Família Uchiha Uzumaki - MenmaNG

Especial dia dos pais

Capítulo fora da linha do tempo anterior.

Era a terceira vez em que Sasuke repassava sua lista de preparativos para o dia dos pais. Nada muito diferente do seu habitual comportamento cuidadoso com tudo que envolvia o filho, mas com o adicional de responsabilidade para que essa fosse uma recordação perfeita em família — o que o lembrou de que não havia comprado filme para fazer as fotos, precisava corrigir isso.

Já no andar de cima, escondido em seu quarto, Menma terminava de embrulhar os presentes e checar os cartões que os acompanhariam. Obviamente que tinha preparado algo especial para ambos os seus pais, mas seguia a risca a recomendação de Sasuke para que dedicasse mais atenção ao Naruto, já que era a primeira vez em que ele celebraria aquela data especial.

Tudo caminhava tão bem para ambos os Uchihas que nem se deram conta que a pessoa que gostariam de homenagear não estava no mesmo clima de festa. Talvez se ele não tivesse saído antes mesmo do nascer do sol, alegando uma pequena urgência burocrática para resolver, Sasuke tivesse notado a falta do sorriso que normalmente iluminava o rosto do Uzumaki e também a vida da pequena família.

Todos os anos aquela data parecia igual, praças e restaurantes lotados, enquanto as ruas ficavam tão vazias e silenciosas, algo bom para o coração do Uzumaki que buscava refúgio de tudo o que o fazia lembrar da infância solitária, das vezes em que invejava as crianças que passavam dias falando das coisas que fariam com os pais quando o final de semana chegasse.

Sentia uma culpa enorme por não conseguir se animar mesmo vendo os cochichos e segredinhos que seus amados faziam para preparar alguma surpresa, mesmo que agora tivesse um filho que amava muito e que tudo que quisesse no mundo fosse ser o pai que ele gostaria de ter tido. Não importava o quanto tentasse, não seria de uma hora para outra que todos os anos de dor e solidão seriam esquecidos, a data continuava sendo algo que ele preferia que não existisse.

Da mesma forma como a tradição ninja não havia mudado no de correr dos últimos anos, a sua também permanecia, sendo sua primeira parada no velho balanço em frente à academia ninja. Ali gostava de imaginar todas as coisas que faria se tivesse um pai para homenagear, como seria a reação dele ao receber o presente que os professores o mandaram fazer na aula e como se sentiria orgulhoso em saber que o seu pai era o melhor do mundo, afinal era o que ele acreditava que todas as crianças pensavam.

Depois foi ao cemitério que era o terceiro lugar mais visitado nessa época do ano. Ali ele escolhia uma lápide com um nome de homem qualquer, a mais abandonada possível, e cuidava dela, colocava flores, conversava com o falecido como se fosse com seu pai e finalmente chorava, protegido dos olhares curiosos, já que cada um tinha suas próprias lágrimas para derramar.

Por fim, passava um tempo no monumento dos Hokages, não de frente observando como faria qualquer pessoa, mas no topo vendo a vila e seus habitantes de longe. Agora que conhecia a identidade de seu pai, esse momento tinha um apelo extra que era o de estar justamente sobre a cabeça do quarto, imaginando como teria sido estar em seus ombros em uma caminhada na praça, enquanto contava para a estátua os acontecimentos de sua vida durante o ano que havia passado.

Ao finalmente terminar essa cruzada, estava pronto para voltar para casa e se esforçar em disfarçar o que sentia para o bem do próprio filho que merecia todo amor e atenção que foram negados para ele. Porém ao passar pelo batente de entrada, desabou.

Sasuke ouviu o som do impacto contra o chão e correu em direção à sala pensando que fosse o filho tropeçando. Encarou atônito o namorado de joelhos no chão parecendo tão cansado e triste como nunca, e sem precisar ouvir explicação alguma soube o que se passava naquele coração.

— Ei, não pense mais nisso. Agora nós não estamos mais sozinhos, temos o Menma. — Apesar de preocupado e triste com a situação do outro, Sasuke sorria de forma verdadeira, pois era como se para ele a vida tivesse duas fases: uma antes e outra depois do nascimento do filho. — Você vai ver que vai passar.