Capítulo 38

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Lumine acordou com o cheiro de comida sendo preparada. Se esticou e expreguiçou na cama sentindo o braço direito dolorido onde a agulha havia sido espetada, recapitulou todos os eventos da madrugada e a última coisa que lembrava era de estar na cadeira depois de ter terminado a doação e mais nada. Chegou a conclusão que Childe havia levado ela pra casa e que provavelmente ela havia desmaiado pela fraqueza, se levantou indo em direção a sua cozinha onde o ruivo preparava o que parecia o almoço "Eu dormir tanto assim?" Passou os olhos pelo relógio na parede e constatou que era quase meio dia e meio. Se aproximou por trás do ruivo o abraçando pela cintura dando um pequeno susto no mesmo que estava distraído.

- Bom dia - ela diz ainda agarrada a ele.

- Você não deveria estar de pé ainda, tem que se recuperar - ele diz se virando pra ela.

- Eu estou bem, aliás nem tive tempo de avisar no trabalho que faltaria.

- Eu liguei e expliquei a situação, também avisei Aether ele disse que vem mais tarde pra te ver - ele suspira - você ainda precisa descansar e se não vai voltar pra cama pelo menos sente. Como está o braço? Ainda se sente fraca?

- Eu estou bem amor é sério, nada que um dia em casa não resolva - ela sorri pela preocupação dele - como está o seu pai?

- Bem pelo que Tonia me disse, já está acordado e em dois dias vai poder voltar pra casa claro sob cuidados - ele suspira - ele ainda não disse por que fez aquilo e eu penso em contratar alguém pra ajudar Tonia a cuidar dele até que ele esteja cem por cento. Ela já faz muito cuidando de tudo em casa e de Teucer e ainda fazendo faculdade, claro Anthon ajuda porém Tonia gosta de fazer tudo sozinha pra Anthon ter mais liberdade e esquece que ela também precisa.

- Você tem razão, Tonia merece mais tempo pra si - a loira diz - vai visitar o seu pai?

Childe faz uma expressão chateada e meneia negativamente com a cabeça indicando que não.

- Não acho uma boa ideia já que nada de bom sai quando eu e ele conversamos - ele diz voltando sua atenção ao que cozinhava - ele não deve se irritar principalmente durante uma recuperação.

O peito de Lumine apertou "Como alguém pode ser tão duro com um filho igual Childe? Sei que ele não é perfeito mas ele ama tanto a família..." o pensamento a entristecia ainda mais sabendo que não poderia fazer muito pra concertar aquilo, na realidade não sabia se teria paciência pra lidar com o sogro caso ele fosse grosseiro com o namorado de novo.

- Ojou-chan?

- Hum?

- Você conhecia aquele médico - aquilo não era uma pergunta, era uma constatação.

- Conheço.

- O quanto... vocês se conhecem? - ele se sentia ridículo por estar perguntando sobre aquilo.

- Bom essa é uma história desagradável que eu queria nunca ter que relembrar - ela suspira profundamente - mas agora eu não tenho escolha, rever ele não me deu escolha.

Childe sentiu que havia algo doloroso por trás do passado de Lumine com aquele médico e se arrependeu imediatamente de perguntar, porém a vontade de saber o por que da atitude íntima do médico com ela e de como ela parecia furiosa com ele era maior. Já havia revelado tudo pra ela sobre seu passado agora era a vez dela e esperava que pudesse ajudar a loira caso aquilo a ferisse.

- Ele e eu tivemos um relacionamento por assim dizer na no meu último ano no colégio, ele já tinha começado a faculdade naquela época era mais velho eu tinha completado dezoito no começo daquele ano e fiquei encantada por ele - ela parecia ter vergonha de dizer - Xingqiu e Aether nunca gostaram da minha aproximação com ele mas eu não dei ouvidos, estava apaixonada por ele ser mais velho e tão inteligente e me fazia sentir muito mais madura do que eu realmente era na época. Só que eu não percebi que pra ele era apenas uma questão de ter alguém pra matar a vontade, eu estava tão cega que não percebi as coisas acontecendo.

