, a irritava. Seus pais jamais aceitariam, e isso doía.

- Enquanto estava distraída em seus pensamentos, o telefone tocou. - Alô? - Atendeu Marina. - Telefone pra você, filha. É uma tal de Giulia.

- Obrigada, mãe. - Pegou o telefone. - Se não se importa, pode me deixar sozinha?

- Claro que sim, com licença. - Saiu.

- "Olha só, ela sentiu minha falta!" - Pensou a menina.

- Oi, Bianca! Tô feliz por você não ter me dado o número errado de propósito...

- Por que eu faria isso?

- Não sei, eu ainda não acredito que você gosta de mim.

- "Gostar" é uma palavra forte. Eu apenas te suporto, e sinto atração por você.

- Claro, claro! - Riu. - Você tinha dito que queria ver se rolava algo entre nós, né? O que acha de tomarmos um sorvete, e conversar, sei lá?

- Por mim, tudo bem. Se arruma bem, e me encontra com os sorvetes no porto. Eu gosto de sorvete de morango, e prometo que não vou demorar muito.

Luca 2Where stories live. Discover now