Capítulo 1

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- Então você não virá mas?.
Pergunto com uma voz firme para disfarçar a vontade de chorar.
-É o trabalho querida ,eu não sabia soube hoje.
Vitória a minha irmã responde. Desde que meus pais morreram em um grave acidente de avião,há dez anos atrás quando eu tinha oito anos e a vitória dezoito, ela assumiu a minha guarda legalmente nós tínhamos nos tornando ainda mas unidas. Até o ano passado quando a empresa para quem ela trabalha exigiu que ela fosse morar em uma pequena cidade ao sul de Londres onde havia uma grande concentração de brasileiros.
-Então tenho que mandar seu presente hoje.
Sinto câimbras nos dedos e percebo que estava apertando-os com mais força do que era necessário.
-Você sabe que pode vim para cá...
-Não Vi ,nós já conversamos sobre isso. Eu não consigo tá bom.
Ela faz cara de preocupada,eu tinha uma certa inveja da Vitória por que ela era parecida com a mamãe cabelos castanhos claros na altura dos ombros,olhos cor de mel,traços finos mas com mandíbula firme,ela até tinha o mesmo sorriso. Enquanto eu tinha sido uma cópia feminina do meu pai,cabelos escuros longos, olhos verdes ,lábios grossos e mesmo olhar,eu só tinha herdado da mamãe o jeito para a cozinha.
-Você ainda tem pesadelos?
Vitória me chama a atenção.
-Não. Minto
-Lembre-se nós estamos conversando pela webcam, posso te ver sei que você está mentindo.Ainda é o mesmo?
-Sim,que eles estão no aeroporto de repente há uma grande explosão e há fogo,gritos,pessoas correndo, eu tento ajudar mas não consigo,então eu estou no orfanato onde eu passei alguns dias antes de você me buscar o pai aparece e pergunta porque eu não ajudei,então eu tento abraça-lo mas antes que eu o alcance caiu em um buraco e acordo.
-Com que freqüência tá acontecendo?
-De três a quatro vezes por semana.
Respondo ajeitando meu óculos estilo nerd sobre meu nariz.
-O que o médico falou sobre isso?
-Que vai acabar quando eu para de achar que a culpa é minha.
Falo com a cabeça baixa.
-Você sabe que não foi culpa sua eles eram biólogos,viajavam o tempo inteiro.
-Mas eles não teriam pegado aquele vôo se eu não tivesse ficado doente.
-Já disse que não foi sua culpa,eles te amavam por isso que pegaram aquele vôo. Você era a nossa pequena princesa, tanto eu como a mamãe e o papai faríamos qualquer coisa por você.
Há uma longa pausa,e eu decido falar
-Eu sei Vitória.
-Olha esquecendo esse assunto, preciso de um favor seu.
-Qual seria?
Pergunto grata por ela trocar o assunto.
-Preciso,que você ajude o irmão de um amigo meu,que tá indo ai pro rio estudar .
-Você quer que eu me torne guia turística ?
Pergunto ironicamente.
-Não Livi, ele é brasileiro só que cresceu aqui ,sabe se virar sozinho.
Ela fala mexendo no cabelo.
-Tá bom,o que eu preciso fazer?
Ela não responde de imediato.
-Nada, SóDeixarQueEleMorreAiAtéQueEuVolte.
Ela fala rápido e o incrível é que eu intendo.
-Quanto tempo ele vai ficar e quando essa pessoa chega?
Pergunto cruzando os braços.
-Seis meses,dois dias.ela para de falar depois volta.
-Pera ae você não tá argumentando nem dizendo que não aceita?
-Não. Se você confia nele para pedir que eu deixe ele morar aqui em casa,tudo bem.
-Sério?
Vitória tenta me avaliar.
-Sério, contando que ele não invada o meu espaço pessoal, e não seja bagunceiro tudo bem.
-Vou te mandar o link com a foto dele. Ela diz com um sorriso
-Okey,agora eu preciso estudar,Até amanhã maninha,espero que o presente chegue a tempo dos seus vinte nove.
Digo a ela sorrindo porque ela me proibiu de falar sobre sua idade,sabia que isso iria irrita-la.
-Espero que o presente seja bom,ou eu irei até o Brasil para te bater Olívia.
-Também te amo Vitória.
Digo desligando.

Meu celular vibra é uma mensagem de Henrique meu melhor amigo.
Henrique- Festa sábado.
Te pego as sete.
Penso lembro que o cara que Vitória falou só chegará em dois dias.
Olívia- Amanhã?
Por mim tudo bem, se você me ajudar a acabar um trabalho da faculdade.
Trinta segundos depois ele responde.
Henrique- Sim.
Te ajudo no domingo, e agente pega um cinema.

O Sabor do Problema.Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt