Este singelo trabalho é um recado de meu coração para o seu, mamãe.
É fruto de minha transformação própria, no campo materno. É um transbordar de amor, que conheci no ato de ser mãe, no amplo contexto e no não abrir mão do maternar, dia após dia, se...
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#pratodosverem/ Descrição da imagem e do momento:
Na imagem, estou cheirando o pé de meu pequeno, como a simbolizar ferramenta de ligação com o tempo presente. Praticando esse gatilho poderoso, através do tocar e do sentir o aroma do pezinho de minha criança (que está dormindo, com os pés para fora em uma rede), faz com que eu perceba e reflita sobre 'o Real que importa', nessa relação díade mãe-criança ou adulto que materna e sua criança.
***
O retorno
Ah, o retorno...
A uma maternidade
De presença,
Sendo retida na essência,
Repleta em atributos nobres
Esquecidos,
Perdidos nos próprios recônditos
De nossos registros não percebidos,
Não lidos,
Que, diante dos tempos idos,
Foram violentados
E sequestrados
De nós mulheres.
Perdemos tanto
Nesse distanciamento,
Nesse incentivo ao esquecimento,
Ao cegamento.
Retroalimentadas
Por um inconsciente de massa
Deslocado, quebrado, viciado,
Equivocado.
Fomos invadidas pelo movimento,
Aceitamos e compactuamos
Com a existência de um maternar
Ausente de estado de espírito,
Sem amor, sem apego, sem apreço,
Tomado por medos.
Sem respeito pelas crianças
E por nós mesmas!
Muitas mães em nossa era,
De promessas externas,
Muitas quimeras
Modernas,
Estão no caminho desse retorno!
Um ficar sendo olhar,
Indo além do enxergar...
Fazendo a curva,
Ajustando a própria turva,
Instintivamente...
Por vezes, inconscientemente...
Um movimento além da mente.
Que mente, de repente atraente
Mas, quase sempre, poluente.
Retorno ao proferido no implícito,
Que grita escondido
Mas, que permanece em obediência,
Apenas, ao fluxo e influxo
Da voz de seus corações...
Ficando o não dito,
Por meio dos atos,
Na própria pele proferido,
Por absolutamente dito:
"Retornei".
***
Nota da autora:
O retorno a uma 'maternidade de presença' pela figura de quem materna. Quando é a mãe quem materna, na maior parte do tempo, há uma explosão de percepções, crescimento e vida, quando de coração aberto. Quando não é a mãe quem materna, na maior parte do tempo, o mesmo pode ocorrer! Pois, quando uma mãe, seja em que teor de compromissos externos venha a estar, se ela ajusta o olhar, ela prepara diferente o lar, de acordo com o que ela apreende, do que realmente significa a realidade da criança e as suas próprias necessidades. Sobre estas últimas necessidades, como mãe, em especial: criar espaços de ligação e conexão com a sua criança, aproximando-se mais de seu sentir dentro da experiência maternal.
