Prólogo

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A floresta brilhava radiante em tons laranjas e avermelhados diante da luz da lua que reinava sobre o céu em meio as estrelas, os sons das árvores balançando com a ventania selvagem eram ouvidos em toda a floresta alcançando até as mais profundas tocas. O som de uma coruja em busca de uma presa para abater irrompeu entre as árvores, passos se manifestaram no chão da floresta logo depois, uma grande forma branca caminhava de forma orgulhosa e confiante enquanto se dirigia à uma grande pilha de rochas amontoadas ao pé de uma montanha, uma pequena forma o seguia de perto, com a pelagem branca e mancha de cor negra nas costas.


Os dois gatos fizeram seu caminho ao topo das rochas, pulando graciosamente de pedra em pedra até chegar à frente de um buraco estreito, grande o suficiente para um gato passar. O guerreiro olhou para o céu, em busca do Tule de Prata, este brilhava majestosamente, como se seus ancestrais o estivessem dando as boas-vindas ao local em que se encontrava. Sem esperar mais, adentrou à passagem escura que trazia uma brisa fria para fora, o caminho até o fundo era muito mais aberto que a entrada, a única forma de se guiar em meio a escuridão era pelo o faro e a sensibilidade dos bigodes, que o alertariam se estivesse se aproximando da parede.

Ao chegar no final do longo túnel, o guerreiro ouviu o som fraco de água corrente na caverna subterrânea, o cheiro limpo da água tornava o ar fresco e agradável de respirar. A luz da lua penetrou por uma pequena entrada acima da caverna, iluminando uma grande pedra que se pôs a brilhar de imediato, espalhando seu brilho por todo o local, iluminando pequenas pedras brilhantes nas paredes. Era como se o próprio Tule de Prata descera do céu e estava em volta da grande pedra brilhante, o guerreiro estava profundamente encantado com tamanha beleza, a gata que o acompanhava se acomodou ao lado da entrada, esperando silenciosamente.

Com o pelo quase arrepiado de excitação, se dirigiu à grande pedra brilhante que era envolta pela água corrente do pequeno riacho, ao se deitar e tocá-la com o focinho, o guerreiro fechou os olhos, momentos depois o som da água desapareceu, dando lugar ao silêncio completo. Ao abrir os olhos, se viu em uma clareira, o local era cercado por uma neblina brilhante e grossa, com quatro pedras alinhadas uma ao lado da outra à frente de um terreno arenoso e macio quase circular. Nove gatos surgiram das paredes da neblina, todos se acomodaram à frente do grande gato branco.

— Bem-vindo, Coração Valente — miou um dos ancestrais guerreiros, este era um belo gato de pelo longo preto e laranja. — está pronto para deixar sua vida antiga para trás e se tornar o novo líder do Clã do Fogo? —.

— Estou — respondeu o guerreiro com um brilho determinado nos olhos cor âmbar.

De repente, a neblina que antes era brilhante agora se tornara negra e tenebrosa, os espíritos ficaram inquietos quando rosnados cheios de fúria e o som de uma grande batalha encheram toda a clareira. O guerreiro sentiu todos os pelos de seu corpo se eriçar, o alertando para correr o mais rápido que pudesse, mas não conseguia mover uma pata sequer.

— Ouça atentamente, Coração Valente — miou uma gata de pelo prateado malhado, seu olhar sério o penetrava como um espinho pontiagudo. — as presas afiadas virão contra todos os clãs, somente a camaradagem de dois grandes guerreiros pode salvar à todos.. —.

O guerreiro tentava acompanhar toda a informação que havia recebido, mas caíram sobre si como uma forte queda d'água caía em um rio, fazendo sua cabeça girar em confusão.

Algo estava chegando...

Gatos Guerreiros: Outono VermelhoWhere stories live. Discover now