7 - Forjadas ao modo mãe

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#pratodosverem /

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Descrição da imagem e do momento:

Na imagem, meu filho e eu estamos sorrindo, abraçando-nos e ele tocando o meu queixo, como se dissesse: "Sorria, mamãe, eu te amo e te acho linda!" E como se dissesse, também, devido à maneira que ele toca o meu rosto, com determinação, confiança e simpatia: "Mamãe, eu estou te forjando, te preparando como mãe! Eu sou o teu maior livro!".

***

Forjadas ao modo mãe

Não nascemos mães.
Aprendemos a ser
Sendo.
No ato da estrada,
Percorrendo.

Não nascemos mães.
Até nós duvidamos:
"E vou dar conta?".
Oh, esses anos iniciais,
Nestes nossos tempos atuais,
Modernos, solitários, casuais...

Não nascemos mães.
E, com frequência,
Vão surgindo mais autoperguntas:
"Como faço isso melhor?"
"Como me doo melhor?"
"Como ser melhor?"

Não nascemos mães.
Onde a tal da culpa materna
Consome, assombra e martela
Nossos corações estreantes,
Desavisados ou titubeantes.

Não nascemos mães.
E é um tabu falarmos
Como é desafiador,
E o quanto quem fica
Ou quem se divide entre tudo,
Sofre nas esquinas
De cada cômodo da casa
Do trabalho, de si mesma.

Não nascemos mães.
E nunca temos ideia do quanto
Muitos dos gritos que daremos
Serão abafados pelas conveniências,
Pelos desdéns, pela ausência
De sempre um pouco mais
De empatia, de sensibilidade
E de uma útil sabedoria.

Não nascemos mães.
E nem nossos filhos nascem
Querendo menos
Do que tudo o que eles precisam,
No campo do amor
E do afeto!

Não nascemos mães.
E, se não temos Algo sutil
Em que nos aproximarmos
E intuirmos garra na luta,
Conquistada na própria labuta,
Muitas vezes, em solitude,
Fica árduo respirarmos,
E ganharmos fôlego
Para fôlego sermos!

Não nascemos mães.
Crianças precisam
De aldeia ao redor!
Em meio a tudo isso,
Em tempo onde ainda não se pensa
O suficiente sobre o implícito,
Qual a sua tribo possível?

Companheiro?
Avós?
Demais familiares?
Escola?
Secretária?
Amigos?

Não nascemos mães.
Desabrochamos como mães,
Quando atendemos
Ao urgente chamado
À realidade de cada dia,
Ao modo mãe.
Sem retorno, sem trégua, sem régua.
Só mães, 24 horas mães.

Não nascemos mães.
Não importa o tempo,
Não importa o período
Que foi intenso.
Bem assim, somos forjadas,
Cada uma a seu tempo,
Em cada instante
Na luta, no deleite,
Em cada passo,
Oras lento, oras apressado.

Não nascemos mães.
Somos mães nos construindo
Enquanto damos marcha
Aos dias
E enquanto não esquecemos
De validar nossos passos,
À cada ínfima conquista.

***

Nota da autora:

O quanto a sua história lapidou seu ser até aqui? Com a maternidade não é diferente! Quando não a tememos e a encaramos de peito mais aberto, ela oferta-nos tesouros! Daqueles sondáveis, muito mais, ao nível do coração! O quanto a sua história está moldando e criando novas versões de si própria? Já reparou em quem você era antes e depois de ser mãe? E entenda: não importam as suas escolhas! O tamanho do impacto dessa nova realidade e o quanto permite que isso penetre a sua estrutura, positivamente, sim!

Mãe em poesiasWhere stories live. Discover now