5 - Nunca mais será adeus

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Notas: Esse capítulo curtinho foi feito as pressas no meu horário de almoço especialmente para quem pediu para eu continuar, porque partiu meu coração deixar vocês na vontade. 💕

Ainda estava escuro quando a família se reuniu na sala de estar para uma última conversa antes da partida de Sasuke que, com uma lista em mãos, revisava cuidadosamente as instruções que deixara para o namorado e o filho.

No sofá, Menma apenas observava sonolento a cena que lhe parecia tão normal, já que sempre que mudavam de acampamento seu papai tomava essas mesmas medidas. Mesmo sendo certo que dessa vez não poderia acompanhá-lo a realidade ainda não o tinha alcançado, até porque não sabia o que era ter saudades dele já que em toda sua vida mal tinha passado alguns dias longe da proteção amorosa do Uchiha.

Para os adultos tudo parecia em ordem na teoria e mesmo assim nada acalentava os corações apaixonados que não queriam se separar tão cedo. Os olhares mal se encontravam como se sentissem que um momento de fraqueza poderia roubar todo senso de responsabilidade de ambos.

O clima era tão denso que mais pareciam estar se preparando para uma missão ranking S, onde o que estava em jogo era muito claro e bloquear as emoções fosse indispensável para o sucesso da empreitada.

Assim nesse as horas passaram rapidamente e logo os primeiros raios de sol vieram para anunciar que a hora do adeus chegou.

— O plano era partir de madrugada, demoramos demais, Naruto.

— Não se preocupe, dei ordens para que o portão sul fosse bloqueado para a população. Você vai encontrar uma rota vazia e em poucas horas terá voltado à programação. — A fala de um Hokage ocultava o desejo infantil de dizer: Então fique só mais hoje.

Sasuke assentiu com um gesto e se aproximou do filho que começava a esfregar as têmporas, pronto para se levantar. Estendeu-lhe a mão e aguardou pacientemente o menino aceitar sua ajuda que não era necessária, apenas um modo silencioso de dizer mais uma vez quanto o amava.


Agora a família marchava a passos firmes pelo caminho arborizado que conduzia à saída da Vila. Quanto mais o portão crescia a frente, mais se encolhiam os ombros, mais lacrimejavam os olhos. Era chegada a hora da despedida.
Abaixado para estar à altura dos olhos da criança, Sasuke apoiou a mão no ombro do filho e esperou sem dizer nada, aguardando que Menma tomasse a atitude para saber o que sentia aquele pequeno coração, pois o seu próprio doía de uma maneira que jamais imaginou ser possível.

— Eu vou cuidar do meu pai, não se preocupe. — Com apenas seis aninhos, ele certamente não seria capaz de cumprir com o que dizia, porém o olhar era determinado assim como o da pessoa de que herdou a cor azul de suas pupilas.

— Eu tenho tanto orgulho de te ter como filho. — Puxou a cabeça do menino e colou testa com testa. — Promete me contar tudo que acontecer. Meu falcão virá buscar suas cartas e prometo que lerei, mesmo se não puder te responder, eu lerei.

— Ei, ei! Vamos parar com isso. Até parece que você não vai voltar! — O sentimento que vinha consumindo Naruto finalmente falou mais alto e o fez esbravejar impulsivo, esquecendo que o filho o observava.

— Não fale essas coisas, seu idiota! Menma e eu nunca nos separamos antes, preciso dar tempo para que ele se acostume com isso.

— E daí? Também sou pai dele, vai ficar tudo bem, droga. — Uma lágrima, depois duas, a mão enfaixada limpou o rosto antes que a terceira caísse.

— Não chora pai, o papai sempre faz coisas assim perigosas e fica bem. Vamos aproveitar para brincar mais tempo juntos. — Abraçou a ambos os pais pelas pernas.

— Viu? O Menma é mais maduro que você.

— Cala a boca. — Retrocou envergonhado.


Com todos recompostos, Sasuke dirigiu toda sua atenção ao filho uma ultima vez e saiu sem dizer mais nada ao namorado que encarava o chão um tanto decepcionado, porém não irritado, afinal esse era o jeito Uchiha de ser e ele o amava assim mesmo.

— Então, acho que agora somos nós dois... Que tal um lamén? — Naruto cutucou uma das bochechas riscadinhas da criança.

— Não! Ainda está na hora do café, vamos ao mercado. — Tomou a mão do mais velho e puxou para que o acompanhasse. — Papai disse que deixou a lista de compras com o senhor.

— Você às vezes parece tanto com o Sasuke que me assusta. — Riu seguindo a criança. — Podemos comprar um salgadinho para mais tarde?

— Vou pensar no seu caso. — Menma sorriu sapeca.
Caminhavam agora sem pressa, teriam um dia inteiro para ficarem sozinhos, já que o Hokage havia se permitido uma folga para poder cuidar de alguns assuntos da papelada de adoção do filho e dar um suporte emocional nesse momento de separação.

— Narutooooooo — O grito atrás de si o fez virar em alerta, empurrando Menma para suas costas, pronto para defende-lo do que quer que fosse, mas era apenas Sasuke.

Perto, muito, muito perto. Rosto com rosto, a pele alva tomada por rubor por ter chegado até ali, mas congelado pelo medo de fazer o que seu coração havia mandado. Foram três, talvez quatro segundos para que os lábios do casal se tocassem, mais um ou dois para que aquele virasse um beijo apaixonado, mas para eles pareceu tanto tempo quanto levaram para se abrirem a respeito de seus sentimentos.

Para Menma no entanto o que importava era que aquele abraço apertado e beijo sedento transbordava todo o amor que seus pais sentiam um pelo outro. Era novo demais para entender as dinâmicas de um casal, apenas se importando em saber que as pessoas que mais amava na vida estavam felizes e que seu papai logo estaria de volta. Tudo estava bem.

Quando terminaram relutantes, o Uzumaki ainda investiu em três selinhos apressados antes de permitir que o namorado saísse de seu aperto. O sorriso bobo e largo para o outro que sentia-se vivo sempre que seu sol brilhava assim para si.

— Amo você... — Engasgou com a própria fala e se corrigiu — vocês. Amo vocês três.

— Que três? — Naruto contou: um, dois... — Que história é essa Sasuke?

— O Niko. — Apontou para o gato que vinha preguiçoso, com feições de quem tinha dormido mais do que devia, se esfregando nas pernas de Menma.

— Ah... — Naruto empurrou o gato com o pé e recebeu uma aranhada em retribuição. — Não vou cuidar do seu saco de pulgas.

— Deixa, eu cuido, papai. — Menma agarrou o bichano, mas foi em vão. Niko escapou ligeiro e correu em direção ao dono.

— Acho que ele prefere me acompanhar.

Pai e filho olharam irritados para o felino preto que ronronava para Sasuke, mas ao mesmo tempo ficavam felizes em pensar que ele teria companhia no mundo afora.

Família Uchiha Uzumaki - MenmaNGOnde as histórias ganham vida. Descobre agora