Ela deu um suspiro profundo e dolorido, sentindo tristeza e raiva de si mesma ao mesmo tempo.

- Lembra como eu te tratei depois da nossa primeira transa? - o ruivo apenas assente positivamente - eu agi como ele agiu comigo e nem sequer percebi. Eu estava tão apaixonada por ele naquela época que não via como ele sumia ou dava pouca atenção pra mim, como a maior parte do tempo que passávamos juntos era na cama ou em alguma festa com amigos dele e nunca só eu e ele, e a culpa meio que foi minha por criar tanta expectativa e sentimentos por alguém em tão pouco tempo.

Childe a observava sentindo uma raiva pura e genuína pelo médico queimar em seu peito.

- Pasei quase todo meu último ano do colégio nesse relacionamento com ele e quando faltava uma semana pra eu me forma finalmente eu percebi - ela respira fundo - ouvi um amigo dele perguntar pra Dain se nós éramos namorados eu me escondi pra ouvir já que ele nunca havia pedido e eu nunca tive coragem de perguntar aquela era a chance de saber e eu estava confiante que ele diria que sim. Imagine a minha surpresa quando ele disse que não era nada demais e não se importou quando o amigo dele disse que tentaria algo comigo? Eu fiquei chocada e magoada por que apesar de tudo pensei que tinha algum vínculo entre nós mas eu estava muito enganada.

- Por isso você me rejeitava na faculdade... - Childe diz baixinho.

- Sim - Lumine responde com voz trêmula - depois daquilo eu apenas evitei ele a todo custo e assim que fui pra faculdade deixei uma carta pra ele contando tudo o que eu senti e que ouvi o que ele disse e que jamais veria ele de novo e estava cumprindo até ontem.

Algumas lágrimas saíram dos olhos dela pela lembrança dolorosa. Haviam vários tipos de traição: com outras pessoas, com mentiras, falta de sinceridade... Dainsleaf fora desleal com ela, ele ganhou seu coração por nada, apenas por que queria alguém pra passar o tempo que sobrava quando não estava estudando ou com os amigos. Ela sente as mãos quentes de Childe enxugarem suas lágrimas e a puxar pra seus braços.

- Eu nem imagino o quanto isso deve ter doído Ojou-chan - ele diz - me desculpe por te fazer falar.

- Tudo bem - ela diz - de certa forma isso me tira o peso. Você me ensinou que eu posso ser tão amada quanto eu amo você.

- Eu sei que não posso concertar o que houve, mas vou te amar até que não faça mais diferença.

Childe era tudo pra ela agora é por mais que ver Dainsleaf abrisse feridas antigas se ela tivesse o ruivo consigo poderia esquecer aquilo pra sempre.

***

Já era noite e Childe havia ido pro apartamento dele aquela noite arrumar algumas coisas, prometendo que voltaria no outro dia e passaria o resto da semana com ela. Lumine estava jogada no sofá matando tempo com um programa qualquer até sentir sono e ir pra cama quando ouviu batidas na porta.

- Você precisa de uma chave urgente amor, vou fazer uma cop... - se interrompeu ao ver quem estava em sua porta - como conseguiu meu endereço e o que tá fazendo aqui?

- Eu precisava saber como você estava - Dainsleaf responde - eu queria convers...

- Não me interessa vai embora - ela ia fechando a porta quando ele a impede.

- Por favor Lumine juro que nunca mais apareço na sua frente se me ouvir agora.

Ela avalia o loiro cuidadosamente pensando que só queria que ele fosse embora dali, porém ele tinha uma expressão cansada com olheiras sob os olhos e parecia ansioso e... arrependido? Ela não sabia dizer.

- Entra, você tem meia hora.

💙💙💙

Oe oe oe babys tudo bem com vocês? Humm esse Dain heim? Errou feio não gostei porém ele vai dizer o lado dele da história no próximo capítulo o que vocês acham que vai ser a explicação dele? Enfim se gostarem deixem a estrelinha e comentários beijinhos e até o próximo capítulo 💙

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